Domingo 16/06/2024 17:57

Protestos marcam abertura da 39ª Exporã

Ações Coletivas - Protestos em Eventos

Foto: canstockphoto.com.br

Os pronunciamentos proferidos durante a abertura da 39ª Exporã (Exposição Agropecuária de Ponta Porã), no sábado (16) registraram os protestos da classe rural contra os desmandos, a insegurança jurídica, as dificuldades de exportação e de escoamento da safra e, principalmente, contra a demarcação das terras indígenas.

A abertura oficial foi realizada no tatersal do Parque de Exposições “Alcindo Pereira”, com a presença de autoridades, produtores rurais, profissionais liberais, empresários, comerciantes e personalidades do Brasil e do Paraguai.

A mesa de honra foi composta pelo presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, Jean Pierre Paes Martins, pelo presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) Eduardo Ridel, pelo deputado estadual Márcio Monteiro, pelo deputado federal Geraldo Resende, pelo senador Waldemir Moka, pelo comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel QOPM Valdecir Escalhar, pelo comandante do 4º Grupamento de Incêndio, tenente coronel QOBM Edson Ferreira, pelo comandante do 11º RCMec, tenente coronel de Cavalaria Paulo Filho, pelo patrão do Centro de Tradições Gaúchas “Querência da Saudade”, Elton Lang, pelo comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) delegado Edilson Duarte, pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã, Eduardo Gaúna, pelo inspetor da Receita Federal em Ponta Porã, Marcelo Rodrigues de Brito e pelo prefeito de Ponta Porã, Ludimar Novais.

A secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo do Estado, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, que deveria representar o governador André Puccinelli na solenidade, telefonou de Coronel Sapucaia, onde se encontrava no período da manhã, informando que o mau tempo impediria sua presença na abertura da Exporã.

Composta a mesa, a Fanfarra do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado executou os hinos do Paraguai, do Brasil e de Ponta Porã. Estava aberta oficialmente a 39ª Exporã.

O presidente do Sindicato Rural, Jean Paes, foi o primeiro a usar da palavra, dando conta de que é grande a responsabilidade de abrir o calendário de feiras no Estado. Todavia, mostrou muito otimismo, lembrando que diante da crise mundial, em especial na Europa, “eu acredito que nós da América do Sul fomos capazes de driblar as dificuldades, principalmente por termos a capacidade de nos adaptar às adversidades financeiras”.

Para o sindicalista, “o agro brasileiro tem se desempenhado muito bem no cenário mundial, pois diante da rigorosa legislação ambiental, condições logísticas precárias, que vão desde os portões da propriedade até os portos, passando pela legislação trabalhista, tributos, falta de subsídios, tem buscado adaptar-se, já que é visto e notório o volume de nossas exportações, deixando grandes potências de orelha em pé”.

Jean Paes destacou que o produtor rural, seja ele pequeno, médio ou grande, tem buscado cada vez mais o conhecimento, aprimorando as técnicas de produção atendendo as exigências dos consumidores, como forma de manter-se competitivo no mercado.

Ainda dirigindo-se às autoridades e ao público presente, Paes lamentou a onda de atos criminosos contra o direito de propriedade, que têm estremecido a vida no campo. “Uma insegurança que vem assolando quem só faz produzir por este país”.

Acrescentou: “O produtor rural tem sido tratado como bandido. Homens de bem trancafiados em razão de uma ideologia arcaica e barata”.

Mas, concluiu que “diante de todas as arbitrariedades, diante de todas as injustiças, nós produtores rurais podemos nos respaldar nos sindicatos rurais e, se não for suficiente, na Famasul”.

“É na crise, amigos produtores, que nós conhecemos o real valor das pessoas. É nos momentos ruins que a gente tem a chance de conhecer quem realmente são os verdadeiros dirigentes nas pontas destas instituições. São pessoas que não buscam reconhecimento. Buscam justiça! E que a justiça se faça presente! E que a justiça promova nada mais do que justiça”.

LUDIMAR

O prefeito de Ponta Porã, Ludimar Novais, iniciou bem humorado o seu pronunciamento, revelando que, ao ter 39 anos, praticamente nasceu junto com a Exporã, evento que integra quase a metade da história da cidade e que, até pouco tempo, era o único acontecimento na fronteira que conseguia levar para fora uma boa imagem da região, alvo constante de notícias pejorativas na mídia nacional.

Cumprimentou os produtores rurais pelo esforço de todos em produzir cada vez mais e melhor, frisando que a diversificação de culturas e os consórcios de pecuária e agricultura têm fortalecido o rendimento no campo e que este aquecimento econômico reflete diretamente sobre o bem estar da comunidade como um todo.

