Domingo 16/06/2024 23:21

Grávida e soropositiva

Brasil - Saúde - Sua saúde

Tenho duas filhas e estou grávida de gêmeos. Eu e meu marido queríamos muito engravidar e planejamos nossa primeira filha. Mas, no sétimo mês, descobri que era soropositiva.” A notícia foi um choque para a vendedora ambulante Silvia*, 31 anos, já que o exame de sangue feito no primeiro trimestre não detectou o vírus HIV. A primeira providência foi parar o pré-natal comum, que fazia em um posto de saúde em sua cidade, Votorantim, interior de São Paulo, para procurar o centro de atendimento especializado em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e aids mais próximo, em Sorocaba. “Foi muito difícil porque minha família é bastante fechada. Eu não queria falar para ninguém, mas também não podia esconder.” A doença nunca se manifestou em Silvia e ela só precisou tomar medicação durante as gestações das suas duas filhas mais velhas para não transmitir o vírus para as meninas, hoje com 2 e 4 anos. O marido, que também descobriu ser portador, está usando o coquetel de remédios há um ano.

Como toda gestante soropositiva, além da medicação, Silvia precisou tomar várias outras medidas para não transmitir a doença para os filhos. A mais difícil delas foi não poder amamentar. Suas filhas receberam fórmula infantil do serviço público durante os primeiros seis meses de vida, período recomendado para o aleitamento materno exclusivo. “Foi a parte mais difícil. As pessoas me perguntavam se eu era a mãe delas e ficavam me olhando feio porque eu não amamentava. Perguntavam o porquê e eu inventava desculpas, dizia que não tinha leite.” Mas Silvia tinha. Agora, grávida de seis meses de dois meninos, ela não quer passar pelo mesmo sofrimento e planeja tomar injeção para inibir a lactação. “Já pedi a receita para o meu médico porque das outras vezes tive muita dor. O leite empedrava, não conseguia encostar no meu peito!”

A gravidez de mulheres soropositivas tem menos riscos se for planejada desde o início. Para que tudo corra bem, os pais precisam estar com a imunidade estável, respondendo ao tratamento, sem infecções genitais e com carga viral indetectável, ou seja, uma quantidade muito pequena de vírus na corrente sanguínea – como provavelmente foi o caso de Silvia no início da primeira gestação, quando o exame não acusou a presença do HIV. “As pessoas que estão doentes normalmente não têm vida sexual ativa nem pensam em gravidez, mas aquelas que têm o vírus e estão bem de saúde podem e devem fazer o planejamento reprodutivo. Hoje elas têm total suporte para isso”, afirma Waldemar Carvalho, ginecologista e obstetra do Centro de Reprodução Assistida em Situações Especiais, que atende casais HIV positivos, e do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids do Estado de São Paulo. Ele atende casais sorodiscordantes (apenas um é portador) e soroconcordantes (os dois são portadores) que querem ter filhos e, quando apenas o homem tem o vírus, ele indica tratamentos que diminuem ainda mais as chances de contágio do bebê, como a lavagem de esperma, uma purificação do sêmen, seguida de inseminação artificial.

Estar preparada para enfrentar o HIV na gravidez é a melhor forma de lidar com possíveis danos que ele pode trazer para a mãe e para o seu bebê. O probema é que muitas mulheres descobrem que são soropositivas apenas ao fazer o exame de sangue no pré-natal, segundo a enfermeira Maria Angela Silva Landroni, do Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids de Santana, bairro da zona norte de São Paulo, ou engravidam sem planejar. Silvia planejou sua primeira gestação, não as duas outras. Mas há mulheres que sabem estar infectadas e cultivam a vontade de ter filhos. “Elas têm os mesmos desejos que outras mulheres e a maternidade é um deles. Os profissionais que as acompanham precisam compreender e possibilitar que essa gestação ocorra no melhor momento e da melhor forma possível.”

99% DE CHANCE DE NASCER SEM O VÍRUS 

Segundo dados do Ministério da Saúde, 47.705 soropositivas engravidaram no Brasil entre 2000 e 2009, número que vem aumentando expressivamente. De 2000 para 2009, ele quase duplicou: foi de 1.820 para 3.136 gestantes por ano. Ao mesmo tempo, a taxa de transmissão de mãe para filho, chamada de vertical, caiu 36,6% de 1998 a 2008 e hoje a estimativa dos médicos é de que, com o tratamento adequado, menos de 1% dos bebês seja infectado pela mãe. Isso pode acontecer durante a gestação (pela placenta), no trabalho de parto, no momento do parto e pelo leite materno, durante a amamentação, que é contraindicada. Sem o acompanhamento médico adequado e a medicação, a chance de transmissão para o bebê é de cerca de 20%, de acordo com estimativas da literatura nacional e internacional.

GNT/ RM

Grávida, soropositiva

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