Sexta-Feira 13/12/2024 14:01

O MS no ranking de gestão dos Estados Brasileiros/2011 do grupo inglês Economist

Estado - Opinião

Imagens: Danilo Fornazari/Infográfico Veja

Um levantamento inédito, que VEJA publicou com exclusividade, revela quais são os estados brasileiros mais preparados para receber o fluxo recorde de investimento estrangeiro que chega ao país graças à estabilidade econômica interna e à proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

O Mato Grosso do Sul – MS, apresentou na avaliação do Economist os seguintes indicadores principais:

  • População: 2.449.024
  • PIB Estadual: 40.653 (R$ Bilhões)
  • Renda Per Capita Média: 9.701 (R$)
  • Renda Per Capita Mediana: 6.024 (R$)

Na avaliação geral das oito categorias o MS foi excelente em quatro delas: ambiente político, ambiente econômico, política de investimentos estrangeiros e sustentabilidade e com isso conquistou o 9º lugar entre os 27 Entes da Federação estando, portanto, dentro de um terço do Brasil onde estão os melhores avaliados.

Com 45,3 pontos de avaliação, praticamente 10% acima da média nacional que foi de 41,3, deixou para trás outros Estados da Região Centro-Oeste (GO: 12º e MT: 14º), perdendo nesse item apenas para o DF (6º).

Este é um forte indicativo de que o Estado está no caminho certo!

É preciso verificar também que 14 Estados ficaram abaixo da média na avaliação geral, o que demonstra o “estado de crescimento” que o MS tem promovido nos últimos anos.

Na realidade em apenas três indicadores: consistência do sistema tributário, gastos privados com P&D e pedidos de patentes é que o Estado não apresentou nenhum resultado.

Isso representa apenas 12% do que foi avaliado.

Afinando estes quesitos verificamos ainda que dois deles pertencem ao setor privado e apenas um esta diretamente ligado ao Poder do Estado, mas nada impede que o MS desenvolva mecanismos e políticas públicas que estimulem o setor privado a gerar resultados em pesquisa e desenvolvimento e consequentemente em registros e patentes.

Nada impossível de ser feito!

Outros sete indicadores: tamanho de mercado, desigualdade de renda, oferta de mão de obra especializada, graduados em universidades, qualidade da rede de telecomunicações, qualidade da rede de estradas e gastos públicos com P&D apresentaram ¼ do resultado máximo o que, apesar de demonstrar que já existem ações nesse sentido, elas ainda não geram resultados expressivos e que portanto necessitam ser melhoradas, mas já apresentam resultados positivos de crescimento.

Em 15 dos 25 indicadores utilizados pelo Economist o MS está avaliado como bom e muito bom o que quer dizer que pelo menos em 60% dos quesitos o Estado está bem avaliado e apresenta bons resultados, razão pela qual aparece na 9ª colocação, deixando para trás o dobro de entes da Federação (18).

Precisamos sem dúvida nenhuma levar em consideração que o Estado de Mato Grosso do Sul, é indiscutivelmente novo se comparado com os demais Estados da Federação e principalmente se comparado com os Estados que tiveram uma avaliação melhor do que o MS: ES (8º), SC (7º), DF (6º), PR (5º), RS (4º), MG (3º), RJ (2º) e SP (1º).

Estamos caminhando para a maturidade do desenvolvimento com a certeza de termos: estabilidade política, crescimento de mercado, abertura de empresas e plano estratégico ambiental bem definidos e dando suporte ao crescimento e a tudo mais que precisa melhorar.

Com estes resultados todos é certo afirmarmos que o Estado caçula da Federação, o mais novo entre os 27 entes federados, está mostrando a que veio e principalmente, que está em pleno desenvolvimento.

Vejamos as categorias e seus resultados:

1. Ambiente Político

O MS teve uma boa avaliação nesta categoria, ficando com 66,7 pontos, empatado com MG, e ocupando o 3º lugar no ranking dos Estados, estando bem acima da média nacional que foi de 49,7 pontos, perdendo apenas para RS e SP, primeiro e segundo colocados, respectivamente.

