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  A aquisição e arrendamento de frigoríficos regionais por grandes indústrias dos setor serão abordados em evento promovido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) no próximo dia 14 de maio na capital Campo Grande. Segundo a entidade três grandes frigorificos são responsáveis por 70% dos abates do Estado. “Se não houver um controle, essas companhias, abastecidas pelo BNDES vão monopolizar os principais polos pecuários do país”, afirma Francisco Maia, presidente da Acrissul.

Segundo Maia, o debate é resultado de um movimento nacional e será encerrado com a “Carta de Campo Grande”. “Produtores de todo o país estão preocupados com o avanço dos grandes frigorificos que já assumiram quase 30% do processamento da carne bovina produzida no Brasil”, diz.

Mato Grosso do Sul tem 43 frigoríficos, mas apenas 25 em operação. Destes, dez estão sob o controle de grandes grupos. O JBS passou a administrar sete unidades após a recente aquisição do Frigoforte, que tem duas plantas no Estado; o Marfrig responde por outras duas plantas e o Minerva, por uma unidade.

“Sabemos que o JBS está negociando para comprar o Navicarnes que possui duas plantas no Estado e, se os credores do Independência, que tem outras duas plantas em Mato Grosso do Sul, aceitarem a oferta, o grupo passará a controlar mais quatro unidades”, salienta.

Com 11 plantas, a multinacional responderá por 44% do abates sul-matogrossenses. Em Mato Grosso, o grupo já é responsável por 48% da capacidade de abates.

Monopólio

Segundo Maia, embora siga comprando outros frigoríficos no Estado, o JBS opera com 60% da capacidade de abates na região. O temor dos produtores é que a multinacional encerre os abates em plantas adquiridas ou mantenha fechadas as que já estão fora de operação, para enfraquecer a concorrência.

Para evitar que se estabeleça um sistema de monopólio no Estado, o deputado estadual Márcio Fernandes enviou, em 3 de abril, um requerimento ao Conselho Administrativo de Defesa Economica (Cade) vinculado ao Ministério da Justiça, para que o orgão avalie o processo de aquisição adotado pelo JBS.

“Muitos produtores, especialmente do interior do Estado, estão preocupados com o avanço da multinacional e com o possível fechamento das unidades”, argumenta.

De acordo com o parlamentar o pedido enviado ao Cade visa a verificação e o impedimento da concentração de um poder econômico capaz causar um desequilibrio no comércio pecuário.