Capacitação continuada de professores, estratégias pedagógicas e envolvimento de estudantes e seus familiares. Estes são alguns dos fatores para os resultados de sucesso conquistados pela Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande. Com o início das aulas no próximo dia 7 de fevereiro, equipes técnicas e pedagógicas já estão reunidas com o objetivo de avaliar os pontos positivos e negativos de 2010, para a partir daí traçar o planejamento do ano letivo de 2011.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Maria Cecilia Amendola da Motta, entre os destaques da Reme estão o aumento do índice de aprovação e a queda na reprovação e evasão escolar. “Nosso objetivo é único: fazer com que o aluno aprenda. E isso depende quase que totalmente dos professores e toda a equipe que participa do dia a dia desses alunos”, avaliou.

Para que estes resultados sejam alcançados, a Semed investe maciçamente na capacitação continuada dos docentes, em projetos como o Proletramento, com foco nas disciplinas de matemática e língua portuguesa para o aprendizado de alunos do 3º ano; o Gestar, que também objetiva o aperfeiçoamento dos professores que atuam no 3º ano.

Destaques 2010 – Conforme informações da Superintendência de Políticas Públicas da Semed, o planejamento estratégico e acompanhamento são os ingredientes para números expressivos em aprendizado dos estudantes. Isso se reflete em premiações que destacam as escolas do município.

Uma delas é a Escola Municipal Professor Arlindo Lima, que tem alcançado um dos menores índices de reprovação na avaliação externa da Semed (cerca de 3%). Com localização central e 720 alunos matriculados, o lema da administração é “Planejamento e organização”.

Segundo o diretor, Aristóbulo dos Anjos Castro, a capacitação é fundamental para alcançar os índices propostos pelo Ministério da Educação (MEC). “Além das capacitações oferecidas pela Semed nossos professores investem no autoconhecimento e todos trazem no currículo pós-graduação na área de educação” comentou.

Outro ponto ressaltado pelo gestor foi que o acompanhamento da equipe técnica é constante e mensurado por um caderno de sala, no qual são relatadas faltas, atrasos, indisciplinas, além das atividades desenvolvidas por todos os professores. “Nós procuramos o auxilio dos responsáveis e os mantemos informados sobre o cotidiano dos filhos. Para isso, contamos com a ajuda da Associação de Pais e Mestres (APM) e do Conselho Escolar”, revelou Castro.

A professora Lorena Bergoli Kirst é presidente do Conselho Escolar e, há 12 anos, ministra aulas na disciplina de Ciências, do 6º ao 9º ano e concorda com o diretor, que o principal motivo do índice positivo de aprovação entre os alunos é o comprometimento de toda equipe, além da avaliação dos alunos em todos os aspectos do conhecimento.

“As capacitações oferecidas pela Semed nos proporciona troca de experiências e dinâmicas diferenciadas para cada disciplina. Como conseqüência tivemos uma avaliação positiva no aprendizado e também em concursos, como o da campanha “Escola Limpa”, na qual tivemos uma aluna que foi escolhida pela letra criada para o jingle”, elogiou a educadora.

Outro ponto elencado por Lorena é a avaliação bimestral a qual os alunos são submetidos com provas de 20 questões, todas contextualizadas em textos, promovendo ainda a interpretação de texto. “Não treinamos alunos para avaliações do Ideb, Provinha Brasil ou Avaliação Externa e, sim, reforçamos o aprendizado nos moldes atuais de avaliação. Desta forma, quando chega o período da avaliação do MEC, os alunos estão tranqüilos para participar da avaliação”, explicou.

Premiação nacional – Outra premiação que é resultado de estratégia de ensino foi conquistada pela Escola Professor Múcio Teixeira Júnior, localizada na Vila Carlota. Trata-se do Prêmio Educar para Igualdade Racial, cuja quinta edição foi promovida em dezembro de 2010, com parceria do Banco Real-Santander, Sesc e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert).

O concurso avaliou projetos desenvolvidos pelas escolas públicas de todo o país, voltados ao tema da diversidade na etnia racial. Foram selecionados 780 trabalhos entre 33 finalistas. A escola de Campo Grande se destacou pelo trabalho com o Quilombola Tia Eva, com o tema: “Comunidade quilombola Tia Eva: o cabelo como forma de expressão”.

Segundo a diretora, Cléia Aparecida Freitas Siqueira Côrrea, foi muito gratificante receber a notícia que a escola foi a grande vencedora, na categoria gestão escolar. “Este prêmio é de toda a equipe técnica. Nossos professores trabalham o tema há quatro anos. Tenho que fazer um agradecimento especial ao professor Djair Antunes Geraldo Filho, coordenador do projeto”, revelou a educadora.

Comemoração - Questionada sobre a comemoração da premiação, Cléia comentou que, com a volta às aulas, é que a equipe poderá compartilhar com os alunos e familiares, pois a entrega do premio de R$ 15 mil foi feita em 14 de dezembro, na cidade de São Paulo (SP). “Um dos principais objetivos que estamos realizando com a premiação é a compra de material pedagógico para alunos e professores realizarem novos projetos e estender o tema da diversidade racial aos estudantes do 1º ao 5º ano”, revelou a diretora.

Segundo a supervisora Carla de Moraes Cristaldo, a equipe técnica já está preparada para a volta às aulas juntamente com os professores. Entre as estratégias utilizadas para um resultado positivo no aprendizado, está o de buscar o envolvimento dos pais e responsáveis. “Nós ensinamos os pais a criar uma rotina de estudo para os filhos e, também, contamos com ajuda de um grupo muito especial de estudantes, os líderes de sala”, informou.

A diretora resume em uma frase as conquistas da Escola Municipal Professor Múcio Teixeira Júnior, que tem atualmente 800 alunos matriculados, atendendo moradores da Vila Carlota, Rita Vieira, Vilas Boas, Jardim Mansur, Itamaracá, entre outros. “Trabalhar em equipe proporciona o desenvolvimento constante da escola, do corpo técnico e dos alunos. Temos aqui pais que já foram alunos ou professores e alunos que também são educadores, comprovando a confiança no trabalho do grupo”, avaliou Cléia Côrrea.