Sem médicos, saúde indígena entra em colapso em MS
Estado - Ações Públicas - Saúde Indígena
Foto:Hedio Fazan
A situação da saúde indígena de Dourados, que já era ruim, pode ir ao caos a partir de hoje, e até mesmo entrar em colapso, quando além falta de medicamentos, viaturas, postos de saúde em ruínas, poderão também faltar médicos, enfermeiros, agentes de saúde, assistentes sociais, psicólogos e vários outros profissionais ligados a uma ONG que prestava serviços a Funasa.
Ontem o contrato responsabilizando a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) pela função, exercida desde 1.999, venceu, e agora a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) ligada diretamente ao Ministério da Saúde, assume a responsabilidade. Acontece que os trabalhadores contratados através de uma ONG (Missão Caiuá) não sabem se vão passar a pertencer a Sesai, pois nem mesmo aconteceu a rescisão de seus contratos e existe uma decisão judicial proibindo que isso aconteça.
De acordo com o presidente do Conselho Distrital Indígena de Mato Grosso do Sul, Fernando Silva, em Dourados, cinco equipes formam o polo de atendimento nas aldeias, com 100 trabalhadores disponíveis. Em nível de Mato Grosso do Sul são 460 profissionais na mesma situação. Em todo o Brasil são 2.500 trabalhadores envolvidos neste impasse, que até o final da tarde de ontem não havia sido solucionado. “Está na Justiça Federal liminar impedindo que sejam realizadas as rescisões de contrato em nível de Brasil e com isso todos os índios serão penalizados”, lamenta Fernando.
A maior preocupação é com os pacientes que necessitam de tratamento médico e acompanhamento contínuo como os que sofrem de tuberculose, uma doença típica das aldeias indígenas de todo o Brasil e principalmente de Mato Grosso do Sul e que depende de atenção diária por parte das equipes de saúde.
FALTA D’ÁGUA
Uma reunião realizada na tarde de ontem com os profissionais envolvidos na questão e representantes das comunidades indígenas também abordaram a questão da falta d’água na reserva de Dourados. O fornecimento de água é de responsabilidade Sesai, que foi criada há cerca de um ano. Apenas um poço abastece as duas aldeias indígenas de Dourados.
Ocorre, que segundo explicações de Fernando Silva, recentemente o fornecimento passou a ser feito de maneira revezada, em função de um defeito apresentado no comando. “No caso da água a oferta é bem menor que a demanda e o que vem ocorrendo é que hoje ela vai para determinada região e amanhã para outra, com isso os moradores nunca podem contar com o fornecimento diário de água, mas a necessidade exige que seja assim e esta situação vai ter que mudar”, afirma.
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