A umidade relativa do ar no Estado atingiu neste início de semana índices semelhantes ao do deserto do Saara, onde a média varia entre 10% e 15%. Conforme o meteorologista Natálio Abrão, ontem a umidade relativa do ar chegou a 11% em diversas regiões de Mato Grosso do Sul. É o menor índice registrado neste ano no Estado. Em Dourados, a umidade do ar atingiu 18% ontem e 14% no domingo, segundo os dados da estação meteorológica da Embrapa.

A situação também é crítica no Leste e Norte do Estado, principalmente na região dos municípios de Três Lagoas, Água Clara, Selvíria, Aparecida do Taboado, Santa Rita do Rio Pardo, Inocência, Paranaíba, Brasilândia, Cassilândia e Bataguassu.

De acordo com o meteorologista, a queda da umidade do ar é provocada por uma massa de ar seco que está sobre o Estado. “A massa de ar seco está trazendo muito calor e provocando a queda da umidade relativa do ar. Neste mês, praticamente não tivemos chuva. Isso facilita a queda da umidade. Até o final de semana, está previsto a chegada de uma massa de ar frio vindo do sul do Estado, que vai provocar uma queda na temperatura. Entre sexta-feira e sábado, a mínima deve atingir 12ºC no Estado. No entanto, não previsão de chuva para os próximos dias e a tendência é de que a umidade relativa caia ainda mais nos próximos dias”, alerta Abrão.

A situação coloca em alerta as autoridades de Saúde, já que a baixa umidade do ar contribui para o surgimento de diversas doenças. Ontem, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil emitiu alerta recomendando as pessoas a não fazerem atividades ao ar livre e desaconselhando a exposição ao sol entre as 10h e 16h.

Em Dourados, a baixa umidade do ar tem provocado um aumento do movimento nos hospitais e postos de saúde. Somente no PAM (Pronto Atendimento Médico), a procura por atendimento médico aumentou 30% nos últimos 15 dias. Conforme o enfermeiro Wesley Trindade, a maioria das pessoas que chegam ao local apresentam problemas relacionados à baixa umidade do ar, como afecções respiratórias (gripe, resfriado, renite, bronquite) e viroses.

“A baixa umidade do ar diminui a imunidade das pessoas e facilita a transmissão de diversos vírus. Nos últimos dias, registramos um crescimento no número de pacientes com problemas respiratórios, como bronquite e asma, e viroses, que acabam vomite e diarréia”, enfatizou o enfermeiro.

De acordo com Trindade, a situação é ainda mais preocupante com os pacientes idosos, crianças e portadores de doenças crônicas, já que nesta época elas ficam mais vulneráveis ao aparecimento dessas doenças, por conta do clima. Mas, segundo o enfermeiro, é possível fazer a prevenção.

Os pacientes que procuram o PAM nesta época são orientados a tomar bastante líquido, evitar aglomerações de pessoas em ambientes fechados, suspender as atividades físicas e evitar exposição ao sol. Para crianças e idosos, os médicos aconselham a utilização de umidificadores de ar ou bacias com água dentro dos quartos. Outra orientação importante é o aumento no cuidado quanto à higienização do ambiente doméstico e de trabalho. 

INCÊNDIO

Além das questões de saúde, a Defesa Civil também informou que o tempo seco aumenta o risco de incêndios florestais. A recomendação é de que a população evite fazer fogueiras, principalmente, as proximidades de matas e florestas. Outra orientação é para que os motoristas que trafegam em regiões sujeitas a incêndio tenham atenção redobrada, já que a visibilidade é reduzida pela fumaça. A Cedec também recomenda que os motoristas não joguem pontas de cigarros na estrada.