Domingo 22/06/2025 05:30

Economista brasileiro será homenageado pela rainha Elizabeth II

Mundo - Homenagem - Homenagem à Economista Brasileiro

No próximo dia 24, o economista brasileiro Eduardo Moreira, de 36 anos, sócio-fundador da gestora de recursos Plural Capital e ex-sócio do Banco Pactual (hoje BTG Pactual) será homenageado com um certificado entregue diretamente das mãos da rainha Elizabeth II, no Castelo de Windsor, na Inglaterra.

A homenagem, contudo, de nada tem a ver com seus mais de 13 anos de experiência no mercado financeiro, mas sim com seu esforço, nos últimos anos, para eliminar o uso da violência no treinamento de cavalos no Brasil.

A premiação acontecerá na final de um campeonato de polo, no Guards Polo Club (clube de polo que fica em Windsor).

Além de Moreira, outras nove pessoas receberão a homenagem da rainha Elizabeth II (entre eles outros dois brasileiros, peões que trabalham com Moreira, e jogadores de polo), todas indicadas pelo domador norte-americano Monty Roberts, de 77 anos, responsável pela difusão, ao redor do mundo, do método da doma gentil de cavalos.

Moreira, inclusive, afirma que será o primeiro brasileiro a receber o tipo de homenagem da rainha. “Essa condecoração, com certeza serei o primeiro, até porque ela não existia”, relata.

O pontapé inicial que fez Moreira acrescentar à sua vida uma nova preocupação além do já “preocupante” mercado financeiro e ser indicado por Roberts foi, literalmente, uma queda do cavalo.

Em 2009, o carioca, que já vive há mais de dez anos na capital paulista, adquiriu uma fazenda no interior de São Paulo e resolveu comprar uma égua pela internet.

“Fui montar, o cavalo era super bravo e levei um tombo”. Ele quebrou o tornozelo, além de ter sofrido rupturas musculares nas costas pelo trauma da queda.

Os meses que sucederam o acidente, além de preenchidos com o tratamento para a recuperação (foram duas semanas de cama e seis meses de fisioterapia), acabaram sendo responsáveis por apresentá-lo a Roberts, autor do livro “O homem que ouve cavalos” – que inspirou, inclusive, o filme “O encantador de cavalos”, de Robert Redford.

Como havia sofrido o acidente, Moreira foi presenteado por um amigo com o livro, que fala da vida do autor e da técnica chamada por ele de “Join Up”, um treinamento sem o uso da violência, basicamente por meio da troca de gestos e olhares com o animal. “Li e fiquei super interessado em conhecer Monty Roberts”.

Moreira viajou para a Califórnia, onde vive o domador, e fez um curso de cinco dias no qual Roberts faz apresentações de seu método. “Nesse período fiquei muito amigo dele (...). Voltei para o Brasil e tentei fazer o mesmo. Foi quando comecei a notar que eu tenho esse dom”, revela.

O economista afirma que apenas observou como o americano agia com os cavalos e já aprendeu a técnica. Antes, ele conta que sequer tinha contato com cavalos – a égua da qual levou o tombo foi a primeira que comprou (hoje, contudo, há 15 cavalos em seu sítio).

Impressionado com os resultados do modelo de Roberts, Moreira relata que sentiu a necessidade de difundir a prática pelo Brasil.

Desde que adotou a causa, calcula que já fez apresentações pelo país com mais de 400 cavalos. Em todas as vezes, são levados animais selvagens para ele domar.

“Nunca deu errado”, garante. Ele diz não cobrar nada pelas demonstrações. “Mosto para todo mundo que o método violento não é o mais eficiente”, afirma.

O economista diz acreditar ser importante difundir a técnica porque o método tradicional de doma é muito duro. “Amarra, priva o cavalo de alimentação para deixá-lo mais fraco. Demora umas seis semanas e vários não aguentam e morrem”, diz.

Pelo treinamento de Roberts, Moreira se comunica com o cavalo de forma a conseguir domá-lo em 25 minutos, diz, sem praticamente tocar no animal.

“É muito importante não julgar aquele que bate. Enquanto as pessoas não têm uma forma nova apresentada, elas não podem ser julgadas por fazerem aquilo que sempre aprenderam”, diz. “Depois que a pessoa vê a apresentação, ela chega em casa e não consegue bater no cavalo”, salienta.

A habilidade do economista é inclusive reconhecida por Roberts, que falou ao G1 sobre a homenagem. “Moreira foi meu aluno por um período muito curto. Ele é um homem talentoso, física e mentalmente. Aprendeu em cinco dias tanto quanto muitos de meus alunos aprendem em dois, três anos”, afirma.

