Abilio Diniz é um herói para o consumidor brasileiro, diz Financial Times
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O jovem gordinho, que era ridicularizado na escola, filho do dono de uma padaria, tornou-se um dos maiores empresários brasileiros. Abilio dos Santos Diniz, segundo o jornal britânico Financial Times, é um herói para os consumidores brasileiros. Já no mundo empresarial, sua postura diante das negociações entre Pão de Açúcar e Carrefour divide opiniões.
O jornal é só elogios ao empresário. Aos 74 anos, amante de esportes – corrida e futebol – e com um bronzeado permanente, Abilio combina uma devoção católica a uma ética no trabalho duro, com os ensinamentos da paternidade -- ele tem seis filhos de dois casamentos, com idades entre 49 anos e um ano.
Apesar de ter se formado na Universidade de São Paulo, em 1959, o maior aprendizado que Abilio traria para o mundo dos negócios aconteceu 30 anos depois. Extremistas que tentavam arrecadar dinheiro para os guerrilheiros em El Salvador bloquearam o carro do empresário que seguia para o trabalho e o sequestraram. Abilio ficou num minúsculo cativeiro durante uma semana, ouvindo música country. "Ele voltou do sequestro de uma pessoa completamente diferente", diz Ana Maria Diniz, filha mais velho do bilionário.
O episódio coincidiu com as primeiras eleições democráticas do Brasil, depois de mais de duas décadas de regime militar. Abilio voltou um homem determinado. Numa disputa interna, ele pressionou seus irmãos a reduzirem a rede de lojas e a tornou a companhia pública. Logo depois convidaram a rede francesa Casino a comprar uma participação do Pão de Açúcar em 1999. "Ele era inteligente o suficiente para saber que a concorrência estava chegando ao Brasil através Carrefour, Walmart e outros, e ele decidiu se preparar para isso", disse um banqueiro que tem feito negócios com ele, ao Financial Times.
O momento não poderia ser melhor. O então presidente Fernando Henrique Cardoso conduzia uma reforma econômica, mantida por seu sucessor Lula. De repente os brasileiros tinham dinheiro, e Abilio e Casino estavam à espera de novos consumidores. Juntos, eles expandiram o grupo em uma rede com 1.647 lojas e receita de 36 bilhões de reais no ano passado.
Assim como seu negócio cresceu, Abilio se tornou um obcecado pelo poder. Ele montou uma academia nada sede do Pão de Açúcar e disse que executivos acima do peso não eram bem-vindos na empresa. "Ele realmente acredita que um executivo tem de estar em forma, mental e fisicamente, para que ele possa ser bom em seu trabalho", diz Claudio Galeazzi, ex-executivo-chefe do Pão de Açúcar. Sua postura à frente dos negócios divide a opinião de seus pares. No caso da união com a Casas Bahia, as negociações foram turbulentas. "Ele tem um super ego", disse uma pessoa próxima ao Casino. "Provavelmente ego maior do mundo empresarial brasileiro."
Agora a lua de mel entre Abilio e o Casino já passou. Aparentemente insatisfeito com o acordo com a rede francesa, que terá o controle do Grupo Pão de Açúcar a partir do próximo ano, Abilio arranjou uma alternativa fusão com o Carrefour.
O Casino ficou horrorizado com a perspectiva de perder o controle de seu carro-chefe mercados emergentes. Através da sua parceria com o presidente Pão de Açúcar, o grupo francês tem desfrutado a liderança em uma das histórias de sucesso econômico da última década – a ascensão de mais de 30 milhões de brasileiros para a nova classe média. A rede francesa acusou o empresário de renegar o acordo feito anos atrás e não gostou de saber que Abilio negociou diretamente com o Carrefour sem procurar ouvir sua opinião. Apesar do estilo agressivo e da liderança de Abilio, o negócio está nas mãos de seus sócios franceses, que nem de longe estão gostando de tudo o que está acontecendo.
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