Porque cresce no Brasil a Terceirização no sistema de transporte?
Brasil - Logística e Transportes - Core Business e Outsourcing
Imagem: mzweb.com.br
O presente artigo apresenta uma abordagem sobre a terceirização das atividades do sistema de transporte no Brasil.
Estamos vivendo um período de transformação.
Fatores como novas exigências dos mercados consumidores, antigos desequilíbrios de demandas da sociedade, globalização, aumento da competitividade, evolução tecnológica e disputa por recursos escassos, têm exigido mudanças significativas no modo de gerir as organizações.
O desejo de qualquer organização é a sobrevivência.
As empresas são sistemas abertos, integrantes de ecossistemas complexos, que interagem e são dependentes.
Para gerir estes sistemas é preciso planejar, organizar, controlar e dirigir os recursos de forma eficaz e eficiente, por meio de métodos e ferramentas adequadas.
Quando se compra qualquer produto que seja, por qualquer meio disponível (supermercado, internet ou pessoalmente), dar-se início a um ciclo complexo de processos e informações os quais, a princípio, parece inesgotável.
Surge um componente de grande importância para o sucesso da cadeia logística, o chamado transporte.
O transporte esta relacionado com movimentação e armazenagem dos produtos e é o principal componente do sistema e da composição do custo logístico na maioria das empresas.
O mesmo tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.
Desta complexidade, surge a necessidade das empresas estarem com o foco cada vez mais em seus negócios e processos principais, geralmente, dedicando esforço ao seu produto ou serviço, o “core business”.
Aparece então, a primeira conseqüência desse pensamento, que é o de contratar pessoas ou empresas para fazer aquilo que não afeta diretamente o negócio e seu desempenho, e que a princípio, pelo menor grau de complexidade e participação no custo final ou até por prioridades de investimentos, parece ser a melhor solução para a vida da organização.
A terceirização ou Prestadores de Serviços, ganharam papel importante na cadeia produtiva da sociedade como um todo, organizando-se em segmentos dos mais variados, sendo os mais conhecidos, os das áreas de conservação e limpeza, vigilância, armazenagem e transportes.
Desta forma serão apresentados os conceitos gerais e visões de diversos autores e entidades especialistas sobre: definições e o papel da logística; a situação do cenário do sistema de transporte no Brasil e seus modais; conceito e a função da terceirização e definição de prestadores de serviços logísticos.
O objetivo central do trabalho é mostrar os motivos que levou o surgimento da terceirização no sistema de transporte e quais decisões podem ser tomadas para melhorar a situação atual.
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A Logística é interpretada de diversas maneiras, e até o momento, o campo ainda não tem um título único ou exato para identificá-lo, como os setores marketing, produção ou financeira, porém é vital para a economia mundial e para as organizações.
Porém no atual momento a logística supera barreiras no cenário mundial, antes visto como uma área sem expressão, é hoje considerada elemento de fundamental importância para a sobrevivência das empresas.
Uma empresa é bem sucedida na proporção de sua habilidade de rapidamente reunir, transmitir e interpretar todas as informações que descrevem as suas atividades.
O processo logístico não começa e nem termina nos limites da própria empresa.
Ele é acompanhado pelos fornecedores e só termina no consumidor final.
Na visão de Ballou (2010), a Logística associa estudo e administração dos fluxos de bens e serviços e da informação associada que os põe em movimento, ou seja, a missão da Logística é colocar produto e/ ou serviço no lugar certo e no instante corretos e na condição desejada, ao menor custo possível.
Desta forma, as organizações deixam de ver a Logística como ferramenta de redução de custo e começam a encará-la como atividade estratégica.
Entretanto, para Dias (2009), a Logística é o sistema de administrar qualquer tipo de negócio de forma integrada e estratégica, planejando e coordenando todas as atividades, otimizando todos os recursos disponíveis, visando ao ganho global no processo no sentido operacional e financeiro.
Pela definição do Council of Logistics Management[1], Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender as exigências dos clientes.
Diante dos vários conceitos apresentados, a Logística informa a maneira como as organizações podem responder de maneira mais rápida e eficiente às exigências vindas do ambiente.
