Estudantes da UEMS de Campo Grande entram em greve
Ações Coletivas - Greve dos Universitários
Foto: douradosagora.com.br
O movimento dos alunos de todos os cursos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-(UEMS) - Campo Grande, em assembleia geral realizada na noite de ontem, 21/03, decidiram pela greve a partir de hoje na unidade da Capital.
A paralisação por tempo indeterminado decretada pelos universitários só aconteceu depois de várias tentativas, nesses 13 anos de existência da Unidade Acadêmicas de Campo Grande, de conseguirem via negociação, audiências públicas e outras formas de reivindação, segundo os organizadores do momento.
Após reivindicações públicas constantes no ano de 2012 e inúmeras reuniões gerais entre alunos de todos os cursos em 2013, os alunos comunicaram a greve aos órgãos competentes, que não deram respostas favoráveis às solicitações. Reclamam ainda das quebras de acordos firmados com a Secretaria de Educação e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, bem como com a Reitoria da UEMS.
Segundo eles, as condições oferecidas aos cursos desta UUCG não atendem às necessidades mínimas de ordem material, estrutural e didática. No documento, os alunos citam os seguintes problemas:
- Biblioteca
O espaço atual da biblioteca da Unidade, antiga Escola Irmã Bartira, não oferece as condições para a aquisição de todas as obras necessárias para o desenvolvimento intelectual dos acadêmicos, o que está em desacordo com os projetos pedagógicos de cada curso.
Exemplo disso é a não existência das obras básicas e complementares previstas nos Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos de Geografia, Turismo, Letras, Pedagogia e Artes Cênicas e Dança, pois o que existe de acervo é insuficiente para atender a demanda dos alunos.
Com quatro anos de existência a maioria dos cursos ainda não foi contemplada com os pedidos de compra de livros feito pelas coordenações no ano de 2009. Além da precariedade da biblioteca da UUCC, não existem acervos das obras dos Cursos de Geografia e Artes Cênicos e Dança localizados no colégio Hércules Maymone;
- Laboratórios
Devido à falta de espaço físico, nenhum curso está sendo contemplado com laboratórios exigidos nos Projetos Pedagógicos, o que ocasiona uma defasagem no processo de ensino/aprendizado, pesquisa e extensão.
Não existe laboratório de informática, para uso geral, mesmo com os cursos possuindo 20% da carga horária via EAD, nem os laboratórios específicos dos cursos. Exemplo, o curso de Geografia está formando sua primeira turma, sem possuir laboratórios.
Não há laboratórios de línguas para o Curso de Letras e o curso de Artes Cênicas e Dança não tem um espaço apropriado para desenvolver as atividades relacionadas às práticas do curso;
- Funcionários
Os cursos de Geografia e Artes Cênicas e Dança estão funcionando no Colégio Hércules Maymone sem secretário acadêmico e sem funcionário da biblioteca presentes no Colégio, dificultando as tramitações das atividades acadêmicas e pedagógicas. Também há falta de um funcionário da limpeza, há uma funcionária que está trabalhando acima da carga horária pela sobrecarga de serviço;
- Anfiteatro
A unidade não possui espaço para realizar eventos de pequeno, médio ou grande porte, sendo que, os eventos realizados, atualmente, dependem da boa vontade de instituições privadas que cedem seus espaços gratuitamente. O auditório do Colégio Hércules Maymone está com ar condicionado estragado;
- Espaço de convivência
Inexistente;
- Docência
Espaço inadequado para o desenvolvimento administrativo, didático e pedagógico, de maneira que a orientação pedagógica aos alunos tem sido feita nos corredores da unidade.
Exemplo: quatro coordenações dividem um ínfimo espaço físico, cerca de 9 m². Não há sala de professores, os equipamentos de suporte às aulas são escassos e precários, não há técnicos administrativos e secretários suficientes para atendimento aos cursos;
- Pós-Graduação
Na Unidade funcionam três mestrados, Mestrado Acadêmico em Letras, Mestrado Profissional em Letras e Mestrado profissional em Educação, que contribuem para a formação dos professores e aumento da qualidade de ensino do Estado.
Todos os Cursos serão avaliados pelas CAPES/CNPq, com sérios riscos na avaliação, pois necessitam de bibliografia completa, espaços específicos de orientação, acesso aos portais de periódicos nacionais e internacionais, salas de defesa, espaços específicos de secretaria e coordenação e salas separada para professores do curso. Nada dos itens, no entanto, existe. O primeiro Mestrado em avaliação será o Acadêmico em Letras, já em 2014;
- Manutenção da unidade
Faltam recursos para a manutenção do material básico para o funcionamento da unidade, tais como: verba para trocar os ventiladores avariados e lâmpadas queimadas; reparos elétricos e hidráulicos, bebedouro (existe um bebedouro com duas torneiras, sendo uma danificada a mais de um ano) e falta de materiais de expediente diversos, acesso à internet, entre outros. Além disso, a UUCG não possui condições básicas para atender pessoas com necessidades especiais, o que fere o decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004.
Ressaltamos que a falta de condições acontece nos dois lugares em que os cursos estão alocados, Colégio Irmã Bartira e Hércules Maymone, sendo que, neste último local citado, não existem as condições acertadas pelas coordenações de Geografia e Artes com a SED e a Reitoria no final do ano de 2012, quer seja: salas para atividades administrativas, internet para funcionamento das secretarias acadêmicas, gestão compartilhada, compra de livros, uso de laboratórios, etc. Os Cursos de Letras, Artes Cênicas e Dança e Geografia serão avaliados em 2013, e sofrerão prejuízo ante a situação.
Josemil Arruda/MS Notícias/JE
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