Sistema Fecomércio trabalha por um setor mais forte e organizado
Estado - Comércio - Entrevista com Edison F. de Araújo
Foto: Divulgação
O comerciante Edison Ferreira de Araújo, natural de Araçatuba (SP), mas vivendo e trabalhando há muitos anos em Campo Grande, é o entrevistado de hoje de A Crítica.
Casado e com um filho, Edison iniciou no comércio com uma loja de móveis, ainda no interior de São Paulo, ingressando depois no ramo da venda e montagem de bicicletas, atividade que também desenvolveu em Campo Grande.
Também é sócio de empresa que aluga máquinas e ferramentas. Dinâmico, Edison Araújo sempre desenvolveu atividades em entidades como a que preside hoje, a Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul – Fecomércio/MS que é integrante do Sistema Fecomércio, envolvendo ainda o Sesc, o Senac e o Instituto de Pesquisas.
Em Campo Grande também foi dirigente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, da Associação Comercial de Campo Grande, foi juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho – TRT 24ª Secção, entre outras atividades de liderança no seu setor.
A Crítica – Na sua administração na Fecomércio/MS quais as suas prioridades?
Edison – Traçamos várias prioridades desde que assumimos a Fecomércio/MS há dois anos. Primeiramente, a defesa dos interesses maiores dos empresários do setor. Procuramos fortalecer a representatividade que a entidade precisa ter da classe empresarial do comércio.
Entre as nossas metas estão: a racionalização dos impostos cobrados do segmento; a liberdade individual e coletiva em relação aos empregos, o combate a informalidade que prejudica a todos; a luta pela longevidade das empresas, entre tantas outras ações.
A Crítica – Que tipo de soluções e ações são e serão desenvolvidas até o final do seu mandato para melhorar e modernizar o setor do comércio?
Edison – Nós temos como de grande importância a melhoria da gestão pública e privada no Estado. Temos trabalhado bastante no fortalecimento da base sindical.
Os sindicatos no setor estavam abandonados e a gente passou a fazer um trabalho com esses sindicatos que consideramos importantes.
Fazemos uma ação integrada com todo o Sistema Fecomércio, ou seja, com os sindicatos, com o SESC que atua na área da assistência social dos nossos colaboradores, o SENAC na área da educação.
Porque? Antigamente, cada um puxava a corda para o seu lado e era uma desunião só. Com a nossa entrada aqui, procuramos fortalecer o Sistema Fecomércio como um todo no Estado. Todos trabalhando unidos e focados nos objetivos de valorização e fortalecimento do comércio.
Também temos temos trabalhado na reestruturação da Federação do Comércio que, administrativamente na verdade, praticamente não existia. Modernizamos, com a tecnologia da informação, treinamos o pessoal, muitas coisas foram implementadas para a Federação bem representar o comércio do Estado.
Aprimoramos a gestão na Federação e nos sindicatos. E implementamos também o PDA – Programa de Desenvolvimento Associativo uma ferramenta importante para fortalecer os sindicatos e entidades.
E também estamos trabalhando com o MS Competitivo, que é um instituto de gestão que estamos presidindo atualmente e que tem o objetivo de melhorar a gestão das instituições públicas e privadas no Estado de Mato Grosso do Sul.
Outro trabalho que temos dado muito valor é o de assessoramento aos vereadores, deputados e no congresso nacional, daqueles assuntos legislativos de interesse dos empresários e comerciantes do Estado.
A Crítica – Qual os principais gargalos enfrentados hoje pelos comerciantes de Mato Grosso do Sul?
Edison – O grande problema que nós enfrentamos no Estado é o da carga tributária, que é muito alta. Temos problemas com o tal ICMS Garantido que obriga a todos nós empresários a pagar tributos sobre produtos que ainda não foram comercializados. A Substituição Tributária é outro problema grave que enfrentamos: o governo aplica um percentual de 60% ou 70% em cima de um produto quando na verdade esse índice é bem menor.
Também temos lutado por uma diferenciação de índices de ICMS para as micro e pequenas empresas. Sabemos que no MS quase 80% dos comerciantes estão entre as microempresas.
Sabemos das dificuldades do Governo, que precisa arrecadar, mas não podemos comparar um grande empresário com um microempresário.
Outro ponto que achamos importante é uma fiscalização mais atuante, mais forte sobre a clandestinidade no comércio e, especialmente, sobre o contrabando, a entrada de produtos especialmente dos países vizinhos, como Paraguai e Bolívia. Não as compras de turistas, que ajudam o comércio na fronteira, mas a entrada ilegal de produtos no nosso território e a pirataria.
