Foto: Edemir Rodrigues

Ao longo da MS-458 e MS-382, numa região de alta produtividade pecuária em Porto Murtinho, oito novas pontes de concreto armado dão o sinal de modernidade à paisagem tradicional do Pantanal Alto.

O governo do Estado construiu as estruturas para substituir antigas pontes de madeira que no início de 2011 foram danificadas ou destruídas pelas chuvas intensas.

O governador André Puccinelli fez a inauguração nesta segunda-feira (23), na Fazenda Firme, que fica bem próxima a três das novas pontes – a travessia sobre o Córrego Seco, a sobre o Rio Branco e a sobre a Vazante do Rio Branco.

As edificações consumiram investimento de R$ 6,4 milhões, conquistados junto ao Ministério da Integração Nacional, graças aos projetos técnicos apresentados e à articulação política do Estado, com apoio da bancada federal.

“Todos se lembram que de 2010 para 2011 aconteceu a chuvarada que destruiu 37 pontes de madeira, e as estradas, nem se fala. Dimensionamos os problemas havidos e chegamos a mais de cem milhões de reais em estragos”, citou o governador, lembrando de todo o processo em que o governo estadual investiu na recuperação das estradas e negociou com o governo federal os recursos para as pontes.

“Independente dessa situação de estragos das chuvas, já substituímos mais de cem pontes de madeira por concreto, de umas 800 pontes que temos em Mato Grosso do Sul. Em algumas que precisavam de reforma, compensa triplicar o custo, mas fazer uma definitiva”, disse André.

Para o prefeito Nelson Cintra, apoios como o que foi dado pelo governo nesses empreendimentos são essenciais para atender as demandas do setor produtivo, que são muitas.

“O município é muito grande, se não tem essa ajuda do governo do Estado nós não conseguimos fazer muito. Temos que agradecer porque as nossas solicitações sempre são atendidas”, afirmou Cintra.

A própria prefeitura já executou e tem projetos de melhorias de estradas e pontes de madeira na região, que complementam as intervenções promovidas pelo Estado.

Produção

Para quem viveu as dificuldades de cruzar a estrada sobre as velhas pontes – ou sobre os leitos dos córregos quando as pontes foram destruídas – as novas construções são garantia de perenidade. “Agora é uma solução definitiva”, resume Emerson Belaus, 48 anos, criador de gado na região.

“Em época de chuva, as pontes sempre tiveram problemas. Essa é uma região de boi gordo, onde tem muito investimento. Muitas vezes os reparos resolviam a situação para passar as caminhonetes, mas tem produtor que tem caminhão pra 40 cabeças de gado”, conta o pecuarista.

Da Fazenda Pranchada, onde tem a criação, Belaus precisou em outras ocasiões escoar a produção pela rodovia de ligação até Bonito, como opção de desvio pela impossibilidade de sair pela MS-458 em direção a Porto Murtinho.

“É importante que o governo tenha feito essa obra, e isso representa ganho para o próprio Estado, essa é uma região muito produtiva, é um investimento que vai dar retorno”.

Valério Luiz da Costa Vanni também é criador de gado e lembra que as pontes de madeira apresentavam outro risco além dos estragos das cheias.

“O solo aqui tem uma característica diferente, ele tem época de ficar muito seco, por causa da tosca (camada logo abaixo do pasto, que, conforme o produtor, torna-se impermeável e em certas épocas não garante umidade suficiente para a superfície). Com a vegetação seca, qualquer fagulha de escapamento de caminhão pode começar um fogo e queimar ponte”, relata Vanni.

A situação é mais que uma hipótese e já foi testemunhada pelo produtor. “Fica muito perigoso. Já teve ocasião de eu ficar ali na cabeceira da ponte do Rio Branco cuidando, com o pulverizador”.

O criador, dono da Estância Braúna, na região do Barranco Branco, agradeceu o empenho do governo e da Prefeitura para atender o que considera as três principais necessidades para o setor produtivo: estradas (incluindo pontes), educação (como uma nova escola, solicitada ao governador durante o evento) e agilidade nos licenciamentos ambientais.

Moradores da Aldeia Tomázia também são usuários frequentes da MS-458 que já sentem a diferença de trafegar contando com as novas pontes de concreto.

Distante 70 quilômetros da sede de Porto Murtinho, quem vive na comunidade Kadwéu precisa com frequência se deslocar até o município.

O cacique, Arcolino Abicho Banana, conta que em épocas passadas já aconteceu de os indígenas ficarem ilhados por falta de acesso. “Agora tem mais segurança”, diz o líder.

As oito pontes foram construídas por meio do Programa de Resposta aos Desastres, na parceria do Governo de Mato Grosso do Sul com o Ministério da Integração Nacional.

Foram reconstruídas em concreto pontes destruídas nas seguintes localidades: Ponte sobre o Córrego Seco (Km 85,10 na MS-458); Ponte sobre o Rio Tereré (MS-458); Ponte sobre o Córrego das Antas (Km 237,5 na MS-382); Ponte sobre o Córrego Caititu (Km 248,2 na MS-382); Ponte sobre o Córrego Areias (Km 119,2 na MS-458); Ponte sobre o Córrego Loco (Km 107,2 na MS-458); Ponte sobre a Vazante Rio Branco (Km 85,3 na MS-458); Ponte sobre o Rio Branco (MS-458).

Municipalismo

O governador André Puccinelli elencou os investimentos nas pontes como uma das ações do modelo municipalista de governo que adotou desde o início da gestão.

Por conta dessa determinação, o governador deve atender dois pleitos apresentados pela Prefeitura de Porto Murtinho e por produtores rurais durante a inauguração das obras.

Uma delas é para a recuperação de uma estrada vicinal que vai da Fazenda Firme ao Barranco Branco. Puccinelli autorizou a Secretaria de Obras a cuidar do projeto, uma demanda da administração municipal, de parlamentares e do setor produtivo.

Até o fim de setembro a obra deve ser executada. Outra solicitação, a construção de uma escola rural de ensino fundamental, também deverá contar com parceria do Estado. “Vamos repassar em convênio recursos ao município para a construção”, anunciou o governador do Estado.