Foto: racismoambiental.net.br

O Programa Rede de Saberes, financiado pela Fundação Ford, promoveu nos dias 2 e 3 de agosto, três oficinas que trataram de temas que contribuem na formação de acadêmicos indígenas.

O encontro teve o objetivo de sensibilizar e estimular estudos e debates entre os acadêmicos indígenas, suas comunidades e organizações sobre o papel dos conhecimentos tradicionais em sua formação profissional e a possibilidade de um diálogo intercultural entre os saberes indígenas e os saberes que aprendem em seus cursos. Esta articulação entre os diferentes conhecimentos visam contribuir na resolução das demandas e problemas contemporâneos que se apresentam aos povos indígenas.

Em Dourados, foram oferecidas duas oficinas. A oficina sobre Direito Indigenista abordou o processo histórico que promoveu a criação de legislações nacionais e internacionais específicas que regem as diferentes situações que envolvem os povos indígenas sob a perspectiva do respeito à grande diversidade sóciocultural que os diferenciam da sociedade envolvente.

Paralelamente, na oficina que tratou da temática da Saúde, o destaque foi a discussão de como atender as comunidades indígenas, considerando os conhecimentos relacionados à promoção de bem estar acumulados pelas diferentes etnias existentes no País.

Em Aquidauana, onde foi tratada a temática relacionada às Ciências Agrárias, foram discutidos temas sobre como aproveitar e valorizar os conhecimentos que os povos indígenas dominam sobre aspectos relacionados à produção de alimentos, cuidado com a terra, segurança alimentar, articulando com os conhecimentos obtidos nas universidades, visando garantir a melhoria da qualidade de vida e bem estar das comunidades.

Além dos assessores externos, participaram das atividades acadêmicos das etnias Terena, Guarani, Kaiowá, Kinikinau, Kadiweu, Xavante e Bororo, representando a UEMS, UCDB, UFGD, UFMS e Unigran, e egressos da enfermagem e biologia da UEMS, que partilharam conhecimentos e saberes, que conformam nova perspectiva na promoção da saúde, garantia de direitos e uso da terra mais adequado à atualidade.

Para a professora Luciane Ouriques, que foi uma das assessoras nas discussões sobre saúde, estas oficinas “apontam para a formação de recursos humanos que respeitem as diferenças culturais, epidemiológicas, geográficas, e vejam os povos indígenas como parceiros” nas diversas áreas de conhecimento. Para a acadêmica Carolina, “a universidade deve ir até as aldeias e o povo indígena tem muito a oferecer sobre conhecimento em saúde”.