A Crítica – Há problemas também com a inadimplência, não é mesmo?
Edison - Sim, esse é outro problema muito grave que pode ter consequências muito sérias no futuro. O governo tem facilitado o acesso ao crédito, tem liberado muitos recursos.
As pessoas pegam esses financiamentos mas acredito que por um problema de educação financeira, muitas vezes, o consumidor não consegue controlar essas suas dívidas.
Acaba gastando mais do que realmente poderia e cria-se o grave problema do endividamento. Que é crescente. Esse inclusive é uma das causas da crise internacional, nos Estados Unidos e na Europa.
A Crítica – Qual o contingente de empregos que o comércio oferece hoje na Capital e no Estado?
Edison – Segundo os levantamentos do Ministério do Trabalho nós temos hoje aproximadamente 290 mil a 300 mil empregados no comércio em Mato Grosso do Sul.
Em Campo Grande não há um numero oficial, mas o cálculo é de que sejam entre 130 e 150 mil trabalhadores no meio empresarial do comércio de bens e serviços na Capital. Seria mais ou menos a metade em Campo Grande.
A Crítica – Qual o percentual que cabe ao comércio no PIB estadual?
Edison – No PIB de Mato Grosso do Sul o segmento do comércio e serviços, segundo o próprio Governo do Estado, tem 68,9%. O agronegócio tem 15,53% e a indústria tem 18,5%. Esses dados são referentes ao ano de 2011.
A Crítica – Como o comércio de Campo Grande está hoje depois do surgimento da crise internacional e que os primeiros reflexos dessa crise chegam por aqui?
Edison – Até o ano de 2011 as vendas estavam boas. Segundo o IBGE nós estamos vendendo mais que no ano anterior. O primeiro semestre, a gente sabe pela prática e pelas informações, é sempre mais fraco. A tendência é de que as vendas melhorem no segundo semestre.
A gente acredita que essa crise externa que está começando a chegar no País e também no nosso Estado - haja visto que grandes empresas que viriam para cá estão adiando seus projetos de investimentos - possam impactar de alguma forma nas vendas. A expectativa era de aumento de 6% a 7% nas vendas, mas hoje já se trabalha com aumento de 3% a 4%.
A Crítica – Como a Fecomércio vê a exigência da Prefeitura de Campo Grande no tocante a limpeza das fachadas das lojas na área central?
Edison – A Fecomércio é favorável que haja uma modernização no comércio da área central. Faz anos que temos pedido uma revitalização nessa região, com a padronização das calçadas, com a mudança da fiação que passaria a ser subterrânea, entre outras coisas.
E também com a modernização nas fachadas das lojas. Há o problema da necessidade de um desembolso por parte dos comerciantes, e muitos podem não estar preparados, ter dificuldades para fazer esses investimentos.
Mas se olharmos hoje e pensarmos no futuro, certamente vai ficar um centro comercial muito bonito, porque vai mostrar a fachada dos prédios antigos e ficará mais clean, mais moderno todo o centro da cidade. Acredito que vá ficar bonito e por isso somos favoráveis a esse projeto.
A Crítica – A invasão dos shoppings na Capital vai prejudicar os pequenos comerciantes?
Edison – Os pequenos, na verdade, sempre vão existir, continuarão existindo. Logicamente que podem haver problemas. As grandes redes, não só de lojas, mas até mesmo os supermercados e grandes varejos, estão indo para os bairros.
Acabam prejudicando os pequenos empresários. Mas ele não vai deixar de existir. E por isso que temos solicitado aos nosso governantes que olhem com mais carinho e cuidados para esses pequenos e microempresários, facilitando-lhes a vida, reduzindo seus impostos, favorecendo-os para que possam sobreviver.
Até porque, esses pequenos empresários, somados, são os grandes empregadores da mão de obra no País. E por isso não podem deixar de existir. Mas a concorrência é realmente pesada.
Não sabemos se vai haver mercado para todos esses grandes shoppings. Campo Grande está com aproximadamente 800 mil habitantes, a gente vê que a renda per capita da cidade é alta, mas os investimentos que estão sendo feitos em shoppings, grandes varejos, e grandes lojas são muito grandes e ficamos em dúvida se terá espaço para todos. Esperamos que sim.
Redação/A Crítica de Campo Grande/JE
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