COI manifesta preocupação com atraso em obras para Jogos de 2016
Brasil - Obras - Investimentos Públicos
Foto:Divulgação
A menos de três anos da abertura dos Jogos Olímpicos, o Rio ganhou um puxão de orelhas público do Comitê Olímpico Internacional (COI). A cúpula da entidade, que encerrou nesta segunda-feira mais uma visita de inspeção na cidade, manifestou, pela primeira vez, preocupação com atrasos no cronograma do projeto de ampliação do Parque Olímpico de Deodoro; com as obras de expansão do metrô, que só serão concluídas às vésperas do evento; e ainda com a inexistência de um orçamento fechado. Os protestos também estão na lista de preocupações: a entidade recomendou que as autoridades e o Comitê Organizador Rio 2016 se esforcem mais em divulgar de que forma os investimentos públicos na realização do evento acarretarão benefícios para a população, como melhorias no transporte, com a implantação de BRTs.
Sobre os prazos apertados para a execução de alguns projetos, o diretor-geral do COI, Gilbert Felli, chegou a afirmar que a cultura do país é diferente da filosofia da entidade. No caso do metrô, por exemplo, o COI cobrou um plano de contingência para o caso de as obras não terminarem até o início das Olimpíadas, em agosto de 2016. Por isso, nos relatórios internos dos preparativos do Rio, a expansão do sistema permanecerá com status de “vermelho” (indicativo do risco de não terminar a tempo).
Queremos nos planejar o mais cedo possível. Por isso, não podemos perder tempo. As coisas têm que ficar prontas, e será preciso testar, testar e testar. Atrasos ou indefinições em relação ao prazo ou à possibilidade de mudar os locais de competição interferem no planejamento, inclusive da logística e da transmissão dos eventos — disse Felli.
A reclamação principal é sobre Deodoro. As obras estão atrasadas em mais de um ano em relação ao cronograma inicial. Felli lembrou que, de início, seriam realizadas pela União, que transferiu a gestão para o governo do estado. Recentemente, ficou decidido que os trabalhos caberiam à prefeitura, mas nada começou até o momento.
Sobre os protestos, os dirigentes do COI disseram que apoiam manifestações pacíficas por melhores condições de vida. Mas ressaltaram que, em caso de atos durante as Olimpíadas, as competições não podem ser prejudicadas.
O Brasil é um país democrático, em que as pessoas têm liberdade para protestar. Mas de forma ordeira, para que o direito de ir e vir também seja respeitado — disse Felli.
A coordenadora da Comissão de Inspeção, Nawa El Motawakel, também revelou preocupação:
As pessoas vão às ruas para pedir mais saúde e educação. Mas queremos que os Jogos Olímpicos ocorram de forma pacífica, para garantir a segurança dos atletas que virão de todas as partes do mundo.
A preocupação de conquistar a opinião pública já apareceu pela manhã, antes da entrevista. Pela primeira vez, os jornalistas puderam assistir a uma palestra de abertura dos trabalhos. Em sua exposição, Nawal fez um balanço da reunião realizada na véspera e afirmou:
O contexto social e político também avançou de forma substancial. O fato de o COI e o Comitê Rio 2016 terem se concentrado no legado dos Jogos levou a várias decisões e modificou outras que já haviam sido tomadas. Vamos continuar a trabalhar juntos para assegurar que o legado seja o mais forte possível — disse.
Nawal não descreveu as mudanças. Mas, após as manifestações, os governos já anunciaram várias decisões. No complexo esportivo do Maracanã, o Estádio Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare não serão mais demolidos. A prefeitura estuda também se seria possível urbanizar a favela Vila Autódromo, em Jacarepaguá, vizinha ao Parque Olímpico, em lugar de reassentar os moradores num condomínio popular em construção.
O COI também cobrou a manutenção da estrutura da Autoridade Pública Olímpica (APO), para que haja uma entidade para centralizar decisões estratégicas do evento. Há duas semanas, o presidente Márcio Fortes de Almeida pediu demissão. E, até agora, o sucessor não foi indicado. A saída de Fortes ocorreu em meio a uma briga política.
Antes das declarações dos dirigentes do COI, o prefeito Eduardo Paes reafirmou, após participar do encontro, que considera a estrutura da APO completamente dispensável. Alegou que a prefeitura tem um papel central na organização do evento, já que boa parte dos projetos de infraestrutura está a cargo do município.
A estrutura da APO é formada principalmente por técnicos que migraram do Ministério das Cidades por indicação de Fortes, que já comandou a pasta. O problema é que a APO é subordinada ao Ministério do Esporte, controlado pelo PCdoB, e o partido tem interesse de assumir cargos importantes dentro da entidade.
Paes disse ainda que só vai relaxar em relação aos projetos olímpicos após o fim do evento:
Nós vamos ter alertas amarelos e vermelhos até 2016, porque não vamos relaxar. A Copa do Mundo é brincadeirinha. Fazer Olimpíada é muito mais complexo.
O Globo/RMC
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