O Real Madrid virou o jogo sem alarde, deixou o Barcelona para trás e acertou a contratação de Neymar - que chegará ao clube depois da Olimpíada para começar junto com o time a temporada 2012/2013 . A reunião em que a papelada será assinada deverá ser realizada nesta segunda-feira em São Paulo. Neymar convocou uma entrevista coletiva para às 17 horas, na capital.

Fontes do Real e do Santos confirmam em off que não há mais como a negociação fracassar. E só não falam abertamente sobre o caso porque os documentos ainda não foram assinados.

O Barcelona, que aceitara pagar 60 milhões (cerca de R$ 143 milhões) pelo craque, acabou preterido por causa de um deslize: o clube catalão negociou e se acertou com o Santos, mas não conversou com Neymar.

O comportamento do presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro no domingo, no Pacaembu, foi um sinal claro de que Neymar vai para Madri.

O pai do craque confirmou no Pacaembu que esteve com o filho no Hospital São Luiz sexta-feira à noite, mas disse que foi por "motivos particulares". Neymar também fez sua parte e disse ainda no gramado, logo após o clássico, que esteve no hospital para um "exame familiar".

Em Madri, Carlos Diez, chefe do departamento médico do Real Madrid, foi flagrado por um fotógrafo do jornal As no fim da manhã, quando desembarcava do voo que pegou em São Paulo. 

Diez supervisionou os exames feitos por Neymar na unidade Morumbi do Hospital São Luiz na noite de sexta-feira e início da madrugada de sábado. O craque foi submetido a uma bateria de testes chamada "pré-Uefa" e que incluiu até um exame ergométrico. O pai de Neymar e seu procurador, Wagner Ribeiro, também estavam no hospital.

O Estadão apurou que o Real tem dois representantes no Brasil desde o dia 5. São Javier Farré, diretor jurídico, e Julio Senn, advogado que já trabalhou no clube e hoje tem escritório que conta com clientes como Ronaldo.

A reviravolta para cima do Barça começou a ser arquitetada dia 4, assim que o Real tomou conhecimento de que o rival esperava receber na manhã seguinte a documentação da transferência assinada pelo Santos.

Houve um contato telefônico com o clube brasileiro e uma nova proposta foi feita, o que paralisou a operação com o Barça. Naquela mesma noite o presidente Florentino Perez despachou na surdina Farré e Senn para São Paulo. Eles se juntaram a Marco Motta, advogado de Wagner Ribeiro, e foram costurando o acerto com o Santos e o jogador.

Sem saber que o inimigo agia silenciosamente, o presidente do Barça, Sandro Rosell, mostrava otimismo sobre a possibilidade de definir a contratação. Perder essa batalha no Brasil, onde tem muito mais contatos do que qualquer dirigente do Real pois viveu aqui quando era diretor da Nike, é duro golpe para ele.