Foto: Incra

Famílias do assentamento João Batista, um dos três que compõem o complexo Eldorado I, no município de Sidrolândia(MS), estão rindo à toa. Isto é, rindo de felicidade.

É que na sexta-feira última (26), uma equipe do Incra, tendo à frente o superintendente Celso Cestari, foi ao assentamento levar boas notícias: a tão esperada Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) seria entregue a 84 famílias do local.

As outras 124 DAPs estão sendo finalizadas e não demorarão a ser entregue às demais famílias. A DAP é o passaporte que os assentados precisam para a execução de um projeto de maior alcance econômico.

O parceleiro José Valério Nogueira – 52 anos, casado, três filhos, mora e explora o lote 311 –, ele não se queixa da espera, pois disse que com os recursos do Pronaf ele vai comprar 8 ou 10 cabeças de vaca leiteira e quer produzir queijos e doces.

O mesmo quer fazer o casal Ignes Félix Ferreira e José Félix, no lote 315. Eles já produzem amendoim, feijão, milho, cana, napier e hortaliças. “Com o dinheiro do Pronaf quero formar quatro hectares de pasto e comprar umas quatro vacas boas de leite”, afirma José Félix.

Boa parte das famílias do assentamento acredita que a produção de leite e seus derivados é a aplicação mais adequada para o Pronaf. Mas todos vão elaborar seus projetos com a assistência técnica. Nesta hora, eles vão saber se seus projetos são realmente viáveis.

Crédito Apoio Mulher

O superintendente aproveitou a presença da Coordenadora Nacional do Crédito Instalação (Apoio Inicial, Fomento, Habitação e Apoio Mulher), Maria Mota, para falar de um crédito ainda inédito no Estado: o Apoio Mulher.

Trata-se de uma linha de crédito destinada às mulheres. Basta que elas se reúnam em grupos de três ou mais, elaborem com a assistência técnica um projeto e requeiram ao Incra uma verba de R$ 3 mil para cada mulher participante.

“É a oportunidade que a mulher assentada tem de protagonizar seu desenvolvimento pessoa, econômico, de tornar real aquele sonho que ela acalentava e não via possibilidade de realizar”, afirma Maria Mota.

Habitação

O dia 26 de outubro vai ser lembrado também como a celebração da entrega das moradias. São 208 unidades habitacionais de 76 metros quadrados – com três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço –, que segundo Dona Ignes, “é por demais confortável”.

Para o superintendente Celso Cestari, a casa é uma das condições essenciais à fixação dafamília no campo. “Uma boa casa, créditos logo no início do assentamento e assistência técnica, isto é que vai garantir a presença do homem no lote, que vai garantir que ele produza e não suas esperanças de dias melhores”.

No dia 27, sábado, foi a vez das 70 famílias do “Eldorado Parte” (uma outra área comprada depois pelo Incra para compor o grande complexo Eldorado) receberem a equipe do Incra.

Como acontecera um dia antes, no Eldorado I, as famílias do Eldorado Parte receberam, em clima de festa, a equipe do Incra. Elas também queriam comemorar a entrega das 70 casas e das 35 Declarações de Aptidão Pronaf.

Para elas, o superintendente Celso Cestari, falou do grande desafio que era administrar a superintendência do Incra, agora, pela terceira vez. “Passei um ano só para destravar a reforma agrária no Estado. Agora, estou indo em todos os assentamentos comemorar o que está pronto e levantar as necessidades para torná-los ainda melhores”, afirma.

José Antônio de Souza, sua esposa Elaine Cristina Moreira Cáceres e seus quatro filhos estão no lote 57 desde 2008. Cheios de esperança, produzem lá abacaxi, mandioca, laranja, pokan, manga, cheiro verde, porco, galinha e tem quatro vacas. “Tudo que a gente produz ainda é para o consumo. Estamos aguardando o dinheiro do Pronaf para melhorar o pasto e comprar mais umas vacas”. Por enquanto, a renda do “Seu José” vem de uma “garaparia” que ele toca em Sidrolândia.