Imagem: Arquivo/JP

Três Lagoas amanheceu ontem com um forte odor em sua atmosfera, provocando dor de cabeça, náuseas e mal estar em dezenas de pessoas. Devido ao mau cheiro, alunos de duas escolas foram dispensados e um professor foi hospitalizado. 

Até o fechamento dessa edição do JP, nenhuma autoridade municipal ou estadual sabia informar a origem desse mau cheiro que pairou sobre a cidade.

O secretário de Educação, Mário Grespan, informou que 12 alunos da escola municipal Professor Ramez Tebet sentiram um mal estar por conta do forte odor. A direção da escola entrou em contato com os pais e solicitou que buscassem os  seus filhos na escola. “Posteriormente, entramos em contato para saber como estavam passando, mas todas já estavam bem”, informou o secretário.

Pais de alguns alunos do colégio Dom Bosco também foram convocados para buscar os filhos que não estavam se sentindo bem. O professor de Física, Paulo Vitor Peracinni, da escola estadual Afonso Pena, foi internado no hospital Unimed, após sentir  forte náusea, tontura e dor de cabeça. “Minha pressão baixou e eu cheguei a desmaiar. Tive que tomar remédio na veia”. disse  Peracinni.

Ele comentou que começou sentir um cheiro parecido ao de enxofre, por volta das 6h30 de ontem, quando estava se preparando para ir ao trabalho. “Senti tontura, náusea, dor de cabeça e tive que vir para o hospital. O médico acredita que seja devido a esse odor. Quando era criança tive problema de intoxicação, então, acredito que eu seja sensível a esse tipo de produto químico”, contou, arrematando: “Essa é uma situação bastante complicada e que precisa ser muito bem analisada pelas autoridades. A cidade está se desenvolvendo, porém não pode esquecer-se de olhar com muita atenção a questão ambiental”.

O mau cheiro foi sentido por moradores de diversos bairros da cidade. Durante o programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM, vários ouvintes ligaram para reclamar do odor. Eles disseram que o mau cheiro provocava mal estar, dor de cabeça e náusea. Um dos ouvintes informou que estava providenciado máscaras para os funcionários da empresa que trabalha.

IMASUL
Ao Jornal do Povo, a fiscal do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) Délia Villamayor Javorka, disse que foi solicitado relatório das empresas: Eldorado Brasil, Fibria, MS Gás, da termelétrica da Petrobras, da Sitrel e da MK Química. Entretanto, segundo ela, ainda não seria possível informar de qual o empreendimento vinha o odor.
Hoje, estarão em Três Lagoas especialistas de Campo Grande, que prestam serviços para a empresa responsável por analisar a qualidade do ar na cidade para o Imasul. “Vamos analisar todos os relatórios e fazer um estudo da dispersão atmosférica para tomar uma atitude”, informou.

A fiscal do Imasul adiantou que várias empresas informaram que não houve nenhum incidente registrado em suas unidades. Apesar disso, Délia disse que existem grandes possibilidades em identificar a procedência do odor, após análise dos dados registrados nas duas Estações de Tratamento da Qualidade do Ar instaladas em Três Lagoas. Uma está instalada no pátio da Primeira Delegacia de Policia Civil e a outra na escola do Parque São Carlos. 

Além das Estações de Tratamento para verificar a direção do ar, as duas empresas implantaram a Rede de Percepção de Odor. As duas unidades possuem uma central de atendimento para receber a reclamação da população em relação ao mau cheiro. A rede é formada por pessoas da comunidade, as quais receberam treinamento especifico para isso. 
De acordo com Délia, o empreendimento responsável por ter provocado essa situação pode ser penalizado, mas não divulgou qual seria o valor da multa a ser aplicada.