“Eduardo não só aprendeu os meus conceitos e os executou como tem sido uma influência na causa para se fazer o mesmo”, disse.

Na opinião do escritor, a rainha Elizabeth II é a líder que tem o maior poder de influência nos tempos atuais, levando em conta o alto número de pessoas que atinge, daí a importância da homenagem.

“Ela [a rainha] ficará para a história como o líder mundial que mais influenciou, de forma positiva, a relação do homem com os animais na terra”, opina.

Esta não será a primeira vez, aliás, que Roberts estará envolvido em homenagens da rainha da Inglaterra. Em 2011, o domador americano foi condecorado por ela como Membro da Ordem Vitoriana (Member of the Royal Victorian Order, M.V.O, em inglês), com uma medalha citando seus trabalhos em prol dos estábulos reais.

Desta vez, além de Moreira, os outros oito homenageados pela rainha indicados por Roberts por incentivar a doma sem violência na América Latina são os dois peões brasileiros que trabalham com o economista, Carlos Leite e Mateus Ribeiro, além dos jogadores de polo Adolfo Cambiaso (Argentina), Carlos Gracida e Memo Gracida (Mexico), Joel Baker (USA) e Satish Seemar (Dubai).

Também será homenageada Catherine Cunningham, da Guatemala, que trabalha com Roberts. Segundo Moreira, Leite e Ribeiro não poderão comparecer à entrega do prêmio pela rainha.

O economista receberá os certificados e os trará ao Brasil, onde serão entregues aos dois em um evento em julho em Belo Horizonte, com a presença de Roberts.

O domador americano afirma que a disseminação da técnica gentil nas Américas do Sul e Central, além do México, é importante, pois o treino violento ainda é muito comum nesses lugares. “O domador atual tende a deixar de lado o antigo método a partir do momento que ele fica sabendo que a doma sem violência é mais efetiva”, disse.

Livro

O acidente com o cavalo, porém, não foi o único episódio que marcou a vida de Moreira. Em dezembro de 2010, o economista sofreu um segundo tombo: foi correr para pegar um táxi num dia de chuva e escorregou.

“Foram sete ossos completamente quebrados no pé e perna esquerdos”. Para a recuperação, conheceu uma segunda pessoa que considera como um ‘inspirador’, o preparador físico Nuno Cobra (que trabalhou com Ayrton Senna).

Moreira diz ter aprendido muito com Cobra, tendo em vista a reabilitação que teve – em dois meses tirou o gesso e já andava sem o auxílio de muletas.“Eu tinha, segundo os medicos, 80% de chance de perder o pé”, conta.

O contato com Roberts e Cobra levaram Moreira a escrever um livro, “Encantadores de vidas”, da editora Record. Os ganhos com as vendas são usados para doações.

Entre os destinos está um instituto de Roberts que promove a equoterapia e a mensagem de não violencia pelo mundo, diz.

Perdeu o juízo

Quando fala sobre a premiação da rainha, o economista se diz orgulhoso. “Quando eu vim para o Brasil, há três anos, e comecei a fazer isso [o trabalho com os cavalos], todo mundo falou ‘um cara do mercado financeiro, sócio de banco, ele enlouqueceu, não está com nada na cabeça, perdeu o juízo’”, revela.

Moreira acrescenta que ouviu de muita gente que ele “estava querendo aparecer” ou “jogando fora a oportunidade de ganhar dinheiro”. “Foram três anos brigando com o mundo e do e do nada receber um negócio desse, para mim é uma vitória que não consigo nem expressar”, diz.

Moreira frisa que, ao contrário do que muitos disseram, não perdeu dinheiro com a dedicação à causa. “Eu disponho uma grande parte do meu tempo livre [para as apresentações com os cavalos], eu não tirei uma hora do meu trabalho no mercado financeiro por causa disso (...).

Se você acredita numa coisa que gosta, que acha que é possível, ir lá e fazer, é um risco, é um negócio que tem que encarar opiniões contrárias, mas é gratificante”, sugere.

Para Roberts, os esforços para a eliminação da violência no trato com os animais apenas são válidos, contudo, se como seres civilizados não usarmos a violência em todos os tipos de educação, seja com animais ou com seres humanos.

Ele cita tempos em que homens podiam bater em suas mulheres com uma forma de submissão, e o mesmo ocorriam com as crianças.

Ele também lembra que, por séculos, foi usada a violência para os subordinados no trabalho. “Se não quisermos ser livres da violência, então nós podemos prosseguir usando a violência, mas com essa decisão temos que admitir que não somos um povo civilizado”, afirma.

Gabriela Gasparin/G1/JE

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