Dos três indicadores analisados a estabilidade política foi avaliada com nota integral de 100 pontos ficando com metade da nota nos outros dois indicadores: corrupção e burocracia.

Este resultado, sem dúvida podemos atribuir aos recentes e impactantes casos de corrupção na cidade de Dourados que chamuscou também a imagem dos outros poderes estaduais, provocando grandes e positivas mudanças no Estado.

A Região Centro-Oeste como um todo foi bem avaliada nesta categoria, com 54,9 pontos, também acima da média nacional.

2. Ambiente Econômico

O MS ficou em 13º colocado com uma avaliação de 50 pontos, milimetricamente abaixo da média nacional que foi de 50,3, empatado com AM, PE e RO.

Estatisticamente houve muito empate nessa categoria e seguindo esta linha de visão, o MS ficou empatado em 5º lugar, enquanto outros 6 Estados empataram em 4º lugar e 3 em 3º lugar.

Nos quatro indicadores utilizados o destaque fica para a pontuação integral alcançada no crescimento do mercado que por sua vez puxou o aumento da renda per capita média, mas ainda assim ficamos com um resultado de 25 pontos nos indicadores de tamanho do mercado e desigualdade de renda.

Podemos, sem dúvida, atribuir o fraco resultado nos dois últimos indicadores por conta da mudança na matriz econômica do Estado que ainda está em desenvolvimento.

A Região Centro-Oeste foi avaliada com 56,3 pontos ficando, portanto, acima da média nacional.

3. Regime Tributário e Regulatório

Entre os dois indicadores avaliados nesta categoria, a avaliação da abertura de empresas chegou a 75 pontos, deixando o MS em 8º lugar (que na verdade é um 2º lugar, porque há um empate entre 5 estados nessa colocação), 55,6% acima da média nacional que foi de 24,1.

Resultado este que foi 50% melhor do que o do Estado de SP, 1º lugar geral no estudo; igualmente melhor ainda que CE, DF, GO, PB, PR e TO e ainda 75% melhor do que AM, MT, PA, PE, RN, RS, SC, AC, AP, MA e PI (sendo estes 4 últimos com nota zero), que ficaram abaixo da média nacional.

O MS ficou ainda em pé de igualdade com RO, MG, ES, e BA, todos empatados em segundo lugar, perdendo apenas para outros 4 Estados também empatados em primeiro lugar: AL, RJ, RR e SE que foram apenas 1/3 melhores neste resultado. Isso porque a consistência do sistema tributário estadual de MS deixou muito a desejar recebendo a nota zero.

4. Política de Investimentos Estrangeiros

O Estado teve uma boa avaliação nos dois quesitos: 50 pontos nos incentivos para investimento e 66,7 nas políticas para o capital estrangeiro, o que garantiu um bom desempenho nesta categoria e que demonstra que o Estado está em franco crescimento no que diz respeito a investimentos e à mudança da matriz econômica.

O MS aparece no infográfico na 14ª colocação, mas na realidade esta posicionado no 4º lugar com 58,3 pontos, empatado com CE, MT, PA e SE, ficando 3,15% abaixo da média nacional.

Empatados em 3º lugar, com 70,8 pontos estão: AM, BA, DF, ES, GO, PE, PR e SC, em 2º lugar esta o RS com 87,5 pontos e empatados no 1º lugar, com a totalidade dos pontos, estão: MG, RJ e SP.

Estatisticamente, apenas 11 Estados tiveram um resultado melhor do que o do Mato Grosso do Sul e dez outros Estados tiveram avaliação abaixo da média nacional.

Em linhas gerais a Região Centro-Oeste ficou bem avaliada com 64,6 pontos, 7,3% acima da média nacional que foi de 60,2 pontos.

5. Recursos Humanos

Apesar de aparecer em 12º lugar nessa categoria, o MS apresenta o resultado de 33,3 pontos, empatado com GO, MT e PE que representa um 6º lugar real, ficando apenas 4,5% abaixo da média nacional de 34,9 pontos.

Perdeu apenas para GO, ES, BA, AM que empataram com 41,7 pontos, DF, PR, SC e RS, também empatados em 58,3 pontos e MG com 75 pontos, RJ com 83,3 pontos e SP com 91,7 pontos.

