Foto: Kayke Niz

O programa MS Forte – Segurança atingiu nos dois primeiros meses de 2012 um dos principais objetivos, o de reduzir a criminalidade, principalmente nos delitos contra a vida. Em janeiro e fevereiro, as ocorrências de homicídio doloso caíram 16,6% em relação ao mesmo período de 2011 na média estadual. Na Capital, a queda foi de 14,3%. No interior, ocorreram -17,3% mortes desse tipo em comparação com janeiro e fevereiro do ano passado.

Os dados positivos apareceram na mais recente reunião bimestral de avaliação (a primeira de 2012) feita pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, com os gestores de todas as instituições que compõem a pasta. “Desde o ano passado estamos trabalhando com a análise criminal e a inteligência artificial. Pegamos os 11 principais tipos de delitos e estabelecemos uma cultura de trabalho em cima dos dados registrados no nosso sistema e do georreferenciamento”, explica o secretário. A ferramenta é um software desenvolvido pela Sejusp que faz o monitoramento digitalizado a partir de denúncias e ocorrências.

Nesse modelo de trabalho, a cultura de alimentação do sistema informatizado se tornou ferramenta essencial no planejamento e execução do trabalho policial – seja do preventivo e repressivo, feito pela PM, ou o de investigação, feito pela Polícia Civil e Perícia.

“Houve a modernização da estrutura, mas também da gestão, e, a partir daí, implantamos as metas”, conta o secretário de Segurança. As metas são números concretos, índices a serem atingidos de redução criminal: inicialmente 6%, e 8% em alguns casos. O foco principal é fazer cair as ocorrências de crime contra a vida e o patrimônio.

Busca da meta em todos os municípios

As unidades de segurança pública de alguns municípios aparecem com destaque entre as que tiveram melhores resultados na redução criminal. Nesse grupo estão Campo Grande, Aquidauana, Corumbá, Coxim, Jardim e Nova Andradina. “Esses municípios superaram a meta”, destaca o secretário Jacini.

Na avaliação bimestral, a cúpula da Segurança também discute com comandantes de batalhões da PM e delegados regionais da Polícia Civil as eventuais dificuldades para atingir as metas e propõe mecanismos de solução.

Em muitos casos, unidades especiais são designadas em apoio para operações específicas de repressão ou preventivas. Wantuir Jacini cita o caso da participação da Delegacia de Homicídios da Capital na investigação do assassinato do jornalista Paulo Rocaro, em Ponta Porã; o apoio da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) no combate a crimes de abigeato e assaltos a banco no interior e o auxílio do Departamento de Operações de Fronteira e Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe) aos batalhões da PM. “A Decon [Delegacia do Consumidor] também presta auxílios, enfim, temos ao todo 15 delegacias especializadas que vão ajudar sempre que preciso”, reforça.

Elucidações acima da média

Além da diminuição das ocorrências de homicídios dolosos, o trabalho que vem sendo feito resultou no aumento da quantidade de elucidações de crimes desse tipo. No bimestre janeiro/fevereiro de 2012, 53,8% dos 80 casos registrados em Mato Grosso do Sul já aparecem com autoria definida. Na Capital, o percentual é de exatamente 50% (do total de 18 casos), e no interior, 54,8% (mais da metade das 62 ocorrências). Esse resultado coloca o Estado bem acima da média nacional, que chega a aproximadamente 30%.

O referenciamento geográfico e a investigação qualificada têm ajudado a elevar os índices de soluções dos homicídios e também outros crimes. É o caso, conforme explica o secretário de Segurança, do mapeamento de uma determinada região onde estão ocorrendo furtos de veículos, por exemplo.

Atividade policial

Enquanto as principais ocorrências criminais diminuíram até acima da meta esperada, as atividades policiais no primeiro bimestre de 2012 apontam para um desempenho também superior ao do mesmo período de 2011.

As prisões somaram 2.270 no período, contra 2.197 do ano anterior. No balanço dos veículos recuperados, houve crescimento de 60,6% em todo o Estado (equivalente a 409 dos 675 automóveis e motocicletas alvos de furtos ou roubos). As polícias também conseguiram aumentar apreensões de armas no primeiro bimestre: 188 (46 a mais que no ano anterior). O principal crescimento foi na Capital, com 79 armas apreendidas (contra 49 há um ano).

No combate às drogas, a variação na comparação entre os primeiros bimestres de 2011 e 2012 atingiu 34,4%. A quantidade retirada de circulação foi de 5.684,7 kg - quase 1.500 kg a mais que há um ano. O secretário Wantuir Jacini enfatiza que o trabalho da Sejusp nessa área é focado na apreensão de entorpecentes nas cidades, para combater o comércio e uso em território sul-mato-grossense. Embora o trabalho impacte também no tráfico que utiliza o Estado como corredor de passagem para outras regiões do Brasil e outros países, Jacini reforça que esse combate é atribuição da Polícia Federal.