Lâmpadas incandescentes estão com os dias contados
Brasil - Energia - Eficiência Energética
Imagem: dforceblog.com
Maior eficiência energética e vida útil estendida são as vantagens da LED, que aos poucos substitui os modelos mais antigos.
A era do Fogo, enfim, terminou.
O brilho e o calor do filamento incandescente no teto de nossas casas – que, em uma análise mais subjetiva, remete a tempos remotos, quando nos abrigávamos ao redor de fogueiras – está com os dias contados.
Ao menos é o que pregam os entusiastas de uma novidade que vem ganhando espaço nos lares do mundo todo: a lâmpada de LED (diodo emissor de luz, na sigla em inglês).
Ao contrário de sua antecessora, cujo princípio de funcionamento é o mesmo desde que foi inventada por Thomas Edison, há mais de 130 anos, a nova tecnologia produz uma luz fria, mais nítida, baseada na eficiência energética. Algo desejável diante da atual necessidade de poupar os recursos naturais do planeta.
“Consegue-se uma economia de 80% em comparação com as lâmpadas incandescentes ou halógenas (também conhecidas como dicróicas).
Além disso, a LED tem uma vida útil de até 25 mil horas, contra mil horas das lâmpadas tradicionais.
E comparando com as fluorescentes compactas, que também economizam entre 75% e 80%, mas duram de 4 a 8 mil horas, em média, a LED leva vantagem”, explica José Fernando Mendes, gerente de Marketing e Produtos da Área de LEDs e do Programa de Eficiência Energética da Philips Lighting na América Latina, empresa fabricante de diversos tipos de lâmpadas.
EUA
No mercado norte-americano, onde uma lei recente prevê a substituição gradual das lâmpadas incandescentes por outras tecnologias, novos produtos surgem a cada dia.
A empresa Switch Light Bulbs, com sede na Califórnia, anunciou para outubro novos modelos – com design arrojado – de lâmpadas de LED com potências equivalentes a 60 e 75 watts.
Em 2012, a de 100 watts será lançada. No Brasil, o Ministério das Minas e Energia publicou em 2010 duas portarias (1007 e 1008) estabelecendo critérios de eficiência mínima para lâmpadas incandescentes e fluorescentes – nacionais ou importadas – a partir de 2012 até 2016.
Países como Colômbia e Argentina seguem a mesma tendência.
Na prática, a norma deve forçar a indústria a parar de fabricar lâmpadas incandescentes de uso doméstico com potência superior a 40 watts. “Com o banimento da incandescente, uma parte do mercado vai migrar para as lâmpadas halógenas, outra para as fluorescentes e uma terceira para as LEDs. Com o aumento da escala de produção, os preços deverão cair”, aposta Mendes.
Atualmente, uma lâmpada de LED (equivalente a uma incandescente de 75 watts) custa mais de R$ 100.
Assimilação
Mudanças de padrões tecnológicos, no entanto, nem sempre são facilmente assimiladas pela população.
Na Alemanha, houve corrida aos supermercados quando noticiou-se que as lâmpadas incandescentes acabariam.
Um risco que o Brasil não corre, segundo a engenheira eletrônica Maria Gertrudes Te Vaarwerk, professora do curso de Engenharia Elétrica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “Se você for comprar hoje uma tevê, vai comprar uma de LED ou uma antiga de válvula? A grande questão é: existe um problema energético global e estamos consumindo cada vez mais. Precisamos melhorar nossa eficiência energética. Ou então quantas hidrelétricas vamos precisar construir para poder dar conta da demanda?”
“Não trocamos uma lâmpada”, diz cientista
“O nosso laboratório é todo iluminado a LED. Estamos aqui há 3 anos e nunca trocamos uma lâmpada – são 22 ao todo”, comemora Igor Quadros Fernandes, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos, que estuda o desenvolvimento de tecnologias ópticas. Segundo ele, as vantagens do LED em relação à durabilidade compensam investimentos iniciais.
