Os 78 secretários municipais de Saúde e representantes dos setores estiveram reunidos hoje para a abertura do 2º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul para discutir o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.

“Estamos aqui para debater e trazer nossas experiências, além de ser uma grande oportunidade de interação entre os profissionais da área da saúde pública. Vamos mostrar as políticas adotadas por nós, que têm dado certo e saber o que está sendo feito em outros municípios”, disse Edenilson Carraro, secretário de Saúde de São Gabriel do Oeste.

Ele lembrou que no município o investimento no setor da saúde chega a 27% do orçamento municipal.

A principal preocupação e reivindicação do secretário e, segundo ele, das demais prefeituras, é a melhoria de financiamento (recursos disponibilizados pela União para a área da Saúde). “A melhora do financiamento iria refletir diretamente no atendimento do SUS, com mais recursos poderíamos proporcionar um atendimento mais digno à população e remunerar melhor nossos profissionais”, ressaltou o secretário Edenilson.

Em São Gabriel do Oeste cerca de 400 colaboradores estão envolvidos no setor da saúde, 70% do sistema é custeado com aporte de recursos municipais e somente o investimento do município ocasiona sobrecarga nos atendimentos e demandas.

A insuficiência do financiamento para investir no segmento se deve também ao atendimento de pacientes de municípios vizinhos.

“Queremos melhorias para o setor e só vamos conseguir se houver projetos e ações de valorização e incentivo de interiorização dos profissionais para atuarem fora dos grandes centros, e também mais recursos destinados a estrutura da saúde em nossas cidades”, falou o secretário.

O objetivo é reunir os secretários municipais de Saúde e suas equipes de gestão para debater sobre o fortalecimento do SUS em Mato Grosso do Sul, reforçando os laços existentes para desenvolver novas possibilidades de trocas entre as esferas de gestão e entre todos que fazem parte da rede do SUS (Sistema Único de Saúde).

O secretário Municipal de Saúde de Jardim, Jorge Kafure Júnior, disse que no município somente no ano passado foram investidos cerca de R$ 7 milhões, uma média de 28% do orçamento municipal foram destinados à área da saúde pública.

Ele reforça a ideia da vinda de mais financiamento para suprir as demandas municipais. “Se o SUS tivesse um aporte maior para os municípios, poderíamos investir mais nessa área já que nossos gastos em saúde chegam a R$ 12,5 milhões”, completou.

“Estamos confiantes que vamos sair deste congresso com ações e resoluções concretas sobre a aplicabilidade do SUS para que possamos transformar e tirar os problemas dos papéis e que haja um financiamento ainda maior para os municípios, evitando, assim, o comprometimento de grande quantidade do nosso orçamento com esta área”, ressaltou o secretário Jorge Kafure Júnior.

Ao final das discussões do 2º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul, que termina neste sábado (3), os participantes farão uma “Carta do Congresso” contendo ações desenvolvidas nos 78 municípios, as deficiências de cada um na área da saúde pública, propostas para melhoria do SUS no Estado, enfim, tudo que for proposto durante as discussões será colocado na carta.

Participaram da abertura do congresso o secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, a secretária de estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Beatriz Figueiredo Dobashi, o senador Waldemir Moka, os deputados estaduais Lauro Davi e Marcio Fernandes, o prefeito do Camapuã Marcelo Duailibi e representantes do segmento da saúde dos municípios de Mato Grosso do Sul e suas equipes.