Renda familiar de profissionais cresce 50%
Brasil - Economia - Aumento de Renda
Em sete anos, caiu 50% o índice de pobreza das famílias brasileiras que têm integrantes que trabalham na construção civil. O motivo para a queda é a diminuição da desigualdade de renda.
O economista e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Marcelo Neri, explica que houve mudança no pensamento e na situação dos trabalhadores da construção. Apesar da melhora nas condições, o mercado sofre com a escassez de profissionais, que é atribuída à elevação do nível de educação das famílias da construção.
“O jovem de origem humilde que passou a estudar nos últimos 20 anos não quer o trabalho braçal realizado nos canteiros de obras, ou seja, se a educação melhorar, este problema irá se agravar”, disse o economista.
Cursos
Durante o seminário “Novos Caminhos para a Capacitação e Qualificação Profissional de Mão de Obra na Construção Civil”, organizado pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), em parceria com a Fiesp e o Senai-SP e apresentado nesta sexta-feira (2), o economista também falou da importância dos cursos de capacitação na construção civil.
De acordo com Neri, dos trabalhadores que atuam nos canteiros de obras, apenas 17,8% frequentam cursos de capacitação. "A cada três profissionais, dois se mantêm no setor e, por este motivo, a qualificação é uma excelente oportunidade de abaixar esta rotatividade da mão de obra da construção e atrair cada vez mais trabalhadores", completa.
Durante a apresentação, o economista mostrou que a escolaridade do trabalhador da construção, embora tenha melhorado, ainda é 25% menor que a de profissionais de outros setores da economia brasileira. "É preciso promover a qualificação de toda cadeia da construção, que apresenta grande crescimento e necessita expandir seu contingente. Só nos últimos sete anos, o setor contratou mais de 1,5 milhão de trabalhadores, alcançando a marca de 3.026.011 profissionais ativos em 2011", afirmou o presidente do SindusCon-SP, Sérgio Watanabe.
O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho, Haruo Ishikawa, também defendeu a necessidade de se qualificar não apenas os profissionais iniciantes, mas também os engenheiros, mestres e encarregados de obras. "São eles que vão liderar a introdução das novas técnicas construtivas, mais industrializadas", finaliza.
Correio do Estado
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