Brasil já emite tantos poluentes quanto um país desenvolvido
Brasil - Ecologia e Meio Ambiente - Desenvolvido no Mau Sentido
Foto: Consumidor Modeno
O desmatamento deixou de ser a principal causa de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, que passou a ter como principal fonte de emissão a queima de combustível fóssil, poluindo "como um país desenvolvido”, segundo avaliação do pesquisador peruano José Marengo, representante latino-americano no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês).
Ele é professor de pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foi indicado pelo Brasil para o programa de monitoramento do clima.
De acordo com o pesquisador, o inventário de emissão de gases de efeito estufa de 2010, lançado em 2013 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostra que houve a inversão do tipo de poluição predominante no Brasil em comparação ao relatório anterior, de 2004.
“Desde 2008, talvez um pouquinho antes, a taxa de desmatamento na Amazônia diminuiu bastante, mas a frota de veículos aumentou. A agricultura também tem melhorado um pouco, mas ainda contribui, principalmente [a cultura de arroz], para a emissão de metano, a mineração contribui, tem as termelétricas.
O que basicamente coloca o Brasil como país poluidor tipo primeiro mundo é mais a queima de combustíveis fósseis, e aqui no Brasil são basicamente termelétricas, de qualquer tecnologia, e também a frota veicular”.
Para ele, apesar da diminuição no desmatamento, a situação ainda é preocupante. “Sempre criticamos os países desenvolvidos por isso [queima de combustível fóssil]. Obviamente, se nós tivéssemos um sistema de transporte massivo, confiável, confortável, as pessoas deixariam os carros em casa. Mas se vocês querem tomar o metrô em São Paulo, no Rio, em uma certa hora do dia, é uma humilhação. Se você vai de bicicleta, te atropelam. Então, isso tem que mudar, a única forma é favorecer o transporte público, decente, para que as pessoas deixem o carro em casa”.
Marengo lembra que o IPCC não trabalha com o tempo geológico, que estuda os grandes ciclos do planeta, e já provou que houve eras de aquecimento e resfriamento da Terra sem a interferência humana. As análises são de um período de 200 anos e mostram que as causas naturais do aquecimento são de longo prazo e levam a variações pequenas, enquanto a intervenção humana é de curto prazo e tem ação “superrápida”.
“A única forma [de evitar um aquecimento maior] é reduzir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo por exemplo a frota de veículos, [aumentar as] energias renováveis, solar, eólica, biomassa, redução no consumo de termelétricas, obviamente não podemos fechar, zerar a contribuição de gases de queima de combustíveis fósseis, o ideal é misturar um e colocar outras fontes, obviamente isso pode ter um custo elevado. Medidas de mitigação são caras”.
As projeções mais otimistas estimam que a temperatura média do planeta vai subir cerca de 1,5 grau Celsius (ºC) até 2100. No caso das emissões de gases do efeito estufa, o aumento pode chegar até a 4°C.
Consumidor Moderno/JE
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