"O governador está realizando um sonho antigo de Porto Murtinho com a construção de oito pontes de concreto. É uma região forte de engorda de boi e que a cada dia tem grande movimento. A iniciativa do governo vai gerar tranqüilidade para todos”, destacou o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, durante a solenidade de início da construção de 37 pontes de concreto que foi autorizada pelo governador André Puccinelli.

Conforme Nelson Cintra, a troca de pontes de madeira por concreto traz a tranqüilidade que todo o produtor rural e a comunidade precisam. Mesmo nova, a ponte é projetada para suportar o peso de 15 toneladas, ou seja, é inferior a capacidade dos grandes caminhões. “Com a preservação de madeiras do tipo aroeira as pontes geralmente são construídas com madeira de qualidade inferior, ou seja, são mais fracas e resistem pelo menos dois anos”, comentou.

As pontes de concreto já são definitivas e que comportam um maior volume de cargas facilitando o escoamento da produção em larga escala.

Com recursos de R$ 30 milhões, obtidos do Ministério da Integração Nacional, o Estado vai executar 1.688 metros de pontes de concreto armado.

A infraestrutura vai beneficiar 24 municípios e mais um distrito que tiveram as pontes de madeira danificadas ou destruídas pelas enxurradas causadas pelas fortes chuvas do início do ano.

Em nome dos prefeitos presentes na solenidade, o de São Gabriel do Oeste, Sérgio Marcon agradeceu o empenho do governo do Estado por meio da Coordenadoria de Defesa Civil pela agilidade na elaboração de documentos para decretar a situação de emergência com os prejuízos das chuvas. “Tivemos muitas dificuldades por causa das chuvas e o governo está realizando grande sonho para as comunidades. Só quem teve comunidades e propriedades isoladas pode dizer o quanto vai ser benéfico estas pontes de concreto num Estado em franco desenvolvimento”, ressaltou.

Para o produtor rural de São Gabriel do Oeste, Nei José Ganziani a construção de duas pontes de concreto vai trazer um incremento à produção local. Ele explica que a ponte de madeira sobre o Rio Coxim foi construída no ano de 1976 e que mesmo com as constantes reformas, os pilares da ponte não suportam cargas pesadas. “Nós tínhamos que fretar caminhões pequenos para levar, por exemplo, o calcário que vem a granel e representa o dobro do custo. A ponte de concreto vai dar tranqüilidade no acesso e mais segurança. Nos sentimos libertos e com mobilidade”, afirmou.

Além do comércio em geral que usa as vias para transportar seus produtos, um setor que se beneficia muito com essas conquistas é o de carvão vegetal, é o que demonstra Marcos Brito, presidente do Sindicato das Indústrias e produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul, o Sindicarv. “Com a designação da verba federal para a construção dessas pontes, vários setores econômicos foram contemplados, incluindo o de carvão vegetal, atividade esta que utiliza totalmente o transporte rodoviário para fazer girar a economia, estamos comemorando essa conquista e acreditamos que o caminho é esse, melhorar ainda mais, construindo e desenvolvendo nossa atividade com mecanismos viáveis de transporte como o que temos agora com a construção dessas pontes”, comemora Marcos Brito.

Relatando a difícil realidade que os produtores vinham enfrentando, em março de 2011, o presidente Marcos Brito acompanhado do Deputado Estadual Diogo Tita, visitou o secretário de obras Wilson Cabral e entregou um ofício de reivindicações para recuperação de pontes e estradas de quase todo o Estado. Durante a visita além de um ofício de reivindicações, entregou ainda um relatório completo fornecido pelo SindiCARV dos danos causados nas estradas de todo o Estado prejudicando o escoamento da produção do carvão no Estado.

Os municípios beneficiados com a construção de pontes de concreto serão Anastácio, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bandeirantes, Caarapó, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Dois Irmãos do Buriti, Fátima do Sul, Figueirão, Guia Lopes da Laguna, Jaraguari, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo, Santa Rita do Pardo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Terenos e Paraíso das Águas.

As enxurradas do início do ano provocaram o isolamento das comunidades do município de Aquidauana, mas principalmente no Distrito de Piraputanga. Conforme disse o vice-prefeito, Vanildo Neves, desde as últimas enxurradas e inundações, aquela comunidade está utilizando um barco para o deslocamento. “Sem contar com a queda de 30% dos turistas que visitavam Piraputanga. Para chegar ao distrito é preciso fazer desvio de cerca de 40 quilômetros. Esta ponte vai devolver o fluxo de turistas”, disse.

No rio Anhanduí, entre os municípios de Nova Andradina e Ribas do Rio Pardo, a ponte de madeira foi destruída e a passagem atualmente é feita por uma balsa. “A região é de pecuária e o transporte está sendo feito com balsas, o que traz custos. A travessia de ida e volta custa R$ 80”, comentou o prefeito, José Gilberto Garcia.

O governo do Estado vai construir na região duas pontes de concreto sendo uma na MS-134 e outra na MS-340 com 96 metros cada uma.

Na região de Coxim serão construídas quatro pontes de concreto.

De acordo com a prefeita, Dinalva Mourão, as pontes foram danificadas, mas ainda tem passagem de trânsito, principalmente de caminhões de calcário. “Já tivemos caminhões que caíram das pontes de madeira. A de concreto dá mais segurança e condição de vida melhor no dia a dia que é voltada para a agricultura e pecuária. Só temos que agradecer ao governo por propiciar a troca destas pontes”, agradeceu.

Em Aparecida do Taboado, o governo estadual vai construir uma ponte na MS-316 com 48 metros. Conforme o prefeito, André Alves Ferreira, a ponte sobre o Rio Quitéria está danificada e traz dificuldades para a população local. “A região conta com cerca de 350 produtores rurais e dificulta o escoamento da cana de açúcar, o transporte escolar e para quem trabalho com gado leiteiro. É uma ótima iniciativa do Estado que vai sanar o problema”, avaliou.