Foto: Edemir Rodrigues

Desenvolver ações para construir um novo cenário para a cadeia leiteira em Mato Grosso do Sul se tornou realidade nesta segunda-feira (04) com o lançamento do Projeto da Bacia Leiteira na Região Central de MS - Leite Forte, pelo governador André Puccinelli.

A iniciativa pioneira marca uma nova fase em que 50 técnicos serão colocados à disposição de produtores de leite, proporcionando assistência técnica e gerencial efetiva, qualificada e continuada. Nesta 1ª etapa os produtores interessados em participar necessitam ter alguns requisitos como: mão de obra disponível, alguém na família para fazer anotações e controle, adotar tecnologia em sua propriedade e adotar normas dos Programas Sanitários Oficiais.

O objetivo principal é aumentar a produção para suprir a demanda, melhorar a qualidade e o preço do leite no Estado, segundo a secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias. “A busca de novos investidores, até então, não era possível devido à baixa produção em Mato Grosso do Sul, que atualmente, no auge da safra chega a 1,2 milhões de litros/dia”, conta Tereza.

Kits Irrigação

Para incrementar ainda mais a bacia leiteira no Estado será implantado um programa de distribuição de 500 kits de irrigação familiar, para beneficiar pequenos produtores, através do Ministério da Integração Nacional em parceira com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). Os kits são disponibilizados para irrigar áreas de meio a um hectare, com capacidade para atender dez cabeças de gado. De acordo com o secretário Nacional de Irrigação, Ramon Rodrigues, apesar do Estado já possuir programas de irrigação estes kits vão incrementar a produção de leite, aumentando a qualidade do produto final. “Vai haver produção de mais leite, com mais qualidade, e desta forma grandes empresas de beneficiamento serão atraídas, agregado valor ao produto, que pode até ser exportado”, disse Ramon.

Os kits vão possibilitar aos pequenos produtores a continuidade de produção, mesmo nas épocas de seca, quando a extração de leite é menor, devido à falta de pasto. “O kit é apenas um instrumento, que não funciona se não estiver aliado a uma capacitação como esta, que leva ao produtor as metodologias que podem evitar a perda da qualidade e melhore o preço do leite”, ponderou o secretário Nacional de Irrigação.

Capacitação

Os produtores beneficiados participarão de capacitação com 40 horas/aula de curso. Já após o lançamento do Leite Forte o produtor pôde procurar uma das instituições parceiras para fazer um pré-cadastro, e posteriormente passar por um processo de seleção. 

Os municípios envolvidos na primeira etapa do Leite Forte são: Anastácio, Aquidauana, Bandeirantes, Camapuã, Campo Grande, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Nioaque, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Negro, Rochedo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Terenos. Com a consolidação desta etapa, a meta é estender o projeto aos demais municípios do Estado.

As boas práticas na pecuária do leite, aliadas a uma ordenha de qualidade, noções de higiene e melhora genética irão proporcionar leite de qualidade no Estado, conforme o presidente do Conselho Administrativo do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Ademar Silva Júnior. Para ele organizar e intensificar as ações na cadeia leiteria vai culminar no aumento da produção do Estado. “Mato Grosso do Sul ainda não tem expertisena produção de leite, é uma nova cultura, e a boa vontade dos produtores, aliada a esta capacitação e ao incentivo do governo, será reconhecido em breve, como um dos maiores produtores de leite do país”, lembra Ademar. “A melhora da qualidade traz mais rentabilidade. A organização desta cadeia era o que faltava, esta assistência toda vai acabar com a economia caseira e profissionalizar o setor e melhorar a qualidade”.