Domingo 02/11/2025 17:03

Ortopedia do SUS no MS enfrenta crise, mas governo afirma que atende todos os pacientes

Estado - Saúde - Entrevista com Secretária de Saúde

Foto: Mídia Max

Uma declaração da secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi, feita em entrevista gravada no Seminário de Controle, Avaliação e Auditoria do SUS, realizado em Campo Grande, no último dia 28 de junho, chama a atenção pela tranquilidade, diante do excesso de casos ortopédicos em todo estado, que resulta em filas.

A reportagem do Midiamax queria saber da secretária de Saúde – a mais alta autoridade do estado na questão – se os problemas de superlotação do Hospital da Vida, que parou de receber pacientes acima de sua capacidade de atendimento, e a paralisação da ortopedia do Hospital Universitário de Campo Grande, não estariam afetando ainda mais a sobrecarregada Santa Casa.

“A Santa Casa hoje está bem mais tranquila, a gente reorganizou o serviço de ortopedia, separou salas de cirurgia e leitos pra ortopedia, então nós estamos conseguindo fazer mais o segundo tempo da ortopedia”, declarou Dobashi.

Para Luiz Kanamura, diretor clínico da Santa Casa, a situação da Santa Casa é um pouco mais complicada: “Estamos há pelo menos 10 dias sobrecarregados. Fomos pegos de surpresa com a suspensão do plantão da ortopedia do HU, justo agora que acabamos de contratar médicos para atender este nosso setor”.

Referindo-se, especificamente, apenas ao fechamento do atendimento cirúrgico do HU, que atende casos leves, Kanamura declarou: “Não temos profissionais e nem sala disponíveis para mais esta demanda”.

A Santa Casa recebe pacientes de todo o estado com problemas ortopédicos de média e alta complexidade, mas estaria mais sobrecarregada diante da determinação dos diretores do Hospital da Vida de Dourados, de parar de receber casos além da capacidade de atendimento.

Em Dourados, o diretor clínico do Hospital da Vida (SUS), Luiz Carlos de Arruda Leme, reafirmou a crise do setor à reportagem:

“A macrorregião de Dourados tem quase um milhão habitantes (33 municípios), que dependem dos serviços de ortopedia de baixa e média complexidade que nós oferecemos. O Hospital não atendeu muitos pacientes porque chegou ao limite da sua capacidade de atendimento”.

Mesmo quem conseguiu, teve que aguardar em uma fila de macas nos corredores do hospital. Esse foi o caso de Brandina Ferreira, internada num dos corredores do Hospital da Vida em Dourados, com fratura nas duas pernas e hemorragia interna. A filha tentou internação no Hospital Universitário da UFGD, mas não conseguiu.

Segundo Arruda Leite, os casos de baixa e média complexidade não atendidos são enviados para a capital, mas só quando a Central Estadual de Vagas libera a transferência.

E onde ficam os pacientes? Nos hospitais municipais das cidades menores, que não tem como resolver o problema. Ou então em hospitais privados.

Alguns hospitais menores nem sequer tem ortopedia, como é o caso de Amambai, no sul do MS. Apesar da existência de um Hospital Regional do Estado, os casos são enviados para Dourados e Ponta Porã. Com seus quase 35 mil habitantes, não há serviço público de ortopedia.

Na circunstância atual, pacientes das 33 cidades menores que compõe a Grande Dourados, e que nem sequer têm ortopedista nos hospitais municipais, ficam à espera de definição e liberação de vagas pela Central Estadual de Regulação, que pode demorar.

Outro caminho para os pacientes da região seria o hospital de Ponta Porã, mas a informação é a exatamente a mesma de Dourados.

O Hospital Regional estadual não está recebendo casos ortopédicos de fora da cidade porque está superlotado. Em Ponta Porã, os casos graves de alta complexidade são também remetidos para a Santa Casa, mas em função da demora de liberação de vaga pela Central de Regulação, há casos em que os pacientes ficam internados ali por cerca de dois meses, à espera da cirurgia.

Em Nova Andradina, o Hospital Regional do Estado só dispõe de um ortopedista, que não dá conta de todo o atendimento ortopédico.

