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Pedágio e travessias no porto da Manga tem aumento injustificado para frentistas, caminhoneiros e transportadoras, o valor que desde 2011 era de R$ 5,50 passou para R$ 7,70; motocicletas R$ 3,30 para R$ 4,60 e caminhões, ônibus R$ 15,40 por eixo passou para R$ 22,00 por cada eixo.

O aumento que já estava previsto a partir de sua publicação no Diário Oficial do Estado em dezembro de 2012, veiculava um aumento considerável nas tarifas de pedágios na BR 262- Porto Morrinho e na travessia da balsa do Porto da Manga.

O preço “salgado” pesa ainda mais no bolso daqueles que vivem do transporte de cargas, com quase 100% de acréscimo no valor transportador e frentistas de Corumbá declaram que a alta no preço refletirá também nos valores do transporte de cargas e no valor do produto final transportado.

De acordo com Lorival Junior, secretário da ATIC (Associação de Transporte Internacional de Corumbá), “Nenhum outro pedágio no Brasil teve um aumento tão considerável como o pedágio do Porto Morrinho na BR 262 e até agora ninguém justificou documentadamente este aumento e nem temos o conhecimento de uma legislação específica que justifique este aumento, onde está este contrato? Nós queremos continuar pagando o pedágio, mas, com um preço justo”, a associação representa vinte e cinco das trinta transportadoras de transporte internacional sediadas em Corumbá.

Atualmente no porto seco da AGESA (Armazéns Alfandegados de Mato Grosso do Sul), há um fluxo de aproximadamente 300 caminhões por dia, onde estes trafegam no corredor internacional da BR 262 que liga Corumbá ao resto do país.

Transportadores questionam o fato de um trecho de pouco mais de um quilômetro tenha o mesmo valor de uma rodovia privatizada e que oferece toda assistência como serviço de guincho, socorro médico, mecânico etc. fato que não corresponde à realidade atual deste trecho.

Para a Sra. Margaret e Sr. Wanderlei, proprietários a vinte sete anos de transportadora “Temos uma frota de doze caminhões e até agora não vemos nenhum benefício no aumento, e tem mais, estamos sendo prejudicados já que tivemos de aumentar o valor do frete, fica difícil explicar isso para nossos clientes, nossos caminhões pagam R$ 47,00 para ir e o mesmo valor para retornar. É claro que reflete no valor da carga”.

Zé Clóvis Machado de 63 anos, há 40 anos como caminhoneiro disse: “Da estrada pra lá (referindo-se à divisa de Corumbá com Miranda no Porto Morrinho), tá tudo ruim e não entendo o aumento”.

Para o frentista que atua há 30 anos nas estradas vicinais do Pantanal, o Sr. Ramon Pereira da Silva, “Os fazendeiros não aceitam nossa justificativa no aumento do frete, a balsa da travessia do Porto da Manga aumentou a tarifa sem justificativa alguma já que o diesel não subiu, não temos segurança nenhuma já que eles não se responsabilizam por nossos veículos se ela afundar e nem nota fiscal nos fornecem”.

A travessia atende ao público das 6:00 às 18:00, de acordo com os frentistas qualquer que queira atravessar fora deste horário é cobrada a taxa de R$ 100,00. O preço da travessia ao longo destes últimos dois anos era de R$ 30,00 passando para R$ 50,00 e agora é de R$ 60,00 para caminhões acima de dois eixos e R$ 35,00 para veículos de passeio.

De acordo com o proprietário da balsa, o Sr. Jerônimo Evangelista, “Não aumentamos o valor da travessia há três anos, ao longo deste período o óleo diesel que estava a R$ 1,45 agora está a R$ 2,40”, temos funcionários e o salário mínimo que se reajusta a cada ano, alimentação etc. comenta este para justificar o aumento.

Para o representante da AGESUL em Corumbá o Dr. Luiz Mário Anache, “Este serviço é terceirizado pela agência e qualquer reivindicação não cabe à representatividade em Corumbá e sim a sede em Campo Grande que gerencia e fiscaliza as terceirizadas”, declarou este a nossa reportagem, em conversa via telefone.