Comércio paraguaio avança em direção ao Brasil
Comércio e Serviços - Expansão Demográfica Urbana na Fronteira
A economia aquecida em Salto del Guairá, Paraguai, tem gerado uma expansão demográfica urbana na fronteira com o Brasil, especialmente em municípios brasileiros na linha “seca”, como Mundo Novo (MS).
Ocorre que muitos empresários brasileiros ou estrangeiros que investem em Salto se instalam no Brasil, tanto que Mundo Novo é conhecido pelos paraguaios como “Unidade Habitacional de Salto”.
Além disso, trabalhadores brasileiros acabam indo trabalhar no Paraguai.
Se de um lado a economia brasileira perde com isso, pelo fato de estar sendo aplicado dinheiro em empresas no estrangeiro, de outro os brasileiros que residem na fronteira, pela empolgação do presidente da Associação Comercial de Mundo Novo (MS), Vanderley Rankel, mais ganham do que perdem.
Rankel explica que, como os comerciantes se instalam no Brasil, onde também estão os trabalhadores que vão para o Paraguai, o dinheiro que é arrecadado lá, seja com a mão de obra, seja com as empresas, acaba sendo aplicado na região.
“Muitos empresários de Salto que moram aqui estão construindo e alugando casas em Mundo Novo.O que a gente perde de vendas, recuperamos nesta área (imobiliária) e também com o turismo, porque as pessoas que vão comprar em Salto passam em Mundo Novo, onde almoçam, ficam em hotéis”, cita.
Mundo Novo
O crescimento em Mundo Novo começou a ser percebido nos últimos três anos, diz o empresário.
Ele acredita que isso tem ocorrido pela estabilidade da economia, mas cita ainda o preço do dólar também como fator.
“A moeda estável melhorou as vendas no Paraguai e na região a área de construção”, comenta.
A população, que era de cerca de 15 mil habitantes em Mundo Novo, agora já atinge 17 mil.
“Seis loteamentos estão em andamento nos últimos dois anos”, comenta Rankel.
Ele acredita que em torno de 400 pessoas trabalham em Salto.
Em média, 50 empresários que moram em Mundo Novo trabalham em Salto.
Terrenos de US$ 1 milhão
Se o crescimento em Mundo Novo é grande, em Salto del Guairá ele é assustador.
A área urbana de Salto, que era de 970 hectares há cinco anos, agora é de 2,7 mil hectares.
Um terreno no centro de Salto custa hoje em média US$ 1 milhão, na zona residencial ele sai por cerca de U$S 250 mil e na área habitacional mais popular em torno de US$ 80 mil.
Este último imóvel, há cerca de dez anos, custava em torno de US$ 2,5 mil.
O comércio está indo para a fronteira, informa o repórter paraguaio Jose Duarte, mas a expansão demográfica é para todos os lados.
Para se ter uma ideia, dois shoppings foram construídos na fronteira; está em andamento a construção de um supermercado e de outro shopping, que promete ser o maior do Paraguai; e, ainda, um shopping da cidade deve ser mudado para a fronteira.
Proximidade deixará segurança mais frágil
Paralelamente ao crescimento demográfico, aumenta a proximidade das populações, o que deixa a segurança mais frágil.
No momento, por exemplo, está sendo construído o asfalto na estrada que liga Salto del Guairá ao aeroporto do município, que fica próximo à fronteira com o Brasil.
Do aeroporto à fronteira a distância é de cerca de três quilômetros.
A rota é bastante usada por turistas, especialmente quando desejam desviar da fiscalização.
Pelo caminho o turista pode sair na Receita ou em Japorã (MS).
Em relação ao caminho tradicional, são apenas dois quilômetros a mais.
Com o asfalto o trecho deve ser mais utilizado.
O presidente da Associação Comercial de Mundo Novo, Vanderley Rankel, diz que o crescimento urbano de Salto em direção à fronteira é positivo economicamente, mas reconhece que a segurança fica mais frágil.
“Fica mais difícil fiscalizar, ainda mais na fronteira ‘seca’.
A longo prazo podemos ter problemas”, menciona.
Polícia Federal prevê problemas
O movimento nas fronteiras ‘secas’ de Pedro Juan Caballero (PY) e Ponta Porã (MS) e Coronel Sapucaia (MS) e Capitan Bado (PY), em razão dos comércios na linha divisória das cidades, irá ocorrer em cinco anos na fronteira entre Salto del Guairá e Mundo Novo.
A afirmação é do delegado de Polícia Federal em Guaíra, Erico Saconato. Ele revelou ontem (21) à reportagem de O Presente que já esperava o avanço do comércio para a fronteira.
“Em 2008 fiz informes dizendo que tínhamos conhecimento, por investigação, que grupos, geralmente estrangeiros, teriam adquirido terras dos dois lados, brasileiro e paraguaio. A intenção destes grupos é de construir na linha de fronteira e fazer de Mundo Novo o que ocorre em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã e Coronel Sapucaia e Capitan Bado, uma rua dividindo o comércio dos dois países. Pode ter certeza, esta é uma afirmação minha como morador, que em cinco anos teremos todo o comércio migrando para a fronteira, tanto do lado brasileiro como o paraguaio. Não sei se vai ser respeitada a lei brasileira que delimita algumas questões de construções na fronteira, mas considerando o que temos em Coronel e Ponta Porã, teremos logo todo o comércio de Salto e Mundo Novo na fronteira”, prevê o policial.
Redação/O Presente/DF
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