Sexta-Feira 26/04/2024 13:02

Em meio ao bloqueio de rodovias, preços dos combustíveis aumentam no Estado

Estado - Economia - Combustível

Desde segunda-feira, grandes filas se formaram nos postos de combustíveis da Capital e do interior - Gerson Oliveira

A ação de manifestantes que bloqueiam as rodovias estaduais e federais desde segunda-feira (31), em protesto contra a eleição presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já influenciou nos preços dos combustíveis em Mato Grosso do Sul. Conforme pesquisa da reportagem do Correio do Estado, o litro da gasolina aumentou, em média, R$ 0,16 no intervalo de alguns dias. 

Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que, até o dia 29 de outubro, a média praticada no Estado era de R$ 4,64 por litro de gasolina; ontem (1º), a média encontrada pela reportagem foi de R$ 4,80. 

Em Campo Grande, um estabelecimento localizado na Rua 14 de Julho alterou duas vezes os preços. Pela manhã de ontem, o litro da gasolina era comercializado a R$ 4,65; no início da tarde, foi a R$ 4,99; e no fim da tarde recuou a R$ 4,69.

O litro do etanol subiu R$ 0,10, saindo de R$ 3,48 para R$ 3,58. O diesel comum foi reajustado de R$ 6,34 para R$ 6,49, e o óleo diesel na versão S10 aumentou de R$ 6,52 para R$ 6,62.

Doutor em Economia, Michel Constantino explica que o aumento da procura em contraponto à redução da oferta faz com que muitos alterem os preços. “Uma mistura de alta procura, retenção da chegada dos combustíveis e oportunismo”, frisou o economista. 

Segundo uma consumidora que preferiu não se identificar, na segunda-feira, já foi possível ver a oscilação do preço dos combustíveis na Capital. 

“Eu enchi o tanque do meu carro pela manhã com a gasolina a R$ 4,66 o litro, com o movimento tranquilo no posto e sem filas. Na volta para casa, por volta das 21h, o preço do litro já estava R$ 0,10 mais caro no mesmo posto de gasolina, na Mata do Jacinto. Na minha opinião, a alta do preço em poucas horas, com certeza, foi motivada pelo protesto dos caminhoneiros bolsonaristas e pelo medo do desabastecimento”.

FISCALIZAÇÃO 

De acordo com o titular da Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), Rodrigo Bezerra Vaz, a entidade já recebeu denúncias sobre os aumentos abusivos. 

“Assim que tivermos todas as denúncias desses postos, faremos as fiscalizações. Vamos apurar e, se forem constatadas no processo modificações de preços de forma abusiva, eles serão punidos”, informou ao Correio do Estado.

A gerente de um estabelecimento, identificada apenas como Mariana, afirmou à reportagem que os combustíveis devem subir ainda mais. “É o que se comenta nos bastidores”. 

A mudança de preços ocorreu sem que houvesse nenhuma alteração nos preços praticados nas refinarias da Petrobras, que balizam os valores do mercado.

De acordo com cálculos divulgados pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem da gasolina vendida pela Petrobras já é de R$ 0,63 por litro em relação ao mercado internacional (ou 16%). 

Apesar de a política de paridade internacional (PPI) ser a política de preços usada pela estatal para reajustar os combustíveis nacionalmente, nenhuma correção é feita desde o início de setembro, quando houve queda de 7% no preço da gasolina nas refinarias.

Já a defasagem do diesel chega a R$ 1,62 por litro (25%), segundo dados da Abicom do dia 31 de outubro. 

ESTOQUE  

O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, informou que, com os desbloqueios de alguns trechos de rodovias, o estoque deve ser normalizado em algumas cidades do interior.

“Até o momento, 50% das cidades de Mato Grosso do Sul estão sem algum tipo de um combustível. Diferentemente da Capital, que chegou a ficar sem combustíveis por conta da grande procura, mas que já houve reposição”. 

“Portanto, não há necessidade de o consumidor formar longas filas, porque temos estoque até quinta-feira (3), caso não liberem os bloqueios”, ressalta.

O gerente de um posto de combustível localizado na Avenida Manoel da Costa Lima, Nilton Figueiredo, disse que o estoque acabou na noite do dia 31 de outubro. 

“Novos estoques devem chegar até esta quarta-feira [2], só não chegaram ainda por causa dos bloqueios. Os combustíveis estão nas estradas [nos caminhões], e os motoristas querem entregá-los por se tratar de uma carga perigosa”, disse.

Sobre os preços, Lazarotto afirma que os postos e as distribuidoras são livres para mudar preços. “Volto sempre a frisar, o mercado é totalmente livre, tanto para postos como para distribuidoras”.

DESABASTECIMENTO 

Em menor escala, o movimento é similar ao que trouxe desabastecimento, inflação e insegurança para o Brasil em 2018, quando a classe parou nacionalmente em protesto contra o preço do diesel. 

Constantino diz que ainda é muito cedo para mensurar os impactos dessas atitudes na economia. “Qualquer estimativa não passaria de especulação”, comenta o economista. 

Em nota, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que o presidente da entidade, João Galassi, já pediu apoio a Bolsonaro para lidar com as dificuldades de abastecimento que os supermercadistas já começam a enfrentar “em função da paralisação dos caminhoneiros”.

As regiões onde a associação identificou maiores problemas de abastecimento nos supermercados são Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

“As redes com maior capacidade de estocagem e logística vão normalizar a cadeia em torno de três dias. Mas, para as lojas menores, vai demorar um pouco mais”, afirma a Abras.

Já a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) aguarda a liberação das estradas pelos caminhoneiros “o mais breve possível”, em prol do restabelecimento da normalidade do abastecimento nacional.

“A Fecombustíveis entende que o direito à manifestação não pode estar à frente do bom senso, podendo causar prejuízos à economia do País e à liberdade de ir e vir dos cidadãos que estão em trânsito”, disse a entidade em nota. (Colaboraram Elias Luz e Rodrigo Almeida)

Correio do Estado/KV

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