Potências exigem fim de programa nuclear do Irã; país reage a sanções
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Horas após os 27 países que integram a União Europeia (UE) aprovarem um embargo gradual à importação de petróleo iraniano, França, Reino Unido e Alemanha apertaram o cerco ao país exigindo o fim imediato do seu programa nuclear, mas oferecendo um retorno às negociações caso as demandas sejam cumpridas. Em reação, o Irã rejeitou as sanções e voltou a ameaçar fechar o estreito de Hormuz, além de anunciar que responderà às medidas no dia 11 de fevereiro.
"Chamamos a liderança do Irã para suspender suas atividades nucleares imediatamente e respeitar suas obrigações internacionais", disseram os três países em um comunicado conjunto.
Embora as advertências das potências europeias elevem o tom de condenação, Paris, Londres e Berlim sinalizaram um possível retorno às negociações caso Teerã cumpra as demandas ocidentais.
"A porta está aberta para que o Irã entre em negociações sérias e significativas sobre seu programa nuclear", acrescenta o comunicado conjunto.
"Até o Irã voltar à mesa, nós continuaremos unidos com fortes medidas para reduzir a capacidade do regime de financiar seu programa nuclear".
Os Estados Unidos também se pronunciaram e citaram as sanções como um "outro passo positivo para o esforço internacional para aumentar dramaticamente a pressão sobre o Irã", de acordo com um comunicado conjunto assinado pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e a secretária de Estado, Hillary Clinton.
Segundo a emissora britânica de TV BBC, a UE é atualmente o destino final de 20% das exportações do petróleo do país persa.
Bruxelas também fechou acordo sobre o congelamento de bens do Banco Central iraniano e a proibição de todo o comércio com ouro e outros metais preciosos com a instituição e outros órgãos públicos do país, disseram autoridades do bloco.
ESTREITO DE HORMUZ
Em resposta ao embargo gradual imposto pela UE às vendas de petróleo, que, segundo Bruxelas, se concretiza em todos os contratos já assinados com Teerã apenas em julho, o governo iraniano disse que se pronunciará oficialmente no dia 11 de fevereiro e adiantou que as sanções "estão fadadas ao fracasso" e voltou a ameaçar fechar o estreito de Hormuz.
Mohammed Kousari, vice-presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento, disse à agência de notícias estatal Far que, se Teerã fechar o estreito de Hormuz, "os EUA e seus aliados não serão capazes de abri-lo."
Ele acrescentou que "se depois do fechamento do estreito de Hormuz os EUA responderem, no menor tempo possível o Irã desestabilizará o mundo para os americanos e todos os militares serão obrigados a abandonar o Oriente Médio".
Kousari afirmou que "a experiência demonstrou que a maior parte das sanções ocidentais contra o Irã contribuíram para o progresso da nação iraniana".
"Se os ocidentais desistirem de comprar o petróleo do Irã, nós o venderemos a outros países, mas se ocorrer alguma interrupção na venda do petróleo do Irã, seguramente fecharemos o estreito de Hormuz", afirmou o deputado.
Já Ramin Mehmanparast, porta-voz da Chancelaria iraniana, disse que as medidas europeias são "injustas" e "fadadas ao fracasso".
"A ameaça, a pressão e as sanções injustas (...) estão fadadas ao fracasso", e "não impedirão o Irã de obter seus direitos fundamentais" em matéria nuclear", disse.
RÚSSIA
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, condenou e classificou como "unilaterais" as medidas anunciadas pela UE. "As sanções unilaterais não fazem as coisas avançarem", disse à agência de notícias Interfax. "Se o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções coletivas, todos devem respeitar esta decisão sem acrescentar ou tirar nada".
Ele afirmou que a Rússia trabalhará para que "todas as partes se abstenham de tomar decisões bruscas e para que as negociações sejam retomadas".
ISRAEL
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, saudou a decisão da União Europeia e considerou que o bloco "deu um passo na direção correta" ao impor sanções ao país persa.
Em reunião de uma corrente do partido Likud, disse que "ainda é muito cedo" para prever o efeito das sanções, mas deu ênfase na continuidade das pressões ao Irã. Para o premiê, o país persa "está continuamente e ininterruptamente desenvolvendo armas nucleares".
O ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, afirmou que a decisão é "especialmente importante" e que acredita que vai impor um limite para a "liderança iraniana".
ACORDO
O acordo foi fechado após a aprovação da Grécia, o último Estado membro que mantinha reservas sobre a aplicação do veto ao petróleo iraniano, que o país compra em condições muito vantajosas.
Segundo fontes citadas pela agência de notícias Efe, outros membros da UE deram a Atenas "garantias políticas" de que negociarão com outros países provedores para manter o fornecimento em condições semelhantes, devido aos problemas financeiros gregos.
Ao lado da Grécia, Itália e Espanha serão os países mais afetados pela proibição da importação de produtos petrolíferos do Irã. Segundo o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, a Espanha fazia um "grande sacrifício" para apoiar a medida.
TENSÕES
Em resposta às ameaças iranianas de fechar o estreito de Hormuz, o porta-aviões dos Estados Unidos USS Abraham Lincoln cruzou no domingo (22) a rota marítima e chegou ao golfo Pérsico, segundo informou o Pentágono.
O porta-voz do Departamento de Defesa americano, John Kirby, disse que o porta-aviões completou o trajeto "regular e de rotina" na região para "realizar operações previstas de segurança marítima", escoltado pelo cruzador de mísseis USS Cape St. George e por dois destroyers.
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que uma fragata britânica e um navio francês se uniram ao grupo para cruzar o estreito.
Apesar de barcos aliados costumarem participar de exercícios navais dos EUA, a presença britânica e francesa no estreito parece ser uma mensagem ao Irã sobre a determinação ocidental de manter aberta esta via marítima.
Folha Uol/V.H.
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