As indústrias Inforline, de Colombo, e a Movelaria Paranista, de Almirante Tamandaré, receberam sexta-feira (23) a visita de especialistas do Centro Tecnológico Settore Legno-Arredo (Cosmob), um dos principais centros de tecnologia e design industrial moveleiro da Itália, e de profissionais dos departamentos regionais do Senai do Paraná, da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

A visita fez parte das atividades de lançamento do “Networking para Qualidade, Tecnologia, Inovação e Competitividade do setor Mobiliário em Madeira”, que começa a ser desenvolvido pelo Senai Paraná e o Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Paraná (Simov), em parceria com o Cosmob.

O lançamento aconteceu durante encontro de empresários, no Senai CIC, quarta e quinta-feira (21 e 22).

O projeto conta com o apoio do Senai Nacional e terá a participação de outros quatro departamentos regionais da entidade: do Espirito Santo, Bahia, Rondônia e Mato Grosso do Sul.

“É o começo de um trabalho muito amplo e temos grande potencial para obter excelentes resultados” afirmou o diretor geral do Cosmob, Alessio Gnaccarini.

Ele visitou as duas moveleiras da Região Metropolitana de Curitiba, junto com Francesco Balducci, também do Cosmob; Kezia Silva, do Senai PR; André Luiz Dantas Mucarzel (Bahia); Sérgio Roberto Miguel (Espírito Santo); Adriane Ricartes Guimarães Salazar (Mato Grosso do Sul) e Ediléa Manica Barreto (Rondônia).

Aurélio Sant’Anna apresentou os produtos inovadores da Movelaria Paranista

A comitiva esteve, primeiro, na Inforline, onde foi recebida pelo empresário Fernando Tedeschi, que é também presidente do Simov.

Em seguida, foi à Movelaria Parananista para um encontro com o diretor da empresa, Aurélio Sant’Anna.

Os empresários apresentaram o perfil de suas empresas e os produtos, falaram sobre o mercado interno e os planos futuros. A comitiva conheceu as áreas de produção das duas indústrias.

Criada há 19 anos, a Infoline fabrica móveis para escritório e comercializa para todo o País.

Em parceria com o Sesi e o Senai-PR implantou programas de gestão, de saúde ocupacional e de gerenciamento de resíduos sólidos.

“A questão ambiental é muito forte na empresa, criamos um departamento próprio para esta área”, explicou Tedeschi.

Na Movelaria Paranista, que fabrica móveis para restaurantes, hotéis e eventos, os visitantes conheceram os produtos inovadores, como a cadeira “camaleão” (que permite a troca de encosto e assento, possibilitando ao cliente mudar o ambiente, com menos custo) e móveis com elementos de design seguro (que garantem segurança a bolsas e pertences).

“O projeto foi aprovado pelo Edital Senai/Sesi de Inovação e desenvolvido em parceria com o Senai Paraná, CNPQ e Polícia Militar”, explicou o empresário Aurélio Sant’Anna. A empresa possui hoje três patentes do INPI.

Software e laboratórios

O programa “Networking para Qualidade, Tecnologia, Inovação e Competitividade do setor Mobiliário em Madeira”, terá duração de dois anos.

Será implantado o software Everdee, que mede o ciclo de vida do produto. O software será instalado no Cietep, em Curitiba, e passará por um período de adaptação aos padrões de fabricação dos produtos brasileiros.

Serão instalados, também, dois laboratórios, um no Paraná (na unidade do Senai CIC, em Curitiba) e outro no Espirito Santo, para ensaios da qualidade e determinação de emissão de formaldeídos (gases derivados de colas e outros componentes) em móveis, o que permitirá a adequação dos produtos às normas internacionais, visando ampliar a exportação do móveis.

A aproximação com o Cosmob começou há dois anos, com a visita dos representantes do Simov ao Cosmob, em Pesaro, na Itália.

O diretor geral do Cosmob, Alessio Gnaccarini, disse que a indústria moveleira precisa investir pesado em design industrial para poder fazer frente a forte concorrência asiática amparada na qualidade dos produtos.

Segundo ele, países como a Itália e o Brasil devem trabalhar em iniciativas comuns.

“O Brasil é um polo moveleiro com grande potencial e sofre com problemas similares à Itália. A única saída para aumentar a competitividade é investir juntos em inovação e tecnologia para melhorar a performance dos produtos”, afirma Gnaccarini.