Greve pode comprometer eleições
Estado - Ações Coletivas - Greve do Judiciário
Foto: liberdade96fm.com.br
Se depender dos servidores do Poder Judiciário, não haverá eleição este ano em Mato Grosso e outros estados do país. Com 25 cartórios em greve em todo o Estado, alguns com paralisação total dos servidores, a situação causa preocupação e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT), desembargador Rui Ramos Ribeiro, teme que a realização do pleito municipal seja prejudicada.
“Temos esse ingrediente que não esperávamos. Se essa paralisação continuar como está, realmente teremos surpresa ‘non grata’”. A situação é agravada pelo fato de que encerra hoje, às 19h, o prazo para os partidos e coligações solicitarem o registro das candidaturas.
“Se não atenderem às nossas reivindicações, adeus, eleições. É o preço que o Executivo vai pagar por desrespeitar os nossos direitos”, disse o diretor de Comunicação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal de Mato Grosso (Sindijufe), Marcelo Lincoln Evangelista.
Na tentativa de minimizar os danos, o TRE adotou medidas de emergência. “Para evitar o caos, estamos selecionando determinados servidores que deixarão de exercer atividades no Tribunal, a ponto de interromper sessões do Pleno, para encaminhar essas pessoas para dar andamento aos pedidos de registro e garantir cumprimento dos prazos eleitorais”, salientou Ramos.
Apesar da situação crítica, o desembargador acredita que será possível chegar a uma solução. Ontem (3), ele se reuniu com os servidores grevistas para se informar da situação.
A greve dos servidores do Poder Judiciário Federal foi deflagrada em todo o país. Além de Mato Grosso, cuja adesão foi oficializada no dia 21 de junho, a greve também ocorre, com intensidades diversas, em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Piauí, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Acre e Tocantins.
A categoria reivindica aprovação do Projeto de Lei 6613/2009, que prevê revisão salarial de 56% e contra o PL 549/2009, que trata do congelamento dos salários. Segundo Marcelo Evangelista, a reposição salarial exigida refere-se às perdas inflacionárias, acumuladas desde 2006.
Desde a tarde de ontem os servidores grevistas estão acampados em frente ao TRE, onde devem permanecer até às 19h de hoje, quando encerra o prazo para registro das candidaturas. Às 14h, eles realizarão nova assembleia para discutir o assunto.
Renata Neves/Diário de Cuiabá/JE
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