O Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Mato Grosso do Sul e o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL) promovem hoje e amanhã (8 e 9)  duas oficinas para aprofundamento das discussões sobre as políticas para APLs no Brasil. Os encontros acontecem no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande. Os organizadores querem discutir as possibilidades das políticas para APLs adotadas no Brasil, propor alternativas de aprimoramento, e encaminhar alternativas sobre como podem ser vencidos os gargalos no acesso ao crédito.

A realização das oficinas é uma iniciativa conjunta do GTP APL, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Secretaria de Arranjos Produtivos e Inovativos e Desenvolvimento Local (SAR) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Neste primeiro dia, das 14h às 19h, será ministrada a Oficina “Política para Arranjos Produtivos Locais”, quando será apresentado e debatido um estudo encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chamado “Mapeamento e análise das políticas para arranjos produtivos locais no Brasil”. O trabalho envolveu 180 pesquisadores em todo o Brasil, sob a coordenação de professores doutores vinculados à Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist). Em Mato Grosso do Sul o estudo foi conduzido pela UCDB.

Amanhã (9), acontece a segunda oficina, com o tema “Superando Dificuldades no Acesso ao Crédito”. A discussão começa às 9h e termina às 12h30. Na programação está prevista a realização de mesa redonda para apresentação das linhas de créditos para empreendimentos organizados em APLs e das experiências de acesso a serviços financeiros. O governo do Estado, empreendedores e instituições financeiras participam do debate, com presenças confirmadas de representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

As oficinas estaduais são um primeiro passo para ampliar o alcance do debate sobre as políticas para fomentar os APLs no País. A ideia é aprofundar a discussão nessas reuniões de trabalho dos Núcleos Estaduais, juntamente com a base interessada, na qual a equipe de pesquisa de cada estado apresenta seus resultados. Representantes governamentais, parlamentares, entidades integrantes do Núcleo Estadual, instituições de crédito e acadêmicos são o público-alvo das oficinas.

Depois dessa etapa, a discussão avançará para seminários regionais em todo o País, e, na fase seguinte, deverá ocorrer um seminário nacional.   

APL

Arranjos produtivos locais são agrupamentos de indústrias/empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam mesma especialização produtiva e mantêm vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si. Contam com apoio de entidades, como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

Em Mato Grosso do Sul o Núcleo Estadual de Apoio às APLs conta com representantes das Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Agrário, da Produção da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), e do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento e da Ciência e Tecnologia (Semac); Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer); Fundação de Trabalho e Qualificação Profissional de Mato Grosso do Sul (Funtrab); das Federações de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems); e dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Fetagri/MS); o Serviços Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso do Sul (Senai/MS), e Sebrae; a Embrapa, com seus centros de Pesquisa de Gado de Corte, de Pesquisa Agropecuária Oeste, e de Pesquisa Agropecuária do Pantanal; as universidades Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federal da Grande Dourados (UFGD), Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Uniderp e UCDB; a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul); o Banco do Brasil; e a Caixa Econômica Federal.

Instituído em 2007, por decreto do governador André Puccinelli, o Núcleo Estadual surgiu do interesse do atual governo em buscar ações integradas de políticas públicas direcionadas para os APLs, visando ao aumento do emprego e da renda, e à diminuição das desigualdades regionais e sociais. Em vez de ação individualizada, a aposta foi valorizar a cooperação entre os agentes governamentais e não-governamentais, o aprendizado coletivo, o conhecimento e a capacidade de inovação dos agentes econômicos, que participam dos processos produtivos. A articulação quer implantar novos APLs e consolidar os que já existem.

As atividades do Núcleo estadual estão em sintonia com as ações de âmbito nacional, onde o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), composto por 33 instituições governamentais e não-governamentais, é responsável pelas diretrizes de atuação coordenada do governo no apoio aos Arranjos Produtivos Locais.