Tanto que um anúncio do dia 5 (quinta) informa a necessidade de contratação urgente de ortopedistas. “O Hospital Regional de Nova Andradina ‘Dr. Francisco Dantas Maniçoba’ necessita com urgência de médicos especialistas nas áreas de ortopedia e ginecologia/obstetrícia, para contrato imediato”, diz o anúncio.

Já na Santa Casa de Corumbá, sob intervenção municipal e conveniada ao SUS, a maioria dos casos cirúrgicos ortopédicos são resolvidos no hospital, garante um integrante da Junta Interventora, Eduardo Lasmar.

“No entanto, quando se trata de casos de cirurgia eletiva (não urgentes, mas graves), como coluna ou joelho, temos que encaminhar para Campo Grande, e aí tem paciente que fica esperando liberar vaga por seis meses”, garante o diretor.

Com toda a situação caótica, não deixa de soar estranho que o Hospital Regional Rosa Pedrossian, de Campo Grande, tem os equipamentos necessários para atendimento ortopédico, mas não atende mais um caso sequer há cerca de dois anos, quando a unidade foi desativada por decisão do Governo estadual.

Segundo Dobashi, o governo tem uma “ação muito profunda” nos hospitais

Em sua entrevista para o Midiamax, no último dia 28 de junho, a secretária afirmou que o governo Puccinelli está fazendo a sua parte para debelar a crise da Saúde. Leia:

Reportagem - Como o HU está em greve e o Hospital da Vida avisou que não vai receber mais, a gente fica com essa demanda empurrada para Campo Grande?

Dobashi - A Santa Casa está hoje com 91 leitos de pacientes críticos e a gente esta esperando que o Ministério libere recursos porque nos estamos, com esses 91 leitos, gastando muito mais.

A Santa Casa hoje esta bem mais tranquila, a gente reorganizou o serviço de ortopedia, separou salas de cirurgia e leitos pra ortopedia, então nós estamos conseguir fazer mais o segundo tempo da ortopedia.

Reportagem - O HU é o problema da greve. Tem greve aqui, tem greve lá.

Reportagem – O que a gente começa a pensar é o seguinte, como o interior tem apontado problemas, Três lagoas está com hospital deficitário, o da Vida, de Dourados, parou de receber paciente da região, a Santa Casa não vai ficar superlotada além da conta de poder atender?

Dobashi - Nós temos ações em todos os hospitais, todos. A gente aumentou o financiamento dos 18 hospitais regionais, que esses todos que você falou estão incluídos, a gente deu treinamento para atendimento de paciente crítico classificação de risco pra todos, fizemos avaliação de desempenho junto com a universidade do Canadá, pra avaliar o desempenho de cada um e de onde eles precisam melhorar;

Coxim, Nova Andradina nós que construímos, equipamos e damos dinheiro para custeio;

Ponta Porã nós reformamos o hospital inteirinho, tá terminando agora;

Naviraí a gente reformou todo o pronto socorro e equipou todo o pronto socorro;

Corumbá nós estamos começando um plano de apoio lá, isso tudo o que aconteceu não vai mudar, porque a gente continua trabalhando, eles estão sob intervenção, o Estado tá dando dinheiro e apoio técnico;

Paranaíba também nós melhoramos o financiamento;

Três Lagoas nós vamos tirar a hemodiálise do lado da UTI e fazer um anexo e criar uma UTI neonatal;

Corumbá também nós já compramos equipamento e estamos esperando eles fazerem a obra para uma UTI neonatal. Então a gente está trabalhando nos 18 hospitais.

Aquidauana a gente reformou maternidade, arrumou UTI, arrumou hemodiálise, passa dinheiro de custeio.

Então o Estado tem uma ação muito profunda, muito contundente em relação aos hospitais, embora ainda continue saindo na mídia os problemas, que eles são reais, não são inventados.

A gente olhando os indicadores, hoje os problemas são menores do que antes. A gente tinha mais problemas antes de perder paciente, de não conseguir atender. Mesmo com a superlotação, nós estamos dando conta de acolher o paciente de alguma forma.

 

Diana Gaúna e Pio Redondo/Mídia Max News/JE

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