“Em uma empresa com um pé direito alto [altura do chão ao teto], por exemplo, o custo para trocar uma lâmpada é elevado. Da mesma forma é ter que parar uma avenida movimentada para trocar um sinaleiro. Colocando-se um equipamento que vai durar alguns bons anos, ele acaba se pagando muito rapidamente”, pondera.
Ao contrário do que se imagina, a lâmpada de LED também aquece, mas não por causa da luz, e sim pelo aquecimento da base dos componentes.
De acordo com a engenheira eletrônica Maria Gertrudes Te Vaarwerk, professora da PUCPR, as pesquisas hoje se concentram em criar dissipadores de calor mais eficientes, para que se tenha lâmpadas LED com alta potência luminosa.
Do ponto de vista ambiental, Vaarwerk ressalta a eficiência do LED também em relação às lâmpadas fluorescentes.
“Estas têm vapores que são tóxicos, como o mercúrio, e precisam ser descartadas de forma adequada. E não temos hoje uma estrutura de coleta adequada desse material. É um risco grande para o meio ambiente”, observa.
Nesse sentido, por ser feito basicamente de silício, um componente natural, os LEDs são ecologicamente mais corretos.
“Apenas os chips vão precisar de uma logística reversa”, esclarece a especialista.
Já Igor Fernandes, alerta que alguns tipos de LEDs utilizam metais pesados em sua composição. “Mas como você vai ter um número menor de trocas, também vai ter um descarte menor”, pondera.
Brasil não incentiva mudança
Apesar de forçar a substituição das lâmpadas incandescentes domésticas por equivalentes mais eficientes do ponto de vista energético, o Brasil ainda caminha a passos lentos para incentivar a migração tecnológica – mesmo com a crescente familiaridade dos brasileiros com esses dispositivos, presentes hoje em televisores, semáforos e lanternas de automóveis.
Atualmente, não há produção em larga escala de lâmpadas de LED equivalentes às tradicionais de uso doméstico, com potências entre 60 e 100 watts.
“Uma forma de reduzir o custo seria incentivar a produção no país. Como se trata de um componente eletrônico, o LED ainda tem uma taxação alta. O Brasil ainda não enxergou a necessidade ecológica e elétrica da substituição”, destaca Igor Quadros Fernandes, engenheiro da computação e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos, ligado à Universidade de São Paulo (USP).
Sem normas
“Ainda não existe no Brasil normas para a as lâmpadas de LED. Isso está em discussão, mas o processo deve ser baseado em normas internacionais”, explica José Fernando Mendes, da Philips Lighting.
No país, a empresa trabalha com uma linha importada específica para uso doméstico interno: as lâmpadas Vision LED, com potência equivalente de até 50 watts e preço sugerido de R$ 80.
Segundo ele, o setor privado e governo devem trabalhar juntos para difundir a nova tecnologia. “Por parte da indústria, é preciso trabalhar com produtos mais eficientes e a um custo mais baixo. E do lado do governo, sentimos que existe uma disposição de discutir uma normatização, para garantir lâmpadas seguras e de boa qualidade, e de outro lado discussões no sentido até de incentivar [com redução de impostos, por exemplo] produtos eficientes”, esclarece.
Falta de apoio
Para Luis Fernando Bettio Galli, diretor executivo da DirectLight, empresa spin-off formada a partir do Instituto de Física de São Carlos, em São Paulo, e que trabalha no desenvolvimento de lâmpadas de LED em substituição às halógenas, falta apoio do governo à indústria local para concorrer com os produtos importados. “Isso ajudaria a criar mão de obra qualificada e gerar riqueza nacional”, reforça.
Segundo o Galli, para o consumidor, ainda é difícil enxergar o retorno financeiro das lâmpadas LED em relação à tradicional, mas é algo que já ocorreu com as fluorescentes compactas.
“O LED é a nova revolução e está se fortalecendo a cada dia”, conclui.
João Rodrigo Maroni/Gazeta do Povo/DF
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