Enalteceu que vai manter os fortes laços de relacionamento com o Sindicato Rural e celebrar cada vez mais parcerias que contribuam para ampliar esta vitrine que é a Exporã mostrando todas as potencialidades do agronegócio na fronteira.

MONTEIRO

O deputado estadual Márcio Monteiro disse que o produtor rural é o maior ambientalista. É ele que tem o maior interesse em proteger as riquezas naturais de sua propriedade. Não é preciso que ninguém venha ditar regras. Por isso, não pode ser taxado de destruidor.

Para ele, o caminho já existe para que se encontre um denominador comum. Mas, cabe ao governo federal ter iniciativa, vontade política para ativar os dispositivos que levarão a este fim.

Monteiro destacou que mesmo com as prisões ilegais e arbitrárias, mesmo com as taxações abusivas, mesmo com as invasões descabidas das propriedades produtivas “conseguimos fazer melhor, conseguimos empregar novas tecnologias, conseguimos enriquecer cada vez mais este país”.

RIDEL

O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul – Famasul – Eduardo Correia Ridel, falou da satisfação em ver jovens produtores no comando das propriedades rurais, enaltecendo que a agropecuária, mesmo sendo sazonal, é uma atividade que vem conseguindo se renovar.

Apontou para a Exporã como termômetro do agronegócio no Mato Grosso do Sul, iniciando a temporada de feiras para mostrar o que foi realizado em 2012 e quais são as perspectivas para 2013.

Porém, lamentou que o homem do campo estivesse enfrentado dificuldades na esfera da exportação, em virtude de políticas obtusas, “que mantêm hoje 110 navios a espera de carga nos portos, ao custo de 40 mil dólares por dia”.
“Não bastasse isto – continuou – falta segurança ao produtor, que tem sua propriedade questionada, invadida, vilipendiada”.
“Mesmo com todas as dificuldades, conseguimos implantar mais tecnologia no campo e produzir cada vez mais alimentos para o Brasil e o mundo”.

Finalizou: “Que país é este, que não defende o direito à propriedade? Que faz o produtor engolir goela abaixo um código florestal inteiramente questionável? Que faz o homem do campo pagar a conta que é de toda uma sociedade”?
“Não importa. Saibam amigos, que os sindicatos, a Famasul e os homens públicos do bem que honram os votos que receberam continuarão trabalhando a favor de quem produz riquezas neste país”.

RESENDE

O deputado federal Geraldo Resende afirmou que a bancada do Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, composta de oito deputados e três senadores, jamais será contrária aos interesses dos produtores rurais.

“Trabalhamos unidos em busca de dispositivos que facilitem a vida dos ruralistas e estamos combatendo um verdadeiro lobby que se instalou no Congresso se dispondo contra as medidas que querem impulsionar as exportações”.

“Tenham certeza, amigos, que continuaremos ajudando a preservar este grande momento que vive o setor agropecuário nacional”, acrescentou.

MOKA

O senador Waldemir Moka criticou seriamente o processo de demarcação das terras indígenas, destacando que integra um mutirão para congelar esta iniciativa e que o próprio Ministério Público Federal reconhece que há distorções nos dispositivos utilizados.

Moka ironizou a demarcação, dizendo que dentro das diretrizes apresentadas, “teríamos que desapropriar toda Copacabana”. Ora, minha gente, em 1988, data da promulgação da Constituição da República, não havia índios no Mato Grosso do Sul. “De onde foi, então, que eles apareceram”?

O senador acrescentou que “esta dívida é de toda a sociedade. E não é só o produtor rural que tem que pagar. O que o governo precisa fazer, nestes casos, é utilizar verbas do orçamento para desapropriar e indenizar os proprietários”.

Ele concluiu, revelando que já entrou em contato com o ministro da Justiça e com a presidenta da Funai, para que o processo de demarcação seja paralisado, até que hajam dispositivos legais justos para conduzir a desapropriação de terras produtivas ou não.

PASSARELA

Logo após o encerramento da solenidade, o Sindicato Rural prestou uma homenagem ao pecuarista Ocídio Flores, um dos grandes colaboradores da instituição, desfraldando uma placa alusiva, instalada ao lado da nova passarela de observação de gado no curral do parque.

Descerraram a placa e a fita inaugural o presidente Jean Paes e a filha do pecuarista, Jussara Flores Eidt. O evento foi encerrado com um almoço oferecido às autoridades e aos convidados no Restaurante Rodeio.

Josemil Arruda/MS Notícias/JE

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