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A reforma na pastagem e a redução na idade de abate de bovinos estão colaborando para a diminuição da emissão de CO2 no Mato Grosso do Sul.

Exemplos de produção sustentável foram apresentadas no Espaço AgroBrasil – Organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ocupado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) nesta quarta-feira, 13, na abertura da Rio +20.

“A pecuária é capaz, como nenhum outro setor, de reduzir a emissão de gases poluentes com mudanças simples” apontou Davi Bungenstab, pesquisador da Embrapa Gado de Corte nas áreas de sustentabilidade e eficiência do sistema.

O sistema de produção adotado pela Associação do Novilho Precoce de MS, foi apresentado ao público da Rio+20 como um exemplo bem – sucedido de pecuária eficiente e sustentável.

“A redução em um ano na idade de abate dos bovinos reduz em 1 tonelada de equivalente CO2 por animal ao ano” aponta o pesquisador.

Mato Grosso do Sul abate cerca de 3,5 milhões de bovinos por ano, destes, cerca de 10%, ou 350 mil animais estão no programa Novilho Precoce, onde os animais seguem para o gancho com idades entre 18 e 36 meses.

“Em geral os bovinos são abatidos com 42 meses. Dados mostram que, se os animais do Programa Novilho Precoce fossem abatidos um ano mais tarde, seria necessário o plantio de 37 mil hectares de eucalipto, o equivalente a quase 10% da área de floresta do estado, para compensar a emissão de CO2”, continua Bungenstab.

O governo do Mato Grosso do Sul ainda prevê incentivos fiscais para os pecuaristas.

Quando os animais são abatidos com até 18 meses, o pecuarista recebe 67% do ICMS de volta; entre 18 e 24 meses, a devolução tributária é de 50% e até 36 meses o pecuarista resgata 37% do imposto.

“A cada 20 bois gordos entregues no programa, o pecuarista eficiente consegue ganhar o equivalente a um boi gordo em resgate fiscal“, diz o pesquisador.

O interesse dos pecuaristas sul-mato-grossenses por produção sustentável tem aumentado e prova disso é o avanço dos investimentos em reforma das pastagens.

Segundo o especialista, o número de incêndios e de pedidos de desmatamentos também cairam drasticamente.

A palestra foi parte das apresentações da Embrapa Gado de Corte na rio +20, onde lançou o livro ‘Agronegócio com sustentabilidade: a eficiência das cadeias produtivas do agronegócio de Mato Grosso do Sul’, que apresenta os resultados de análises nas cadeias de grãos (soja, milho e sorgo), fibras (algodão e celulose), carne bovina e sucroenergético (álcool e bioenergia).