Em termos de Região, perdeu para DF e GO e empatou com MT.

Entre os três indicadores avaliados sobre a mão de obra disponível, ficou evidente que o Estado ainda precisa investir muito em capacitação para acompanhar o ritmo de crescimento da mudança de matriz econômica, pois a industrialização exige, e não pode esperar, mão de obra qualificada, pois a avaliação dos indicadores de oferta de mão de obra especializada e graduados em universidade recebeu apenas 25 pontos enquanto a produtividade da mão de obra foi avaliada em 50 pontos.

É pouco, mas é possível mudar esses resultados e podemos ver que esta necessidade já faz parte da visão dos políticos do Estado que conseguiram grandes investimentos para o MS no decorrer de 2011, mas que vão realmente começar a acontecer a partir de 2012 em diante, pois em grande parte, diz respeito a investimento em infraestrutura, que não ocorre fisicamente do dia pra noite.

6. Infraestrutura

Sendo o 11º Estado na lista do Economist nessa categoria, na realidade o MS aparece empatado com AL, GO, MG, PB e SE em 5º lugar com 25 pontos estando 10,13% acima da média nacional que foi de 22,7 pontos. Em 4º lugar estão empatados ES e SC, em 3º o PR, em 2º, empatados RJ e RS e em 1º lugar empatados DF e SP com 75 pontos.

Assim, resumidamente, temos que existem apenas sete Estados com avaliações melhores do que o MS dentre os 27.

A avaliação da infraestrutura de estradas e telecomunicações foi muito pequena, chegando apenas a 25 pontos, demonstrando que o Estado precisa melhorar os “caminhos” sejam eles físicos ou virtuais para o crescimento, mas, mais uma vez esbarramos na questão da infraestrutura que demora a ser implantada muito mais do que qualquer outro investimento e portanto a melhoria nestes resultados poderá ser conseguida muito em breve com a conclusão dos atuais investimentos com a Ferroeste, por exemplo.

7. Inovação

Dos cinco indicadores apresentados nesta categoria de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) foi encontrada uma modesta presença de infraestrutura e de incentivos fiscais que não ultrapassaram 50 pontos e verificado que não existe investimento privado em P&D tão pouco existem pedidos de novas patentes, característicos do desenvolvimento de P&D e que o investimento público ainda é muito pequeno.

No infográfico o MS aparece em 13º lugar, mas na realidade é 7º colocado com 25 pontos, empatado com ES, GO, MT, PB e SE que estão todos 4% abaixo da média nacional que foi de 29,6 pontos.

Empatados em 6º lugar ficaram BA, CE e PE com 30 pontos; com 45 pontos e empatados em 5º lugar também aparecem AM, PR e SC; em 4º lugar RS com 50 pontos, 3º MG com 65 pontos, 2º RJ com 80 pontos e em 1º SP com 95 pontos.

O Estado de MS ficou ainda 5% acima da média da Região Centro-Oeste nessa categoria.

8. Sustentabilidade

Na área ambiental o MS pode considerar-se bem estabelecido, pois conseguiu uma ótima avaliação no indicador de plano/estratégia ambiental e os outros três indicadores: incentivos fiscais para a sustentabilidade, qualidade da legislação ambiental e regulador ambiental, foram avaliados com 50 pontos ou mais, tendo este último alcançado 66,7 pontos.

Com estes resultados conquistou o 3º lugar real na categoria apesar de aparecer como 11º colocado, isso aconteceu porque aparece empatado com GO com 66,7 pontos que é 12,29% maior do que a média nacional; também porque DF, MT e PR estão em segundo lugar, empatados com 75 pontos e ainda porque AM, MG, PE, RS, SC e SP estão empatados na primeira colocação com 81,3 pontos.

Nessa categoria o MS foi melhor do que 16 outros Estados da Federação, sendo 15 deles com resultados abaixo da média.

Nessa categoria o Centro-Oeste como um todo ficou muito bem posicionado com 70,8 pontos, 19,19% acima da média nacional que foi de 59,4 pontos.

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