Como a Nasa usa satélites para analisar mudanças climáticas
Mundo - Ciência e Tecnologia - Tecnologia no Monitoramento da Amazônia
Imagem: Carolina Mitsuka
Pesquisadora Erika Podest explica como a tecnologia auxilia no monitoramento da Amazônia e outras regiões do planeta.
Quais áreas florestais e de geleiras estão diminuindo na Terra?
Qual é a dinâmica das massas de calor na atmosfera? Para analisar as mudanças climáticas no planeta, a Nasa, agência espacial americana, utiliza satélites com sensores de micro-ondas.
A tecnologia permite observar variações de volume de áreas alagadas, mudanças na umidade do solo e degelo em regiões mais frias. Para conseguir chegar a conclusões, porém, é preciso transformar essa imensidão de dados em mapas dinâmicos, tarefa conduzida por Erika Podest, cientista do JPL – Jet Propulsion Laboratory, da Nasa.
A pesquisadora apresentou-se no sábado no seminário Novas Ideias para o Futuro da Amazônia, do movimento Planeta Sustentável. O evento foi realizado a bordo do navio Iberostar Grand Amazon, que navegou pelo Rio Negro, no Amazonas, de 15 a 19 de março.
Segundo a cientista da Nasa, a grande vantagem do sistema que utiliza sensores micro-ondas é que as nuvens não prejudicam a captação de dados.
O sistema de monitoramento via satélite adotado pelo Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, no Brasil, por exemplo, utiliza sensores ópticos, que fotografam a Terra e não conseguem obter dados de áreas que estão nubladas.
No caso dos sensores deste sistema da Nasa, eles emitem uma onda que reflete na Terra (na água, em vegetações ou em construções, por exemplo) e retornam aos sensores.
Dependendo do padrão da onda que foi recebida pelo sensor, é possível identificar se a área está alagada, congelada, se tem vegetação ou construções. “A Nasa tem condições de analisar diferentes componentes do ciclo da água por meio do estudo de informações de satélites. É possível monitorar a neve, a chuva, os rios, os lagos e os mares que afetam as relações de clima”, diz Erika.
Dados da Amazônia peruana estão sendo analisados por Erika para acompanhar a variação de volume de água nas áreas alagadas da região. “A bacia amazônica concentra 20% da água doce do mundo, e sua floresta contém carbono equivalente a 10 anos de emissões mundiais, por isso é essencial acompanhar este ciclo”, afirma Erika. Ela pretende estender a pesquisa também para a Amazônia brasileira.
Durante seu doutorado, realizado na Universidade de Dundee, na Escócia, Erika estudou as regiões de alta latitude ao norte do globo terrestre. Com as informações obtidas pelos sensores de micro-ondas, foi possível detectar as áreas congeladas nessas áreas. Com a análise dos dados, representados em um mapa dinâmico, a pesquisadora verificou o derretimento de geleiras permanentes e um período de crescimento das árvores mais longo. “São duas mudanças que alteram o ciclo de carbono”, afirma a cientista.
Para substituir satélites que serão desativados, Erika desenvolve um novo satélite de monitoramento, também com sensores de micro-ondas, que deve entrar em órbita em 2014. Com isso, será possível coletar dados para o projeto SMAP (Soil Moisture Active Passive), que irá acompanhar a variação de umidade do solo. “É um importante parâmetro para a agricultura e para prever alagamentos.”
Além das pesquisas de Erika Podest, a Nasa conduz uma série de outros estudos relacionados ao meio ambiente que utilizam informações de satélites. Há mapas dinâmicos que revelam as áreas onde há queimadas, crescimento da urbanização, regiões mais iluminadas, buracos na camada de ozônio, entre outros assuntos. Segundo a cientista, “há 16 satélites da Nasa em órbita que dão várias voltas na Terra por dia e podem nos ajudar a acompanhar o que acontece no planeta”.
Nascida no Panamá, Erika é formada em Engenharia Elétrica, com pós-graduação em Física Aplicada com especialização em monitoramento remoto e processamento de imagens. Desde jovem, ela se interessou por tecnologia, por influência do pai, um fabricante de relógios. “Sempre tive bastante contato com a natureza e cresci com o desejo de usar a tecnologia para defender o meio ambiente.” Desde que entrou como estagiária do JPL, há mais de 10 anos, ela nunca mais deixou de conciliar seus interesses. “Estamos tentando entender o que vai acontecer a longo prazo para que seja possível tomar as medidas certas. Sou uma otimista em relação ao futuro.”
Kátia Arima/National Geographic Brasil Online/DF
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