Logo, ela pode ser compreendida como a forma de disponibilizar o produto certo, no lugar certo, na hora certa, com qualidade e preço justo.
As atividades da logística
Para melhorar a integração no sistema logístico, é necessário identificar as atividades a serem gerenciadas que são importantes para o cumprimento da missão e das metas logísticas.
As atividades são divididas em primárias (atividades-chave) e secundárias (atividades de apoio).
As atividades primárias são essenciais para o atingimento do nível de serviço, além de representar com a maior parcela do custo total logístico.
São elas: gestão de transportes; gestão de estoques; e processamento de pedidos.
A gestão de transporte é essencial, pois nenhuma organização pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.
Esta gestão refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos, aos roteiros definidos, a utilização da capacidade de transporte e aos custos apresentados na atividade.
A administração de estoques constitui um componente importante da gestão de capital de giro, principalmente, quando a empresa utiliza grandes quantidades de materiais e/ ou quando precisa manter um alto volume de estoques.
Segundo Ballou (2006, p. 205), os estoques apresentam diversas finalidades, tais como: melhoram o nível de serviço; incentivam economias na produção; permitem economias de escala nas compras e no transporte; agem como proteção contra aumentos de preços; protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; e servem como segurança contra contingências.
Em relação aos custos de processamento de pedidos, sua importância deriva do fato de ser uma atividade logística primária.
O processamento de pedido refere-se a atividades envolvidas na coleta, verificação e transmissão de informações de vendas realizadas.
Envolvem todo trabalho associado à venda dos produtos ou serviços da organização (preparação, transmissão, entrada e relatório de situação do pedido).
Já as atividades de secundárias (atividades de apoio), são caracterizadas por apoiar as atividades primárias e melhorar o nível de serviço apresentado pela empresa.
Elas são:
- Armazenamento: trata-se da gestão do espaço necessário para manter os estoques.
- Manuseio de materiais: refere-se à movimentação dos produtos no local de estocagem e apóia a gestão de estoques.
- Embalagem de proteção: atividade que auxilia a empresa a garantir movimentação segura dos bens, sem danificá-los.
- Obtenção (compras): trata-se da seleção das fontes de suprimentos, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado
- .Programação do produto: esta relacionada com a distribuição (fluxo de saída).
- Gestão da informação: refere-se ao tratamento das informações importantes para o planejamento e controle logístico e para a tomada de decisão dos gestores.
A integração das atividades primárias e secundárias viabiliza a coordenação dos fluxos correspondentes as necessidades da organização em atender os clientes de forma eficaz e eficiente, ou seja, é necessário integrar as atividades logísticas com o objetivo de agregar valor para os clientes, fornecedores e todos os interessados e envolvidos no processo.
Sistema de transporte
O conceito de transporte esta relacionado com movimentação e armazenagem dos produtos.
O transporte é o principal componente do sistema e da composição do custo logístico na maioria das empresas.
Sua importância pode ser medida pelos indicadores financeiros: custos, faturamento e o lucro.
Além disto, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.
As decisões estratégicas sobre transporte envolvem: seleção dos modais; volume de cada embarque; rotas; programação; seleção e negociação com fornecedores; e política de consolidação de cargas.
São decisões sobre as quais pesam fatores como a distância entre área de produção, armazéns e clientes, que têm influência sobre o nível de serviço apresentado por cada empresa.
Para Ballou (2006), os níveis de serviço aos clientes, a localização das instalações, o estoque e os transportes são das mais importantes áreas de planejamento, em face do impacto que as decisões tomadas em cada uma delas acabam sobre a lucratividade e o retorno do investimento.
Especificamente, melhor sistema de transportes contribui para aumentar a competição no mercado, garantir a economia de escala na produção e reduzir preços das mercadorias.
Atualmente, no Brasil os custos logísticos, de acordo o Instituto ILOS (2010), estimados para o ano de 2008, atingiram um valor equivalente a 11,6% do Produto Interno Bruto (PIB), aproximadamente, R$ 349 bilhões. O item de maior representatividade foi o transporte, com 6,9% do PIB (R$ 207 bilhões).
Modais de transporte
A importância do transportes ultrapassa o simples conceito de meio de deslocamento de bens e pessoas.
