O que devemos fazer para acumular riqueza?
Brasil - Economia - Tripé dos Investimentos
Imagem: misticosepensadores.blogspot.com
Talvez você, leitor, já tenha ouvido falar no termo tripé dos investimentos.
Ele se refere às três principais variáveis que definem quanto dinheiro um investidor terá no futuro, a saber: montante depositado, taxa de juros e tempo.
A importância de se compreender cada um dos elementos que compõe o tripé dos investimentos decorre do fato que, se ao longo de sua vida financeira você se descuidar de uma (ou mais) dessas variáveis, a sua acumulação de riqueza será prejudicada.
Mas eis que surge a pergunta: quais características, intrínsecas aos indivíduos, podem afetar negativamente o tripé dos investimentos? Cito alguns exemplos, a seguir.
* Fatores que afetam o montante a ser depositado: ganhar pouco; gastar muito.
* Fatores que afetam a taxa de juros de seus investimentos: desconhecimento de alternativas mais rentáveis; má avaliação dos riscos de um investimento, (talvez azar?).
* Fatores que afetam a variável tempo: falta de paciência; (morte do investidor?).
Vejam que muito do que somos, afeta em demasia nossos investimentos e, por conseguinte, nosso futuro financeiro.
Para uma compreensão mais detalhada sobre a influência do tripé financeiro na acumulação de riqueza, apresento uma abordagem mais detalhada sobre suas três variáveis, nos tópicos que se seguem.
MONTANTE DEPOSITADO
Em matemática financeira, as fórmulas para calcular o valor final de um investimento podem ser divididas em duas modalidades:
1) aquelas que consideram apenas um depósito (exemplo: recebe uma herança e aplica todo dinheiro de uma só vez) ou 2) aquelas que se referem a depósitos periódicos (é a conhecida história de guardar X Reais por mês).
Neste tópico, irei comentar sobre essas duas situações, pois o quanto conseguimos poupar por mês, ou até mesmo, o quanto uma pessoa recebe de herança da família, tem grande influência na riqueza final de um indivíduo.
Para que possamos compreender melhor, com exemplos numéricos, a importância do montante depositado, serão propostos alguns cenários.
Primeiramente, considere que o indivíduo A invista R$200,00 por mês e que B aplique R$400,00 mensais.
Se ambos aplicarem esses montantes a uma mesma taxa de juros e durante o mesmo período, o indivíduo B terá o dobro do dinheiro de A.
Simples assim: investiu o dobro, recebe o dobro (considerando mesma taxa de juros e período de tempo).
Todavia, para aumentar a amplitude de análise sobre a influência do montante depositado, na riqueza de uma pessoa, suponha agora que o indivíduo A seja muito mais talentoso nos investimentos que B, obtendo o dobro de sua remuneração, ou seja: A consegue aplicar a uma taxa de juros de 1% ao mês, enquanto B vê seu dinheiro render apenas 0,5% ao mês.
Note que tal diferença de remuneração do capital é estrondosa, pois um deles consegue o dobro do outro (uma diferença de 0,5% ao mês, acreditem, é substancialmente alta).
Todavia, considerando-se que o gênio dos investimentos (A) aplica apenas a metade de B, você saberia me dizer em quanto tempo a riqueza de A alcançará a de B?
RESPOSTA: somente após 18 anos e meio, aproximadamente.
Ou seja, mesmo considerando que um deles investe mal seu dinheiro (B), devido ao fato de poupar o dobro de dinheiro que o indivíduo A, mensalmente, adquire uma vantagem muito grande que só é eliminada depois de quase duas décadas.
Veja, portanto, que o esforço de restringir os gastos e buscar maiores remunerações, com a finalidade de poupar o máximo possível todo mês, tem uma importância de destaque quando o assunto é acumulação de riqueza.
Essa vantagem também pode ser verificada em pessoas que recebem uma grande herança dos pais.
Apesar de existirem vários casos de filhos que “torraram” toda a fortuna dos pais, matematicamente é mais fácil acumular riqueza ao partir de um ponto inicial DIFERENTE de zero.
Logo, com um pouco de bom senso podemos argumentar que começar do nada é sempre mais difícil, mesmo existindo diversos casos de pessoas que se deram bem na vida sem herança alguma da família.
TAXA DE JUROS
A taxa de juros é uma das questões mais comentadas quando o assunto é investimentos (todos estão atrás das “melhores oportunidades”).
Porém, já vimos no item anterior que a riqueza não depende apenas dessa variável.
Obviamente, buscar altas taxas de remuneração do capital tem sua importância, mas é bacana deixar claro que isso faz parte de um contexto maior, ou seja, não é a única questão a ser levada em consideração.
Tal limitação pode ser constatada em um simples exemplo de “efeito escala”: você prefere 4% ao ano sobre R$10 milhões ou 20% ao ano sobre R$10 mil?
Porém, mesmo colocando a taxa de juros em seu devido lugar, obviamente é assunto a ser considerado de maneira pormenorizada.
Matematicamente isso encontra sustentação porque, ao tomarmos duas pessoas que investem R$400,00 por mês, ao longo de 10 anos, se a primeira aplica a uma taxa de 0,6% ao mês, terá algo em torno de R$70 mil.
Porém, se a segunda conseguir uma taxa de 0,85% ao mês, o valor final quase chegaria a R$83 mil, ou seja, a pessoa com melhor remuneração teria uma riqueza final de aproximadamente R$13 mil a mais que a outra, apenas devido ao “milagre dos juros compostos” de sua alternativa mais rentável.
Portanto, buscar as alternativas mais rentáveis vale muito a pena, principalmente no longo prazo (ou no curto, para grandes valores), pois a variável taxa de juros composta possui um poder de multiplicação de sua riqueza muito poderoso.
Como conseguir isso? Estudando finanças pessoais, como, por exemplo, fazendo a leitura do eBook ALOCAÇÃO DE ATIVOS, do nosso amigo Henrique Carvalho.
TEMPO
A questão do tempo nos investimentos é simples: quanto maior o período que um investidor deixar seu dinheiro aplicado a juros compostos, maior será sua riqueza final.
O interessante (no caso em que você recebe) dos juros compostos é que R$10 mil aplicados por 10 anos gera um valor final de R$33 mil (taxa de 1% ao mês).
Quando dobramos o período para 20 anos, o valor final mais que triplica, indo para a casa de R$109 mil.
Ou seja, quanto mais se espera, a velocidade com que a riqueza se acumula aumenta.
A questão, para esse caso, é ter PACIÊNCIA. Planejamento e disciplina ajudam e muito nessa questão.
CONCLUSÃO
Além da busca em aplicar seu dinheiro em alternativas que rendam juros “acima da média”, existem outros dois fatores importantes para o enriquecimento: montante aplicado e tempo.
O sucesso financeiro está na conjugação desses três fatores, que dependem, basicamente, do que nós somos e de como agimos diariamente.
É isso aí, boa sorte em suas finanças e vida pessoal!
Sobre o Prof. Elisson de Andrade
Professor universitário e palestrante sobre Educação Financeira. Engenheiro Agrônomo (USP), Bacharel em Direito (UNIMEP), Mestre em Economia Aplicada (USP) e atualmente Doutorando em Economia Aplicada pela ESALQ-USP. Ganhador do prêmio BM&FBOVESPA de melhor dissertação/tese sobre derivativos (2004). Um eterno apaixonado em aprender e ensinar.
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