Pioneiros, coisa nenhuma!
Estado - Entretenimento - Criminalista
Dourados é uma cidade brasileira com climas diferentes aos extremos, lugar onde fazendo calor, é de matar nordestinos. Entretanto, mudando para a temperatura fria, nenhum sulino coloca defeito. Os sotaques e gírias, graças aos migrantes, têm o som de muitas regiões. Urbanamente cresceu, seguindo organogramas da iniciativa privada. Politicamente, permite que poucos douradenses natos a representem em todos os poderes.
Às vezes, sua população, democraticamente, tem sufragado votos em verdadeiras aberrações. Mas, sendo uma sociedade em formação, muitos dos seus habitantes migraram, se destacando a nível nacional. Desbravada por pioneiros gaúchos, foi administrada pelos experientes mineiros, paranaenses e paulistas. Desmembrada do município de Ponta Porã, resultou tornar-se a maior urbe no interior do estado.
No século vinte, Dourados foi um povoado, cuja economia firmou-se na monocultura agrícola e no manuseio da pecuária de corte. Porém, seus dirigentes descuidados, nunca deram importância para o direcionamento urbanístico crescente e muitos prefeitos julgaram não haver necessidade de fiscalizar o nascimento de bairros mal planejados. Tal atitude, negligente, permitiu que empreendedores forasteiros nos espoliassem, aqui amealhando enormes fortunas, para depois as investirem em outras localidades.
Ingenuamente, votamos e continuamos elegendo, representantes que só tiraram proveito político desta terra, como os ‘paraquedistas’ espertos e profissionais liberais frustrados. As principais efemérides municipais, simplesmente readaptaram-nas segundo interesses escusos e equivocadamente passamos a homenagear em ruas, praças e logradouros, falecidos bisonhos. Dessa maneira, emprestando seus nomes, imortalizamos ilustres desconhecidos, em detrimento dos nomes de verdadeiros pioneiros, hoje esquecidos. Destarte, negligentemente injustiçamos, membros desaparecidos de famílias tradicionais.
Com a postura própria dos displicentes, alguns douradenses ignoram o trabalho de pessoas como da intelectual Heleninha. Pois, representantes de determinados poderes públicos, insistem em não ouvi-la, principalmente quando ela tenta salvar acervos como a “usina velha”. Sua pretensão, além de aumentar o espaço tombado na área, preservaria mananciais contíguos. Aproveitando a deixa, cutucando a memória douradense, pergunto: e o Museu Histórico Municipal, quando receberá o nome da escritora Ercília de Oliveira Pompeu? Ou será que estão esperando os falsificadores da história local, batizá-lo com um nome novato?
Afinal, já temos uma rua interessante, ostentando o nome de um pioneiro que não existiu, porque o verdadeiro homenageado chamava-se Izidro e não Izidoro Pedroso, como se lê nas placas colocadas naquela via municipal. Todavia, sem fiscalizar esses grassos erros, os vereadores douradenses continuam mudando nomes de outras vias centrais, colocando nessas artérias municipais, nomes de figuras risíveis.
E embora os desbravadores desta região, tenham morrido ha muitos anos, às vezes encontramos “pioneiros” entre ruralistas da agricultura mecanizada, chegantes do final de sessenta, migrantes que compraram terras de pessoas tradicionais, nelas plantando soja e trigo. Com isso, os tempos longínquos do plantio de arroz, feijão, algodão e café, lavouras dos velhos idos, ninguém lembra mais. Os nordestinos, desbravadores da CAND, que chegaram nos anos quarenta do século passado, foram colocados no baú do esquecimento. Para piorar, os migrantes do século dezenove, pais dos primeiros douradenses natos, parece que nem existiram. No Distrito da Picadinha, até inventaram um quilombo, digno dos seus criadores.
Certamente, o pilhérico Laquicho Liberato, migrante folclórico contador de mentiras, bastante conhecido nestas plagas no século vinte, ficaria encabulado, se ouvisse alguns “pioneiros” falando a respeito de onças pintadas e ruas abarrotadas com capim barba de bode, quando eles aqui chegaram. Nada contra, as pessoas desejarem participar do pioneirismo. Todavia, essa condição pertenceu a outros migrantes, numa época mais distante e seus filhos ainda vivos, contam com mais de setenta anos de idade, todos nascidos aqui. Isto, sem falar nos índios nômades, guardiões das matas e mananciais, os nossos primeiros moradores...
Dourados Agora
Galeria de Imagens / Fotos / Turismo
Eventos
-
1º Encontro dos Amigos da Empaer
Cidade:Dourados
Data:29/07/2017
Local:Restaurante / Espaço Guarujá -
Caravana da Saúde em Dourados II
Cidade:Dourados
Data:16/04/2016
Local:Complexo Esportivo Jorge Antonio Salomão
Balcão de Oportunidades / Empregos(Utilidade Pública)
Cotações
Moeda | Taxa R$ |
---|---|
Dólar | 5,604 |
Euro | 6,388 |
Franco suíço | 6,817 |
Yuan | 0,779 |
Iene | 0,039 |
Peso arg. | 0,005 |
Atualizado
Universitários
Serviço Gratuito