De acordo com Plano CNT de Logística (2010), o transporte é um agente indutor de riqueza e desenvolvimento, uma vez que gera emprego, transferência econômica e consome produtos e insumos de outros setores como combustíveis, veículos e peças, entre outros.
Além disto, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos/serviços.
Para atender as necessidades do mercado, dentro do sistema de transporte existem vários modais ou modos de transporte como: rodovia, ferrovia, hidrovia, aerovias e dutos, que são utilizados para movimentação de pessoas, produtos (cargas) e serviços (energia elétrica, comunicação telefônica etc.).
A importância de cada modo de transporte e seus benefícios depende da carga transportada e do valor agregado apresentado.
O modal dutoviário é um método altamente eficiente para mover produtos líquidos ou gasosos por grandes distâncias.
De acordo com a Agencia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT (2011) o transporte dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, através de dutos para o transporte de granéis.
No Brasil, os principais dutos existentes são:
- gasodutos (destina-se ao transporte de gases);
- minerodutos (aproveita a força da gravidade para transportar minérios) e
- oleodutos (utiliza-se de sistema de bombeamento para o transporte de petróleos brutos e derivados).
O transporte aeroviário é o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega.
Em termos de velocidade é o mais rápido dos modais, reduzindo armazéns operacionais ou inventários, possui custos elevados devido à aquisição de aeronaves, combustíveis, tarifas, manutenção e mão de obra.
Este modal, a contratação da carga é normalmente feita por meio dos agentes de carga aérea que, de posse das informações sobre o tipo de carga a ser embarcada (volume, peso bruto, número de volumes e valor da mercadoria), escolhem a companhia aérea que ofereça as melhores condições de frete. Transporta produtos pequenos e médios
Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2006), o modal hidroviário, é uma opção viável de transporte nos sistemas logísticos para transportar produtos de baixo valor especifico e não-perecíveis, de maneira que seus custos de estoque não são excessivos.
O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional.
Os portos desempenham um papel importante como elo de ligação entre os modais terrestres e marítimos. Tem uma função adicional de amortecer o impacto do fluxo de cargas no sistema viário local, através da armazenagem e da distribuição física.
Os produtos transportados geralmente são:
- carvão,
- minério,
- coque,
- cascalho,
- areia,
- petróleo,
- ferro e aço,
- grãos,
- cimento etc.
Já o modal ferroviário, de acordo com a ANTT (2011) caracteriza-se, por sua capacidade de transportar grandes volumes, com elevada eficiência energética, principalmente em casos de deslocamentos a médias e grandes distâncias.
Apresenta, ainda, maior segurança, em relação ao modal rodoviário, com menor índice de acidentes e menor incidência de furtos e roubos.
Este modal apresenta como característica econômica, alto custo fixo representado pelo arrendamento da malha e dos terminais, e os custos variáveis (mão de obra, combustível e energia) são relativamente baixos.
Produtos químicos, siderúrgicos e plásticos são exemplos de cargas encontradas nas ferrovias.
O transporte rodoviário é o mais utilizado no Brasil e possui a maior participação na matriz de transporte de cargas do país.
É um modal que liga os diversos centros urbanos regionais, adequado para curtas e médias distâncias, atua de forma complementar aos outros modais possibilitando a intermodalidade e a multimodalidade, permite as vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade para os clientes.
Este transporte apresenta pequenos custos fixos e elevado custo variável devido a combustível, óleo, manutenção dos veículos e tributos incidentes.
SITUAÇÃO ATUAL DOS MODAIS
Segundo o Plano CNT de Logística (2010), as situações atuais dos modais no Brasil são:
- Transporte rodoviário: A malha rodoviária brasileira tem atualmente uma extensão de 1.580.809 km, com apenas 212.618 km de pistas pavimentadas, o que representa aproximadamente de 13,4% da extensão total. Verifica-se incidência de rodovias em precárias condições de conservação e funcionalidade, o que eleva os riscos de quebra mecânica dos veículos e de graves acidentes. A frota de veículos rodoviários de carga do País, é formada por 3.743.137 unidades (caminhões unitários de carga, cavalos-mecânicos, reboques e semirreboques). Além disto, este modal possui idade elevada da frota rodoviária de cargas.
