Este ano você não conseguiu conciliar as folgas no trabalho com as férias escolares dos filhos e já começa a se preocupar. Calma. Para evitar que as crianças elas passem esse período na ociosidade você só precisa se programar. Existem ótimas alternativas de programas que são também experiências enriquecedoras para as crianças.

APRENDIZADO CONTÍNUO 

Permitir que o seu filho viva longe do ambiente escolar e familiar pode não parecer uma boa ideia. Mas, de acordo com os especialistas, esses momentos costumam se tornar um grande aprendizado para a vida. “O intuito é estimular o desenvolvimento das habilidades das crianças sem que elas percebam, em contato com eventos culturais e com a natureza, conhecendo outras pessoas e também a si mesmo”, destaca o educador físico Luiz Alves, da Escola Americana no Rio de Janeiro.

Segundo ele, ainda que os alunos estejam em férias das inteligências linguística e lógico-matemática, outras habilidades são desenvolvidas. “São trabalhadas inteligências múltiplas do cérebro humano como: a musical, a quinestésico-corporal, que se refere ao trabalho manual, danças e esportes, a interpessoal, que desenvolve a cooperação e o trabalho em equipe, a intrapessoal, que estimula a imaginação, o autoconhecimento e a independência e a visuo-espacial, que explora o contato com a arte e o meio-ambiente”, enumera Luiz Alves.

Colônias de férias, passeios com os amigos da escola, visitas guiadas a museus, teatro, zoológico. Opções simples que podem contribuir decisivamente para a evolução do seu filho. “Se ele começa desde cedo a ter hábitos mais ativos ao estimular esse conhecimento, vai fugir do vídeo-game e do computador como únicas formas de entretenimento. E isso trará frutos no futuro”, acredita o educador.

ACAMPAMENTOS

Em julho abre-se a temporada de acampamentos e, com ela, a garantia da quebra da rotina e aceleração do aprendizado. “O ser humano está mais aberto ao conhecimento quando está fora do seu habitat natural”, define Marília Peralta, gerente do acampamento Peraltas em Brotas, no interior do estado de São Paulo.

As atividades no acampamento desenvolvem desde habilidades práticas, como as que proporcionam as oficinas de customização de camisetas, até intelectuais, éticas e socioambientais“. Em casa, as crianças são tratadas como um único sol, o astro-rei. Aqui somos todos iguais e devemos respeitar os valores e o espaço do próximo”, diz Marília.

Além de gerente, Marília é mãe e acostumou seus filhos a passarem as férias no acampamento Peraltas. “Costumo dizer que, durante uns três dias após a temporada, eles ainda arrumam suas camas e colocam suas toalhas no lugar. Depois desacostumam. O importante, no entanto, é observar que eles sabem se virar”, comemora.

A consultora de negócios Katia Vieira é uma ex-acampante e, hoje, ela sabe que pode confiar nos benefícios da iniciativa para o herdeiro. “Sempre achei muito bom ter tido esta experiência. Contudo, no início, eu corri atrás e estreitei bastante a relação com o acampamento antes de enviar meu filho”, diz ela.

CURSOS DE FÉRIAS 

Se você não quer deixar seu filho sucumbir ao videogame, introduzir atividades sazonais é estimulante. “Procure locais que promovam atividades que unam o lúdico ao aprendizado. Brincadeiras como a da “dança dos números” trabalham noções básicas de lógica e matemática para crianças entre 3 e 6 anos. Enquanto dançam, elas recebem um sinal de comando e devem formar grupos de três, quatro ou cinco integrantes, dependendo do que disser o orientador. Isso ajuda a desenvolver a noção de grupo, além dos raciocínios lógico e matemático“, explica Alves.

“Muitos pensam que vão pagar para os filhos brincarem. Eu vejo mais como um investimento na educação e não mero entretenimento”, corrobora Rabello. O educador da Escola Americana também é conhecido como Mestre Preguiça, afiliado à associação de Capoeira Terra Firme.

Para ele, um curso dessa arte marcial brasileira nas férias pode despertar um talento e um grande interesse do seu pequenino. “É uma atividade completa, que envolve a musicalidade dos ritmos, ahistória da cultura brasileira, um forte desenvolvimento da coordenação motora e, o mais importante, o sentimento de grupo, já que ninguém joga capoeira sozinho. Todos estão uniformemente unidos para realizar o esporte”, completa.