De milionário a vendedor de alface, Marcio Noronha diz o que esperar da bolsa
Brasil - Economia - Ações
Antes dos trinta, o carioca Marcio Noronha ganhou rios de dinheiro na bolsa, mas perdeu tudo pouco tempo depois. Ele tentou ser empreendedor no Paraguai e chegou a vender alfaces para pagar as contas da família. Determinado a fazer fortuna, Noronha voltou para o mercado financeiro e aprendeu as artimanhas da análise gráfica - desta vez para não sair mais da renda variável.
Do céu ao inferno, foram muitos os episódios que marcaram a vida do sócio e analista técnico da Rico, um economista que não lê notícias e só toma decisões no rastro desenhado pelos gráficos. Em entrevista à EXAME.com, Noronha conta seus altos e baixos, sublinha a importância de limitar as perdas e compartilha suas expectativas quanto ao desempenho do Ibovespa, que pode, na sua visão, chegar aos 35.700 pontos.
O começo de tudo
Comecei a trabalhar em 1966 naquela que era a maior corretora do Brasil na época. Primeiro fui para a área de compra e venda de títulos, que ainda engatinhava, e depois atuei como operador. A partir daí comecei a investir na Bolsa do Rio e peguei um enorme ciclo de alta. Era uma fase em que todas as operações davam certo: tudo que você comprava subia.
Ainda não tinha completado 30 anos, mas já ganhava muito dinheiro. Em pouco tempo acumulei um patrimônio enorme. Passei a fazer viagens internacionais, investi em obras de arte, adquiri carros, comprei uma casa no Leblon. Era filho de classe média e de repente fiquei rico.
A primeira derrocada
Quando começou a onda especulativa que derrubou a Bolsa do Rio em 1971, eu levei apenas seis meses para quebrar totalmente. Se você acredita que o país vive um boom, você associa o comportamento das ações àquele momento. Delfim Netto taxara aquele ano como o do milagre econômico – e foi justo quando o mercado tombou.
Em 2008 também sofremos com a crise. E isso no ano em que o Brasil ganhou o investment grade. Por isso, uma boa notícia não é necessariamente prenúncio de alta. Em 71 foi assim, ganhei sem saber como e perdi da mesma forma. Eu operava alavancado, então tive que vender tudo rapidamente para fazer frente aos prejuízos que tinha à medida que as operações a termo iam vencendo.
Chegou o momento que eu não tinha mais do que me desfazer. Os amigos também desapareceram. Eu tinha uma vida social intensa e foi tudo para o vinagre. Se eu não estivesse tão alavancado talvez não tivesse sofrido tanto. Hoje eu só opero à vista. E aconselho as pessoas a fazerem o mesmo.
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