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Nesta quinta-feira (17/10), o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi/CN) apresentou os resultados da Avaliação de Impacto Econômico e Social do programa ViraVida em um dos maiores eventos científicos do mundo. O projeto social, que já atendeu mais de 3,7 mil jovens vítimas de violência sexual no Brasil, foi selecionado entre quase 10 mil estudos de avaliação para compor a 27ª Conferência Mundial de Avaliação de programas, tecnologias e profissionais. O evento teve início esta semana e vai até amanhã (19/10), em Washington - DC, nos Estados Unidos.

O SESI já esteve presente em edição anterior da Conferência, com a avaliação de impacto do Programa Ação Global. Desta vez, a instituição marcou presença com a Avaliação de Impacto do Projeto Vira Vida, realizada em 2012 a partir de pesquisas com 906 alunos e egressos do programa em 11 estados brasileiros.  Com a apresentação, o SESI/CN esboça novos passos em direção à cooperação e transferência internacional de tecnologias sociais desenvolvidas pela instituição.

A conferência é promovida pela Associação Americana de Avaliação (AEA) e tem por objetivo conhecer os pontos fortes e pontos fracos de programas, políticas de recursos humanos, produtos e organizações, sempre visando melhorar a sua eficácia. Novecentos estudos foram selecionados para o evento, do qual participam 3 mil cientistas avaliadores. A AEA tem cerca de 7.700 membros que representam os 50 estados norte-americanos e mais de 60 países estrangeiros.

Para o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, a participação do Programa de inserção socioprodutiva na Conferência representa a validação de um modelo: "ao ser reconhecida cientificamente, a metodologia do Vira Vida poderá ser mais facilmente transferida a outros países".

Além da Avaliação de Impacto do ViraVida, outras duas instituições apresentaram seus resultados no mesmo painel do projeto do SESI: a Mercy Corps, com um trabalho sobre impactos econômicos do programa de irrigação do Nepal, e a Bill & Melinda Gates Foundation, com um trabalho de monitoramento de tecnologias de agricultura desenvolvido na Etiópia e em Bangladesh.

O projeto ViraVida despertou o interesse de muitos conferencistas. Vários deles fizeram perguntas sobre diversos aspectos do estudo. Para o coordenador da pesquisa, Miguel Fontes, diretor da JohnSnow Brasil, esse interesse mostra que o modelo do ViraVida é extremamente sólido, tanto em relação aos impactos demonstrados quanto  em relação aos procedimentos éticos adotados na pesquisa.

 "É muito significativo termos sidos escolhidos, dentre tantos trabalhos, para participar de uma mesa sobre estudos de valor econômico", afirmou. "Isso mostra que são poucas as metodologias no mundo que conseguem demonstrar o retorno econômico  de um investimento social, tal como fizemos na avaliação de impacto do ViraVida".

Resultados concretos e benefícios intangíveis

A pesquisa mostrou que o aumento médio de renda dos alunos formados pelo programa ViraVida foi de R$ 183,55 - o que representa uma elevação de cerca de 45%, depois de serem inseridos no mercado de trabalho. Além disso, de cada R$ 1 a mais de renda, R$ 0,40 vão compor o orçamento familiar desses jovens que, em geral, vêm de famílias de baixa renda.

O estudo completo será lançado durante a 4ª edição do Seminário Nacional do programa que, este ano, traz o tema "Poder Jovem - Inovar e Transformar". Promovido pelo Conselho Nacional do SESI, o evento acontecerá entre os dias 31 e 02 de novembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).