- Transporte aéreo: O transporte aéreo brasileiro conta com 67 aeroportos operados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que realizam vôos comerciais regulares, nacionais e internacionais, totalizando aproximadamente 128 milhões de passageiros transportados em 2009. Este modal participa da matriz de transporte de carga com 0,4% do total, com a operação de 32 aeroportos que possuem terminais de processamento de cargas aéreas. No atual momento, o modal aéreo vem enfrentando sucessivas crises relacionadas ao controle e à infraestrutura operacional, o que tem gerado atrasos de viagens, queda no nível de serviço prestado pelos transportadores aéreos e falta de credibilidade em relação a esse sistema por parte dos usuários.
- Transporte ferroviário: atualmente, a malha ferroviária brasileira em operação apresenta 29.817 km de extensão, sendo quase a totalidade (28.066 km) operada por empresas privadas, por meio de onze concessões. Tem a característica de interligação de áreas de produção agrícola e de exploração mineral do interior do País com os pontos de exportação de mercadorias (portos). Os principais problemas encontrados na malha ferroviária brasileira são: a grande variação nos tempos de viagem e as baixas velocidades na transposição de regiões metropolitanas, estas causadas pelo excesso de passagens de nível e pelas invasões na faixa de domínio. Este modal é responsável pelo deslocamento de 1,5 milhão de passageiros/ ano, tornando o cenário favorável para investimentos.
- Transporte aquaviário: este modal é composto de vias marítimas, interiores, portos e terminais portuários. Existem dois subsistemas: o fluvial ou de navegação de interior, que utiliza as hidrovias e rios navegáveis, e o marítimo, que abrange a circulação na costa atlântica. A parte marítima tem cerca de 7.500 km de vias, entre portos, terminais fluviais e marítimos[2], totalizando 45 portos organizados e 131 terminais[3] de uso privativo, sendo responsáveis pela participação de cerca de 14% no transporte de cargas. O setor portuário movimenta anualmente cerca de 700 milhões de toneladas das mais diversas mercadorias e responde, por mais de 90% das exportações, evidenciando a função estratégica que o sistema portuário tem para a economia do Brasil. Porém de acordo com especialistas, os portos vêm enfrentando problemas relacionados ao impacto e à pressão da urbanização sobre essa infraestrutura. Há dificuldades na acessibilidade de veículos terrestres à área portuária e grande parte dos portos marítimos brasileiros de maior volume de movimentação de carga tem restrições na expansão do cais e da área portuária em razão da ocupação populacional.
- Transporte dutoviário: este modal pode ser dividido em: oleodutos (petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene, nafta, e outros), gasodutos (gás natural) e minerodutos (sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático). O transporte dutoviário é necessário porque transporta as matérias-prima ininterruptamente, e salvo imperfeições ou sinistros inesperados. Esta modalidade de transporte vem se revelando como uma das formas mais econômicas de transporte para grandes volumes principalmente de óleo, gás natural e derivados, especialmente quando comparados com os modais rodoviário e ferroviário. Os benefícios apresentados no transporte por duto são: alta capacidade, tempo de transito mais confiável, segurança maior devido a redução de perdas e danos e menos sujeito as variabilidades. Grandes empresas como Petrobras, Vale e Samarco utilizam este modal para escoar suas produções, de forma segura, sem desperdícios e a um custo de manutenção baixo.
Cabe destacar que a responsabilidade objetiva pela ampliação, conservação e manutenção do sistema de transporte compete aos Governos Federal, Estaduais e Municipais, ou conceder trechos à iniciativa privada (todos os serviços).
Porém nos últimos anos, vem sendo utilizado as PPP (Parcerias Públicas Privadas), união, parcerias e/ ou acordos entre os governos e as empresas, com o objetivo de melhorar a área de transportes no Brasil.
Além disto, em determinadas regiões do país, as empresas estão com investimentos na melhoria do sistema de transporte com os objetivos de reduzir os custos relacionados com a atividade e aumentar a competitividade dos produtos oferecidos no mercado interno e externo.
TERCEIRIZAÇÃO
A partir da década de 80 começou a aumentar a contratação de empresas especializadas para o desempenho de atividades consideradas de apoio.
