Indústria do café investe em novas embalagens para transporte do grão
Brasil - Agronegócio - Novas Embalagens
Imagem: Hanny Guimarães/Globo Rural
Para manter a qualidade do produto exportado, empresas apostam em sacas de polipropileno e tecnologias sofisticadas.
Até chegar à mesa do consumidor, o café percorre um longo caminho na cadeia produtiva e, nesse processo, pode perder gradativamente suas características.
As condições ambientais – umidade, temperatura e nível de oxigênio na armazenagem – podem afetar a qualidade do grão, facilitar o desenvolvimento de fungos e até alterar o aroma e o sabor.
Para evitar prejuízos, alguns produtores estão investindo na criação de novas embalagens para proteger o café verde (beneficiado) durante a estocagem e o transporte.
Tradicionalmente, utiliza-se a saca de juta com capacidade para 60 quilos para acondicionar esse grão em armazéns ou durante o transporte em caminhões e contêineres.
Ela é confeccionada com fibra natural extraída de duas espécies vegetais, juta e malva, produzidas por famílias de ribeirinhos no Pará e no Amazonas. “A trama da saca, que apresenta pequenas aberturas, funciona como um regulador de umidade”, diz Flávio Junqueira Smith, diretor da Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), a maior fabricante nacional do produto. “Se esquenta demais e o café começa a perder umidade, a juta absorve; se, pelo contrário, o grão está precisando dessa condição, as fibras, que possuem um teor de umidade em torno de 14%, não deixam o grão ressecar”, explica o executivo, que afirma que a saca não altera as características originais do café.
Na fazenda Daterra, em Patrocínio (MG), entretanto, todo o café beneficiado é armazenado em big bags, grandes sacos de polipropileno (PP) rígido, cada um com capacidade para 1,2 mil quilos.
Parte do volume comercializado, entretanto, é transportado em sacas convencionais. “Se o café ficar por muito tempo armazenado nessa sacaria, pode acabar absorvendo o aroma e o gosto particulares da juta”, sustenta a supervisora de vendas e marketing daDaterra, Andreza Mazarão.
A empresa mineira também utiliza outros dois tipos de embalagem para o transporte do café: a saca de polipropileno de 60 quilos e a Penta Pack.
De acordo com Andreza, a sacaria PP é muito similar à de juta (apenas um pouco mais clara) e também tem fibras entrelaçadas para que o grão possa “respirar”, mas não conferiria cheiro ou gosto ao grão.
Já a Penta Pack é uma embalagem mais sofisticada, destinada ao mercado de cafés especiais. Composta de uma caixa de papelão que contém dois sacos laminados fechados a vácuo e com gases inertes, foi desenvolvida na fazenda com foco na qualidade do produto.
Lançado em 2003, o pacote que suporta até 25 quilos tem como objetivo preservar as características do grão por até dois anos e eliminar a possibilidade de desenvolvimento de fungos. “Surgiu a necessidade de se investir um pouco mais nos cafés que têm bebida melhor, considerados especiais, e que hoje exportamos para Ásia, Europa, América do Norte e Austrália”, conta a supervisora.
A Penta Pack também atende às leis europeias de manuseio, que não permitem que uma pessoa carregue mais do que 25 quilos.
A escolha das embalagens é decidida de acordo com a qualidade da bebida ou a necessidade do cliente. Atualmente, 40% dos cafés da Daterra são exportados em juta, 40% seguem em bags de polipropileno de 60 quilos e 20% são embalados em Penta Pack.
Essa última apresenta custo mais elevado (R$ 15), mas, segundo Andreza, tem sua aplicação justificada pela qualidade e preço também mais altos dos cafés especiais. “Essas outras embalagens também são usados como uma alternativa à saca de juta, cuja produçãos nem sempre atende à demanda”.
Sustentabilidade da produção
Outra introdução recente, desenvolvida pela Ipanema Coffees, de Alfenas (MG), é a embalagem Nima. Trata-se de uma caixa de papelão com camada tripla de proteção de alumínio, com capacidade para 10 quilos.
Essa novidade, na qual também se utilizam gases para a retirada do oxigênio, por enquanto só armazena cerca de 20 mil quilos do café da empresa, o que não é nem 1% do total produzido, segundo Murilo Viotto, da Ipanema.
A adesão a esse tipo de embalagem, assim como à Penta Pack, é mais comum entre as microtorrefações que trabalham com grãos especiais.
A Ipanema também utiliza as big bags de 1,2 mil quilos, para estocagem na fazenda, e bags PP de 30 e 60 quilos para exportação.
Para Andreza Mazarão, da Daterra, o desafio agora é fazer com que esses novos materiais também sejam ecológicos, para garantir a sustentabilidade da produção – assim como ocorre com a juta, que é biodegradável. “Acho que a produção de qualidade e a sustentabilidade caminham juntas. Existe a preocupação da busca pela qualidade, e isso envolve o desenvolvimento de materiais sem agressão ao meio ambiente.”
Hanny Guimarães/Globo Rural/DF
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