Somente em abril, resultado positivo ficou em R$ 14,24 bilhões.

Com alta do dólar, dívida líquida do setor público recua para 35,7% do PIB.

O Banco Central informou nesta quinta-feira (31) que as contas do setor público consolidado, que incluem o governo, os estados, municípios e empresas estatais, registraram um superávit primário, que é a economia feita para pagar os juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, de 60,2 bilhões de janeiro a abril deste ano.

Na comparação com fevereiro de 2011, quando foi registrado um superávit de R$ 57,31 bilhões, houve um crescimento de 5%.

O resultado do primeiro quadrimestre deste ano foi influenciado pela arrecadação recorde de tributos e, também, pelo pagamento de R$ 5 bilhões em dividendos das empresas estatais para a União.

Ao decompor o resultado do setor público de fevereiro deste ano, os números mostram que o maior esforço foi feito pelo Governo Central (União, Previdência e BC), que registrou um superávit de R$ 44,48 bilhões de janeiro a abril.

Os estados e municípios contribuíram com um resultado positivo de R$ 15,95 bilhões e as empresas estatais registraram um déficit de R$ 229 milhões.

Meta anual

Com o esforço fiscal do primeiro quadrimestre, o setor público atingiu cerca de 43% da meta cheia de superávit primário, isto é, sem abatimento dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - estabelecida para todo este ano, que é de R$ 140 bilhões.

Em doze meses até abril, o resultado positivo somou R$ 131,6 bilhões, ou 3,11% do PIB.

Em 2011, o setor público voltou a cumprir a meta cheia.

Em 2009 e 2010, houve abatimento dos gastos do PAC para cumprir formalmente a meta.

Juros da dívida pública e resultado nominal

Segundo o Banco Central, a apropriação de juros sobre a dívida pública somou R$ 76,19 bilhões de janeiro a abril deste ano.

Após as despesas com juros, as contas registraram um déficit (pelo conceito “nominal” no jargão financeiro) de R$ 15,97 bilhões no período, o equivalente a 1,15% do PIB.

Dívida líquida do setor público

A dívida líquida do setor público, indicador acompanhado com atenção por investidores, pois indica o nível de solvência (capacidade de pagamento) de uma economia, somou R$ 1,51 trilhão, ou 35,7% do Produto Interno Bruto (PIB), em abril deste ano.

Com isso, registrou queda frente ao patamar de março, quando estava em R$ R$ 1,53 trilhão, ou 36,6% do PIB.

A queda da dívida pública em abril pode ser explicada, em parte, pelo aumento do dólar.

Como o Brasil possui mais ativos (reservas internacionais) do que passivos (dívida externa) em moeda estrangeira, o país registra queda da dívida quando o dólar sobe e vice-versa.