A prática do outsourcing é bastante comum nas organizações, cujo principal objetivo é a redução de custos, porém é importante saber utilizar esta técnica como estratégica competitiva para o alcance dos objetivos e metas traçadas.
A terceirização consiste em conceder a execução de um processo e transferi-lo para um agente externo à organização que possui maior expertise nas atividades que lhe são transferidas pela organização contratante.
Tal processo tem levado as empresas a transferir diferentes etapas do processo logístico ao longo do sistema.
Na prática é chamado de outsourcing, pois quando bem implantada, libera a empresa contratante para concentrar-se os esforços em seu negócio principal (core business), evoluindo em qualidade, melhoria dos processos, produtividade entre outros, o que gera redução de custos e ganho de competitividade.
Desta forma ao contratar atividades terceirizadas, os gestores devem levar em consideração que o fornecedor seja especializado, experiente, detentor de tecnologia própria e atualizada, e que tenha esta atividade a ser fornecida como sua atividade-fim.
Podem-se mencionar algumas vantagens e desvantagens que as organizações podem ter ao terceirizar suas atividades-meio (as que têm a finalidade de dar suporte as atividades principais):
Vantagens:
- estrutura administrativa simplificada, uma vez que não terá de realizar registros/ demissões, pagamentos de salários, FGTS, INSS dos empregados etc;
- mais participação dos administradores/ gestores nas atividades-fim da empresa;
- concentração dos talentos no negócio principal da empresa;
- redução do custo de estoques;
- maior facilidade na gestão do pessoal e das tarefas;
- possibilidade de rescisão do contrato conforme as condições preestabelecidas;
- controle da atividade terceirizada por conta da própria empresa contratada;
- menores despesas com aquisição e manutenção de máquinas, aparelhos e uniformes fornecidos pela empresa contratada etc.
Desvantagens:
- verificar se o pessoal disponibilizado pela empresa terceirizada consta como registrado e se os direitos trabalhistas e previdenciários estão sendo pagos e respeitados;
- sofrer autuação do Ministério do Trabalho e ações trabalhistas em caso de inobservância das obrigações mencionadas anteriormente;
- fiscalização dos serviços prestados para verificar se o contrato de prestação de serviços está sendo cumprido integralmente, conforme o acordado;
- risco de contratação de empresa não qualificada etc.
Segundo Rezende (2008), o processo deve começar por uma análise que permita verificar se a empresa está preparada para a terceirização, ou seja, a organização deverá avaliar realmente a necessidade de mudança que o processo de terceirização irá provocar em suas operações. Para obter sucesso neste processo, pressupõe mudanças culturais, estruturais e gerenciais em todos os níveis (operacional, tático e estratégico) da organização.
Em análise a uma terceirização ou outsourcing, percebe que as empresas, avaliam diversos pontos em relação às suas atividades logísticas, tais como: a necessidade de controle das atividades, as possibilidades de redução de custos nos processos e desenvolvimento de know-how.
De acordo Rezende (2008), o processo de terceirização (outsourcing) das atividades logísticas implica no aprofundamento dos relacionamentos entre as empresas e os terceiros que prestam serviços logísticos.
O sucesso da terceirização está vinculado com a visão estratégica do negócio para manter a sustentabilidade e promover a competitividade da organização. Desta forma, surge a necessidade de decidir sobre a utilização de prestadores de serviços logísticos para assumir algumas ou todas as responsabilidades logísticas da organização.
Prestadores de serviços logísticos
Com o constante aumento da complexidade dos processos logísticos, aliado ao fato destes terem sido reconhecidos pelas empresas como fonte de vantagem competitiva, surgiu no mercado um novo segmento, o de prestadores de serviços logísticos.
A evolução de prestadores de serviços logísticos no Brasil é devido à crescente tendência de terceirização das atividades logísticas nas organizações brasileiras e a entrada de grandes empresas internacionais de prestação de serviços logísticos no país.
Os prestadores de serviços logísticos estão mais ligados a prestação de serviços básicos como transporte, armazenagem e estocagem.
