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Apesar dos avanços nas oportunidades de emprego e maior participação na renda familiar nos últimos anos, às mulheres ainda ganham menos do que os homens.

O salário das trabalhadoras é o correspondente a 70% dos vencimentos dos homens sul-mato-grossenses, segundo dados da Pnad -2011 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Enquanto o homem ganha a média de R$ 1.688 por mês, a mulher recebe 70% disso, com renda de R$ 1.189. Essa diferença está próxima da mais acentuada do país, que é registrada por Mato Grosso.

No Estado vizinho, os homens ganham R$ 1.646,00, enquanto as mulheres R$ 1.078,00, uma disparidade de 65,5%. A realidade de MS ainda é distante do Acre, onde há uma maior equiparação. As acreanas recebem 92,1% do rendimento dos homens.

A vendedora Dheizi Bongiorani está entre as mulheres que possuem remuneração menor que a do marido. “Ele me ajuda muito, mas estou satisfeita com o meu salário.

É menor que o dele, mas tenho meu dinheiro e a independência para comprar o que quero”, afirmou. Ainda assim, lembra que a remuneração é também parte do esforço profissional. “Tem mulher hoje ganhando bem mais que muito homem”, lembrou.

Mercado

Segundo a analista de Recursos Humanos Evelyn Martins, na agência de empregos em que trabalha, quando é aberta uma vaga para ambos os sexos a oferta inicial de salário é sempre a mesma. “Só não posso dizer se isso muda quando a pessoa negocia posteriormente com a empresa que vai contratar”, reitera.

De acordo com Evelyn, o conhecimento na área e experiência de mercado, contam mais pontos que o sexo na contratação e negociação salarial.

“Eu acredito que hoje a maioria das empresas não deixa de contratar uma profissional experiente porque é mulher”, explicou, reiterando que ainda existem empreendimentos que priorizam homens ou mulheres para certas atividades profissionais.

Chefe de Família

Laura Lopes da Silva Araújo é vendedora de uma loja de móveis e eletrodomésticos, e enquanto o marido está a procura de uma nova vaga de emprego como motorista, ela é quem sustenta a família.

“É claro que me esforço porque a gente quer sempre mais, tenho uma meta de salário que quero chegar. Com experiência e qualidade no atendimento, tenho conseguido fechar as minhas cotas”, acredita.

A vendedora é exemplo de um perfil de mulher que vem crescendo no Estado.

Segundo a pesquisa do IBGE, pelo menos 33,4% dos domicílios são de responsabilidade feminina. A proporção é a 4ª maior do país.

O que tem menor número de mulheres responsáveis pelo sustento da família é o Mato Grosso (30,4%) e o maior é o Distrito Federal (48,1%).

Se contabilizados os salários de homens e mulheres, a renda mensal do trabalhador de Mato Grosso do Sul chega a R$ R$ 1.483. Com esse salário, o empregado sul-mato-grossense está entre os mais bem remunerados do país, se comprado às demais unidades federativas.

O montante é o 5º maior valor, ficando atrás somente do Distrito Federal (R$ 2.643), São Paulo (R$ 1.665), Santa Catarina (R$ 1.578) e Rio de Janeiro (R$ 1.537).