Dólar atinge R$ 1,89 no fechamento; Bovespa cai 5,48%
Brasil - Economia - Cotação
O dólar comercial, utilizado para o comércio exterior, foi negociado por R$ 1,895 após as 16h (hora de Brasília), em forte alta de 1,60% nesta quinta-feira. Somente neste mês, o preço da divisa americana já acumula um aumento de 18,96%.
Ainda operando, a Bovespa sofre perdas de 5,48%, aos 52.915 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,66 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York recua 4,45%.
No caso da moeda americana, trata-se da maior cotação de fechamento desde setembro de 2009, mas ainda não foi o ‘pico’ do dia.
Logo pela manhã, a taxa de câmbio bateu R$ 1,963 por volta das 9h30 (hora de Brasília. Pouco depois, pouco depois das 10h, o Banco Central anunciou uma operação inédita desde 2009: uma venda de dólar no mercado futuro de moeda (via um leilão de ‘swap’ cambial), mas que não altera o volume das reservas internacionais do país.
Dos 112.290 contratos oferecidos pelo BC, os agentes de mercado tomaram pouco mais de 55 mil, numa operação calculada em US$ 2,7 bilhões. Em nota à imprensa, a autoridade monetária afirmou que ‘poderá voltar a atuar, a qualquer momento, de modo a assegurar condições apropriadas de liquidez nos mercados de câmbio’.
‘Temos que lembrar que o Banco Central não entra somente para comprar, ele pode vender também. Acho que quando o dólar bateu R$ 1,95, tocou num preço além do tolerável [para as autoridades econômicas]’, diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora.
‘Creio que o mercado interpretou a alta de hoje não como uma tendência mas como um movimento pontual. Como eu já disse para alguns clientes hoje de manhã, e muita gente no mercado tem dito, os fundamentos econômicos [do Brasil] não mudaram e, sinceramente, acho qualquer comparação com [a crise de] 2008 descabida’, acrescenta.
A disparada dos preços da moeda já é comparada por alguns à volatilidade de 2008, quando a cotação da moeda americana oscilou em torno de R$ 2,40.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 2,07 (alta de 5,6%) e comprado por R$ 1,870. E na BM&F, o contrato futuro de dólar para dezembro apontou uma taxa de R$ 1,910 (número preliminar).
ECONOMIA MUNDIAL
O ânimo dos mercados segue abalado pelas perspectivas sombrias da economia mundial. Ontem, o plano de US$ 400 milhões do banco central dos EUA (Federal Reserve) gerou frustração entre uma parcela dos investidores, que esperavam medidas mais ousadas. Outra parcela se assustou com a advertência dessa autoridade monetária para os ‘riscos significativos’ para o crescimento do país.
O dia também foi repleto de declarações contundentes dos representantes de alguns dos principais organismos mundiais e dos principais grupos econômicos.
‘Uma crise feita no mundo desenvolvido poderia se tornar uma crise para países emergentes. Europa, Japão e EUA têm de agir para enfrentar seus grandes problemas econômicos antes que eles se tornem problemas maiores para o resto do mundo’, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Sentenças no mesmo sentido foram disparadas pelas lideranças do Reino Unido e de seis dos membros do G20 (grupo dos países mais desenvolvidos), em um comunicado divulgado hoje.
‘Para muitas economias avançadas a saída de uma recessão profunda será difícil. (...) Isto terá um impacto nos mercados emergentes, e a capacidade de manobra é mais limitada que em 2009’, advertiram.
DÓLAR MAIS CARO
Há vários fatores apontados por analistas do mercado para (tentar) explicar a disparada dos preços: o medo de um calote da Grécia (e os efeitos nocivos desse evento para o sistema bancário europeu); a perspectiva de juros ainda mais baixos nos próximos meses (o que reduz o apelo para que grandes investidores estrangeiros migrem capital para cá), e finalmente, movimentos especulativos, executados no mercado futuro de moeda, mas que afetam os preços no segmento à vista.
Em um cenário internacional de maior incerteza, tradicionalmente investidores correm para os chamados ‘portos seguros’: o dólar e o ouro.
A commodity metálica é um refúgio histórico para aqueles que buscam se proteger contra as turbulência da economia mundial. Já o dólar é a moeda em que os ativos mais seguros do planeta são negociados: os títulos do Tesouro dos EUA.
Por outro lado, economistas também destacam vários motivos que podem levar a taxa cambial a mudar de rota no curto ou no médio prazo: as reservas internacionais robustas do país e o controle dos gastos públicos, o que reforça a credibilidade do país como alternativa viável para o capital externo; além do fato de que os juros brasileiros, apesar do viés de baixa percebido pelo mercado, ainda seguem como os mais altos do planeta.
Por enquanto, no entanto, a volatidade ainda deve mandar nos mercados: conforme as autoridades europeias já indicaram uma solução para o imbróglio grego não deve aparecer antes de outubro. Por esse motivo, acreditam, a taxa cambial deve continuar pressionada.
Folha Online/ V.H.
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