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Neste sábado (30), às 9h, o SIMTED (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Nova Andradina, realizará uma “Caminhada pela Paz”, que terá início em frente ao Museu Municipal, localizado à Av. Antônio Joaquim de Moura Andrade. Esta foi a maneira que os trabalhadores em educação do município encontraram para mostrar a sua indignação com o assassinato do professor Delmiro Salvione Bone, diretor da Escola Municipal Marcos Freire, no distrito de Casa Verde, ocorrido no final da tarde desta quinta-feira (28). Ele foi atingido por três tiros, disparados por um aluno, quando embarcava em um ônibus próximo à escola onde trabalhava. Não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.

De acordo com o presidente do SIMTED de Nova Andradina, Edson Granato, os trabalhadores em educação do município estão inconformados com o assassinato do professor e reivindicam mais segurança e condições dignas de trabalho. “Queremos paz para poder exercer a nossa profissão, a morte do nosso companheiro Delmiro nos revoltou muito, é um absurdo não termos segurança em nosso trabalho. Estamos tristes, inconformados e vamos continuar lutando por respeito e dignidade em nossas escolas públicas”, afirma.

Segundo o professor Leandro Domingues, que também é membro da direção do sindicato, falta comprometimento do poder público, pois o aluno que disparou os tiros já estava apresentando problemas, já tinha passagens na polícia e a direção da escola já tinha solicitado a remoção dele. “Estamos indignados com a demora do poder público de tomar providencias cabíveis em relação a este aluno, pois a situação já tinha fugido do controle da direção da escola, nada foi feito e perdemos o nosso companheiro. Convocamos toda a sociedade de Nova Andradina para estar na nossa caminhada pela paz e pelo respeito. Tenho certeza que unidos somos mais fortes”, disse.

Para o presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botareli Cesar, entidade a qual o SIMTED de Nova Andradina é afiliado, a violência escolar tem vários motivos, entre eles os problemas sociais, alunos desmotivados, com uma visão negativa da escola, a falta de responsabilidade social, de punições individuais e políticas educacionais que não levam em consideração as realidades locais dos professores, alunos e pais. “Acreditamos que a violência é um problema social que está presente dentro das escolas e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da cidadania dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários”, ressalta.

Roberto disse ainda que a FETEMS e os SIMTED’s defendem que este tema deve ser levado para dentro da sala de aula, desde as séries inicias. “Esta é uma forma de trabalhar com um assunto controverso e presente no cotidiano das nossas vidas, oportunizando momentos de reflexão que auxiliarão na transformação social. Também defendemos que o poder público deve assumir a sua responsabilidade e dar condições dignas de trabalho aos educadores, pois muitas vezes a escola se torna menos atrativa, por falta de materiais pedagógicos adequados, de modernização e infra-estrutura, além da falta de estimulo profissional, que muitas vezes é causada pela desvalorização da categoria e tudo isto reflete na sala de aula e faz com que os jovens não se sintam atraídos para os estudos e acabem se afastando cada vez mais e se envolvendo em situações como estas”, conclui.

Nesta sexta-feira (28), pela manhã, os trabalhadores em educação de Nova Andradina, principalmente os que conviviam no ambiente de trabalho com o professor Delmiro Salvione, já realizaram um protesto em frente ao Fórum do município, que recentemente determinou que o aluno responsável pelo assassinato, que já havia esfaqueado um colega, voltasse para a escola.