Trabalho desenvolvido em presídio da Capital ajuda internos a superarem o vício das drogas
Geral - Ajuda a Internos
Foto: Divulgação
Ficha criminal extensa, família destruída e uma vida marcada pelos estragos causados pelas drogas. Essa é a história de W.A.O., 25 anos, interno do Instituto Penal de Campo Grande, que desde os 11 anos é usuário de entorpecentes, realidade que faz parte de um número significativo das pessoas que compõem a massa carcerária de Mato Grosso do Sul.
Ele e outros reeducandos da unidade penal agora estão tendo a chance de buscarem a superação do vício por meio do “Grupo de Recuperação de Custodiados Drogadictos”, desenvolvido pelo Setor Psicossocial do presídio, sob a orientação da Divisão de Promoção Social da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). “A droga tirou minha vida e agora eu quero recuperar tudo”, afirma W.A.O, garantindo que os encontros promovidos têm sido muito positivos.
O projeto está sendo desenvolvido no presídio há cerca de um mês e meio e conta com o apoio da Comunidade Terapêutica Antônio Pio da Silva (Comtaps), que atua no tratamento e recuperação de dependentes químicos e alcoólatras.
A psicóloga Mônica Leimgruber e a assistente social Rita Argolo coordenam o projeto e esclarecem que o trabalho proposto busca conhecer a experiência de vida de cada um dos envolvidos, analisando a compreensão da forma como eles reagem, os modos como fazem e de que forma escolhem as substâncias, no sentido de identificar as principais dificuldades enfrentadas em relação ao uso de drogas.
Durante os encontros é abordada uma problematização sobre o uso de drogas, sendo favorecida a troca de experiência por parte dos participantes. Testemunhos de drogadictos que também estão tentando superar o vício, através da Comtaps também são apresentados.
Conforme a assistente social Rita Argolo, as inclusões ocorrem por meio de encaminhamentos do Setor de Saúde ou mesmo com base nos atendimentos psicossociais. “Os internos também podem solicitar a inclusão no grupo, o nome é avaliado pelo chefe de disciplina e verificado por nós técnicas a real disponibilidade para o grupo”, esclarece a assistente social, ressaltando que a participação é voluntária.
O conselheiro em dependência química e coordenador da comunidade terapêutica, João Carlos Sobreira Benites, participa das reuniões no presídio e explica que “a ComtapsPS trabalha no sentido de conscientizar os usuários que o vício é uma doença que precisa ser tratada”, conforme preconiza o “método Minessota”, uma das bases do trabalho desenvolvido no presídio. Segundo Benites, “também é trabalhada a questão da espiritualidade e a ajuda mútua”, baseada nos "Doze Passos de Narcóticos Anônimos".
Preso por Furto, o reeducando A.O.S, 37 anos, tem participado ativamente das reuniões do grupo. Usuário de álcool e maconha desde a infância, o reeducando revela que já se envolveu em várias confusões por causa do vício. “Quando eu fui preso eu tinha bebido. O álcool também já prejudicou meu casamento e minha saúde”, comenta, revelando que acredita que se continuar a consumir bebida alcoólica, acabará morrendo. “De tanto que eu já bebi a minha vela deve estar bem pequenininha”, compara, fazendo menção a uma das palestras a que assistiu. A.O.S garante que a participação no grupo tem contribuído bastante para a sua autoestima. “São muitos depoimentos, e esses depoimentos tocam o coração da gente. Depois que eu saio do grupo eu vou refletir: se tem gente que consegue, eu também posso conseguir. É como a gente aprende aqui: um dia após o outro”, diz. De acordo com as coordenadoras do projeto, existe a intenção de envolver também os familiares dos internos que participam do grupo nesse trabalho de busca de superação do vício. Outro desafio que está sendo pensado é o acompanhamento dos reeducandos quando progredirem de regime ou conquistam a liberdade. “A possibilidade de continuidade é a inserção no Caps-AD [Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas], mas ainda estamos pensando nessa rede de enfrentamento para encaminhamentos futuros”, esclarece a psicóloga Monica Leimgruber. As reuniões acontecem duas vezes por semana no presídio e envolvem a participação de 13 internos. Semanalmente é realizada uma apresentação por parte de coordenadores da Comunidade Terapêutica Antônio Pio da Silva.Noticias MS / M.V
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