Foto: Rachid Walqued

O município de Ivinhema entra na era do desenvolvimento com participação industrial a partir do lançamento da nova unidade do Grupo Adecoagro, uma das principais empresas produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul.

Diretores regionais e nacionais da empresa lançaram nesta quinta-feira (4/08), junto com o governador André Puccinelli e empresários do setor, a pedra fundamental da construção de um projeto de R$ 1,5 bilhão. “Acabou o complexo de acharmos que as indústrias só iam para outros municípios. Hoje chegou a nossa vez. Hoje o progresso encontra Ivinhema”, definiu o prefeito Renato Câmara, sintetizando o peso que um negócio desse porte vai ter no desenvolvimento do município.

Com previsão de geração de três mil empregos diretos e outros quatro mil indiretos, o impacto econômico do empreendimento vai além das fronteiras de Ivinhema. O diretor de açúcar e álcool do grupo, Marcelo Vieira, disse que a planta inicial foi redimensionada e terá capacidade de moagem de seis milhões de toneladas anuais, e será ainda mais focada na co-geração e na flexibilidade da produção de etanol e açúcar.  

A  Adecoagro chegou a Mato Grosso do Sul há cinco anos, com pretensão de instalar três empreendimentos, com capacidade total de dez milhões de toneladas/ano. Desde 2008 já opera a primeira usina, no município vizinho de Angélica, contando com tecnologia moderna e com capacidade de moagem de 4 milhões de toneladas/ano.

Com o início da construção da segunda unidade, restam dois principais desafios a vencer: o desenvolvimento da infraestrutura logística mais eficiente e o esforço da formação de mão de obra. Para esses dois setores, o governador André Puccinelli comprometeu a parceria do governo do Estado e de instituições que já vem atuando em conjunto para formar mais trabalhadores.

André disse que, depois de atuar para diversificar a economia de Mato Grosso do Sul para além da carne e dos grãos, cabe ao Estado trabalhar para buscar empreendimentos de forma regionalizada, equilibrando o crescimento de todos os municípios. E, com a chegada das indústrias, o governo vai fortalecer o trabalho conjunto com instituições como o Sebrae, o Sistema S e prefeituras para qualificar mão de obra.

“Quando chegamos no governo, eram 11 usinas operando, e ainda sem as tecnologias de hoje. Agora já são 22, e daqui a dois anos temos o início da operação de mais essa planta. Cabe-nos dar os parabéns a quem empreende, e dizer que isso é resultado da união de forças, da classe política local, do governo, da iniciativa privada”, afirmou.

O diretor, Marcelo Vieira indicou que a longo prazo novos negócios podem ser implantados em outros municípios da região, nos municípios de Nova Andradina, Deodápolis e Naviraí, em função dos acionistas estarem convencidos de que “esta é a melhor região para o desenvolvimento da indústria bioenergética no Brasil”. “Logo vimos que essa região seria uma das principais para o desenvolvimento da cana-de-açúcar, com seus solos férteis, clima adequado, grande disponibilidade de áreas para expansão da agricultura. E as condições naturais se somavam as condições institucionais, com um governo local eficiente e apoiando o desenvolvimento econômico com tudo o que estivesse ao seu alcance”, disse Marcelo Vieira.

O empresário destacou que Mato Grosso do Sul é hoje a principal região para a Adecoagro, produzindo mais do que todas as demais operações do grupo no Brasil, na Argentina e no Uruguai.

A nova usina de Ivinhema terá uma área construída de aproximadamente 620 mil m². A previsão é que o projeto esteja concluído totalmente em 2017, mas a safra teste já está programada para acontecer em outubro do próximo ano, quando está prevista a conclusão da primeira fase.

No fim das etapas de construção, a produção estimada é de 450 milhões de litros de etanol, 375 mil tonelada de açúcar tipo VHP, ideal para exportação e 930 mil megawatts/hora, por safra.

A cerimônia de lançamento da pedra fundamental da usina, no km 10 da rodovia MS-141, foi prestigiada também pela vice-governadora Simone Tebet, a secretária de Produção, Tereza Cristina Dias, o senador Waldemir Moka, os deputados Reinaldo Azambuja e Márcio Fernandes, prefeitos de diversos municípios, os presidentes da Federação das Indústrias, Sergio Longen, e da Associação de Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul, Roberto Hollanda, e trabalhadores da empresa.