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Em 2011, foram recolhidas 905,5 mil toneladas de lixo em Mato Grosso do Sul e, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, 73,3% tiveram destino inadequado. É responsabilidade da prefeitura coletar e dar um destino correto ao lixo das cidades.

“Primeiro, é o poder público que tem que implementar os aterros sanitários, um ambiente com uma infraestrutura necessária para a adequação dos resíduos sólidos dentro dos municípios. Segundo ponto, trabalhar, formalizar e sistematizar a questão da coleta seletiva, para cada vez mais aproveitar e reaproveitar os resíduos que são gerados no dia a dia. Em terceiro, e não menos importante, é sensibilizar a população”, diz o ambientalista André Siqueira.

Na maioria dos casos, os materiais vão parar em lixões. Esses locais são os exemplos mais comuns da destinação incorreta do lixo no Brasil. Eles estão em mais de 70% dos municípios do país.

“Primeiro poluem lençóis freáticos e a atmosfera, isso é gravíssimo. Segundo, questões sociais. Tem mão de obra infantil e não formalizada dentro desses lixões.

Do ponto de vista da saúde pública nós temos vetores de doenças, muitas vezes lixos hospitalares sendo eliminados de forma completamente inadequada, temos o chorume contaminando o solo”, explica Siqueira.

Acabar com esses lugares um desafio para os próximos prefeitos. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, até 2014 todos precisam ser desativados.

O documento prevê que cada prefeitura deve colocar em prática um sistema completo de coleta seletiva. Papéis, vidro, plástico e alumínio vão para a reciclagem.

O lixo orgânico pode ser levado para composteiras e transformado em adubo. Materiais tóxicos ou químicos, como pilhas e lâmpadas, e o lixo hospitalar, precisam ser recolhidos separadamente e descartados por empresas especializadas.

Somente o que sobra é levado para o aterro, um local preparado para receber o material sem contaminação. Cabe aos municípios, fazer campanhas para conscientizar os moradores sobre a importância de separar o lixo caseiro.

“Ele tem que ser bem planejado e tem que haver a integração de diversos setores, não adianta apenas um separar o lixo se a gente não tem quem vá buscar esse lixo, faça a prensagem e tenha demanda pela venda desses produtos, porque tem que existir essa coerência entre a implantação do projeto e a continuidade dele”, diz a bióloga Bruna Gardenal Fina.

Por isso é importante que os eleitores prestem atenção nos projetos dos candidatos para o lixo da cidade. “O poder público tem que tomar frente para a implantação de um projeto maior. Começar em pequenos bairros e ir aumentando isso”, fala a bióloga.