Belezas do Pantanal são retratadas em vídeo produzido pelo WWF-Brasil
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Imagem: opiniaoweb.com
Vídeo produzido pelo WWF-Brasil mostra belezas naturais, ameaças e exemplos de projetos de conservação apoiados pela Ong no Pantanal, maior área úmida continental do planeta e berço de uma das maiores biodiversidades do mundo.
As imagens foram captadas em uma viagem de campo organizada pelo WWF-Brasil no ano passado com o produtor de vídeo Marco Sarti e o fotógrafo Adriano Gambarini. O objetivo foi registrar, por meio de fotos e imagens de vídeo, o Pantanal e áreas do Cerrado na Bacia do Alto Paraguai.
Durante três semanas, a equipe do WWF-Brasil percorreu de carro, avião e barco mais de dois mil quilômetros no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, produzindo imagens de paisagens, fauna e flora e de pessoas que vivem na região. Foram registrados também áreas degradadas e projetos de conservação apoiados pelo WWF-Brasil.
Entre esses projetos, está a Associação de Mulheres Amor-Peixe, de Corumbá (MS), que produz artesanato com couro de peixe. As reservas particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) Buraco das Araras e Rio da Prata, nos municípios de Jardim, e Neivo Pires (Miranda) também foram visitadas. Em Corguinho (MS), a equipe conheceu as RPPNs Vale do Bugio e Gavião de Penacho e, em Aquidauana, visitou a fazenda de turismo ecológico e produção orgânica São José (Pousada Aguapé), onde foram produzidas imagens do Rio Aquidauana, da paisagem e de animais do Pantanal.
O roteiro incluiu também a fazenda de pecuária orgânica Rancharia, no Pantanal da Nhecolândia, onde o meio de transporte para se chegar na maior parte do ano é só o avião. Além da fazenda, a imensa planície alagável foi sobrevoada, do Pantanal da Nhecolândia até Corumbá, registrando imagens das lagoas e salinas que compõem a paisagem pantaneira, uma visão única e especial desta que é uma das mais belas e remotas regiões do Pantanal.
Mas nem só de belezas naturais vive o Pantanal. Ele também sofre os efeitos da degradação causada pelo uso não sustentável da terra, principalmente nas regiões de Cerrado, no planalto da bacia, onde está a maior parte de suas nascentes. Na planície, os maiores impactos são os projetos de construção de hidrelétricas, mineração e estradas.
Durante a viagem, foram registradas também plantações de milho e cana e campos de pastagens. Nas estradas que cortam o Pantanal sul-mato-grossense, foram vistas com tristeza muitas cenas de animais mortos por atropelamentos.
No Mato Grosso, a Ong visitou o município de Reserva do Cabaçal, uma área com muitas nascentes de rios que abastecem o Pantanal, mas que sofre com problemas de voçorocas, devido ao mau uso da terra. Na região, o WWF-Brasil apoia um projeto de recuperação de solo degradado em nascentes, em parceria com a comunidade local.
O roteiro incluiu também três dias na Estação Ecológica Taiamã, uma área protegida situada em uma ilha no meio do Rio Paraguai, a cerca de 6 horas de barco de Cáceres (MT). A reserva é ambientalmente muito importante por estar em uma área de reprodução de peixes. É também o habitat para uma grande variedade de aves e muitos mamíferos, incluindo a onça-pintada, e possui uma beleza cênica que impressiona.
A viagem resultou na produção de quase duas mil fotos de paisagem, fauna, flora, pessoas e projetos, além das imagens usadas na edição do vídeo.
Maior planície alagável do planeta, o Pantanal ocupa uma área de 158.592 quilômetros quadrados, mas a Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai, responsável pela sua formação é muito maior. Ao todo, a bacia transfronteiriça abrange uma área de 624.320 km2, sendo aproximadamente 62% no Brasil, 20% na Bolívia e 18% no Paraguai, com recursos hidrológicos importantes para o abastecimento das cidades, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas.
Existem registros de pelo menos 4.700 espécies, incluindo plantas e vertebrados. Desse total, entre as quais estão 3.500 espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos.
A importância ambiental da maior área úmida continental teve o seu reconhecimento a partir de 1998, quando o bioma foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição brasileira. Em 2000, o Pantanal recebeu o título de Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas (Onu).
Desde 1998, WWF-Brasil e WWF-Bolívia vêm atuando com projetos de conservação no Pantanal, com uma visão transfronteiriça, olhando a bacia como um todo e em articulação com parceiros locais. A escolha do bioma como uma das áreas prioritárias de atuação da Ong deve-se ao reconhecimento da importância do Pantanal para a conservação da biodiversidade.
As áreas úmidas existem em todos os tipos de ecossistemas e são importantes para a manutenção da biodiversidade de regiões importantes. Situadas em uma interface entre a água e o solo, são ecossistemas complexos, pressionados não somente pela ação direta do homem, mas também pelos impactos sobre ecossistemas terrestres, marinhos e de água doce adjacentes.
As áreas úmidas abrigam uma enorme variedade de espécies endêmicas, mas, também, periodicamente, espécies terrestres e de águas profundas e, portanto, contribuem substancialmente para a biodiversidade ambiental. Além disso, têm papel importante no ciclo hidrológico, ampliando a capacidade de retenção de água da região onde se localiza, promovendo o múltiplo uso das águas pelos seres humanos.
Estudo realizado pelo WWF-Brasil em parceria com Ongs que atuam no Pantanal brasileiro mostra que a planície inundável, onde está o Pantanal, ainda está bem conservada, com 86,6% da sua cobertura vegetal natural. A situação é bem diferente na parte alta da bacia hidrográfica, nas regiões do Cerrado, onde apenas 41,8% da vegetação natural permanecem com sua formação original.
O estudo denominado Monitoramento das Alterações da Cobertura Vegetal e Uso do Solo na Bacia do Alto Paraguai foi realizado por um consórcio de Ongs, entre elas o WWF-Brasil. O objetivo do estudo lançado em maio de 2010 foi fazer uma análise detalhada das mudanças de cobertura vegetal e uso do solo, ocorridas na Bacia do Alto Paraguai no período de 2002 a 2008.
O mapa também registrou um percentual maior de desmatamento no planalto da bacia. De 2002 a 2008, o lado brasileiro da baica, onde está o Pantanal, teve uma perda de 4% de sua vegetação natural, contra 2,4% da planície.
folhablu.com
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