Os Prestadores de Serviços Logísticos, segundo Novaes (2007) são empresas que fornecem apenas serviços, incluindo as formas mais simples e mais tradicionais, como o transporte, estocagem e armazenagem, ou seja, o termo prestador de serviço logístico envolve todo tipo de atividade logística, por mais simples que seja, não refletindo necessariamente, os avanços tecnológicos e operacionais que dão sustentação ao moderno sistema logístico.
A empresa que não possui infra-estrutura suficiente, meios físicos e técnicos escassos, capacidade financeira limitada e pouca competência logística para algumas atividades básicas da logística, normalmente contrata-se um PSL.
Estes prestadores de serviços apresentam um baixo custo de aquisição e um baixo investimento de capital para a contratante.
Neste sentido, com a crescente importância da logística nas organizações, têm surgido mais prestadores de serviços logísticos específicos no mercado, oferecendo serviços como: assessoria fiscal (estudo de viabilidade e prestação de contas), acompanhamento de pedidos a fornecedores (rastreamento de pedidos e veículos, recebimento e conferência), e distribuição física junto a produção (embalagem de produtos, armazenagem seca, expedição, documentação, cross-docking, distribuição direta e transferência para centros de distribuição), para agregar valor aos produtos e serviços oferecidos aos clientes.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a rede integrada de transporte é essencial, uma vez que garante o acesso aos locais onde a demanda por bens acontece.
Também permite planejar o deslocamento da produção de forma a utilizar a combinação mais eficiente das modalidades de transporte disponíveis.
Contudo, a ausência e a má qualificação da infraestrutura apresentada nos modais acarretam a ineficiência do transporte, gerando aumento dos prazos de entrega, dos custos de frete e do volume de perdas e riscos de avarias nas cargas, ou seja, a falta de investimento do sistema de transporte e os pontos negativos citados fazem com que os produtos e serviços do Brasil deixem de serem competitivos no mercado.
Sendo o transporte a principal atividade do sistema logístico, a terceirização pode ser uma oportunidade de reduzir os custos operacionais da empresa, e formalizar uma parceria com a contratada.
Em função das vantagens e das desvantagens da terceirização é possível traçar cenários do seu negócio, planejando as ações para sustentar e competir de forma segura e viável.
Para o cliente dos dias atuais, apenas receber o produto adquirido não o satisfaz plenamente, é preciso que este seja recebido no local e hora que o consumidor julgar necessário.
É preciso analisar qual a importância da logística para a eficiência do negócio e se a empresa em questão desenvolve esta atividade com eficácia, se este for o caso é bem provável que a empresa não venha a obter lucro algum terceirizando suas atividades.
Desta forma, alinhado as informações sobre a terceirização das atividades de transporte e dos aspectos negativos apresentado neste sistema, as organizações estão procurando concentrarem-se os esforços em seu negócio principal, para evoluir em qualidade, melhoria dos processos, produtividade entre outros. Isto gera redução de custos e ganho de competitividade.
As companhias FIAT, VALE, Grupo ARG, V&M, Usiminas, entre outras, podem ser citadas como exemplos de empresas que focaram no core business, ou seja, as atividades relacionadas ao transporte dos bens foram transferidas para empresas especializadas.
REFERÊNCIAS
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/ logística empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. 1 ed. – 22. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.
BOWERSOX, Donald J; CLOSS, David J; COOPER, M. Bixby. Gestão Logística de Cadeias de Suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Council of Logistics Management (CLM) associação internacional com mais de 10 mil participantes das áreas de Logística e SCM.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6 ed. - 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.
Instituto de Logística e Supply Chain - ILOS. Disponível em:. Acesso em 18 de nov. 2010.
NOVAES, A.G. Logística e Gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
PLANO CNT DE LOGÍSTICA 2010. Brasília: Confederação Nacional do Transporte, 2010.
Nota de Rodapé:
[1] Council of Logistics Management (CLM) é uma organização internacional de gestores logísticos, educadores e profissionais da área criada em 1962 para incentivar o ensino e o intercâmbio de idéias no campo da logística.
[2] Os portos e terminais fluviais são aqueles localizados nas margens de rios, enquanto os marítimos são aqueles situados ao longo da costa.
[3] Informações fornecidas pela a Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ (2010).
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Cidade:Dourados
Data:16/04/2016
Local:Complexo Esportivo Jorge Antonio Salomão
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