Sábado 07/06/2025 11:03

Projeto une Imasul, Ministério Público e ONG na conservação das águas de Bonito

Estado - Natureza - Projeto Águas de Bonito

Foto: Divulgação

 

Campo Grande (MS) – Um ambicioso projeto com o objetivo de garantir transparência perene às águas da região de Bonito, considerada o principal destino do ecoturismo mundial, começa a ser colocado em prática. O Projeto Águas de Bonito é uma parceria entre o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), responsável pelo diagnóstico, definição das atividades e acompanhamento técnico; da Organização Não Governamental (ONG) Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), que vai executar as ações, e o Ministério Público Estadual, a quem compete o acompanhamento e fiscalização. As ações terão início pela microbacia do Rio Mimoso e a intenção é expandir para todos os demais cursos d’água da região, na medida em que for constatado êxito.

O Acordo de Cooperação Técnica que possibilita colocar em prática as ações propostas foi assinado no último dia 14, na Sala da Promotoria de Bonito, pelo presidente do Imasul, André Borges; promotor de Justiça Alexandre Estuqui Junior e a presidente da IASB, Tânia Van Der Sand. O acordo prevê que o Imasul elabore o Plano de Trabalho com o diagnóstico preciso e as intervenções necessárias em cada ponto. Caberá à IASB o monitoramento da qualidade de água dos pontos críticos, selecionar propriedades rurais para receber mudas arbóreas nativas, insumos para isolamento das reservas e até apoio no plantio com empréstimo de maquinário. E o Ministério Público vai fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento do projeto, que tem prazo de um ano para ser executado.

O Projeto Águas de Bonito foi desenvolvido pelos técnicos do escritório do Imasul em Bonito: Marcelo Brasil de Brasil, Alexandre Ferro e João Ferreira da Rocha, com a colaboração da bióloga Liliane Lacerda, da IASB. “A ideia central é formar uma grande rede de cooperação com boas práticas de conservação e de gestão compartilhada e participativa das bacias hidrográficas do município de Bonito”, defendem os autores na justificativa da proposta. “Acredita-se que as ações propostas, executadas de maneira planejada com diversos atores, contribuirão na melhoria da qualidade de vida, na sustentabilidade do ambiente, na conservação da natureza e na garantia de continuidade da atividade turística em Bonito.”

A decisão de começar pela microbacia do Mimoso, conforme explica o fiscal ambiental Marcelo Brasil de Brasil, responsável pelo escritório do Imasul em Bonito, deve-se ao fato das cabeceiras desse rio estarem um uma região extremamente frágil. Além disso, o Mimoso é o principal contribuinte do rio Formoso, que por sua vez deságua no Miranda, um dos principais rios do Estado. Vai servir de piloto, dependendo do êxito alcançado, o projeto pode ser estendido para as demais microbacias da região, explica Marcelo.

Ações

Os autores dividiram os objetivos do projeto em cinco temáticas diferentes que norteiam ações específicas para enfrentar os principais problemas dos rios da região. São elas: 1 – Por dentro das Águas de Bonito: Contextualizar as bacias hidrográficas do município de Bonito para construção de ações de mobilização social e de parcerias na recuperação das águas e diminuição dos impactos sociais e ambientais; 2 – De Olho nas Águas de Bonito: Compartilhar informações técnicas para criação, aplicação e fortalecimento de políticas públicas voltadas à conservação das bacias hidrográficas do município de Bonito; 3 – Cuidando das Águas de Bonito: Atuar junto às propriedades rurais para promoção de boas práticas ambientais e manutenção dos recursos hídricos; 4 – Se liga nas Águas de Bonito: Atuar junto à comunidade para promoção de boas práticas ambientais para melhoria da qualidade da água; e 5 – Conhecendo as Águas de Bonito: Disseminar temas socioambientais relacionados à saúde e ao uso racional dos recursos hídricos.

O projeto traz um diagnóstico prévio com fotos de satélite de todo leito do rio Mimoso, que tem cerca de 45 quilômetros de extensão e abrange área de aproximadamente 25 mil hectares. As fotos possibilitam identificar pontos com mata ciliar ausente ou deficitária, as erosões e os caminhos da enxurrada. “Agora precisamos fazer visitas técnicas in loco para ver o que realmente acontece. Não é uma situação genérica, tem lugar que é preciso plantar (a mata ciliar), tem lugar que um açude para conter as águas resolve. Tem caso que vamos sugerir o cercamento para evitar que o gado chegue à barranca do rio”, explicou Marcelo.

Além do mais, embora o projeto tenha prazo curto (um ano) para ser executado, a solução definitiva do problema do turvamento das águas dos rios da região de Bonito não se resolve rapidamente e de forma definitiva. “De ano para ano muda tudo: a característica do solo, o comportamento das chuvas. Pode chover 100 milímetros em uma hora ou chover pouco em outro ano”, observa o técnico. Isso tudo interfere no comportamento dos recursos hídricos e exige um trabalho permanente de monitoramento.

O primeiro passo será convencer os proprietários da necessidade de intervir. Para isso, o Sindicato Rural é parceiro do projeto, vai reunir os proprietários, explicar as ações e pedir o envolvimento de todos. “Precisamos de porteiras abertas. Isso será com muita conversa. O proprietário só vai se convencer de que precisa fazer o que deve ser feito quando perceber que sua terra se desvaloriza sem o cuidado necessário.”

O problema

A região de Bonito (que inclui também Bodoquena e Jardim) ganhou fama mundial pela transparência das águas de seus rios povoados por peixes que permitem a aproximação dos mergulhadores, cercados por exuberante vegetação remanescente da Mata Atlântica; por grutas e corredeiras. Mas toda essa perfeição da natureza se viu ameaçada no período compreendido entre final de 2017 a março de 2018, quando chuvas intensas arrastaram sedimentos e turvaram as águas dos rios, cancelando atrações consagradas como o mergulho e flutuação no Rio da Prata. O Rio Mimoso ficou com suas águas sujas por aproximadamente 40 dias. O problema levou Bonito a decretar situação de emergência.

O Governo do Estado agiu imediatamente, sob a coordenação da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e por intermédio de suas vinculadas (Imasul e Agraer), da Agesul e da Polícia Militar Ambiental. A primeira providência foi uma visita técnica à região, quando foram identificadas lavouras sem o tratamento adequado do solo (curvas de nível), que facilitaram o surgimento de processos erosivos. As propriedades foram multadas e notificadas para corrigir o problema com urgência.

Intervenções nas estradas vicinais também foram executadas e teve início um levantamento detalhado da situação de todos os cursos d’água para a elaboração de um programa permanente de controle da qualidade das águas na região. A Semagro trouxe técnicos da ESALQ (Escola Superior de Agronomia da USP) para elaborar um diagnóstico do solo e propor as técnicas adequadas de correção que evite processos erosivos, presentes no Decreto 15.195, de março de 2019, que disciplina o uso correto do solo na região de Bonito e Jardim e dá outras providências. Arrematando o arcabouço legal, foi criada a Câmara Técnica de Conservação de Solo e Água, composta pela Semagro, Agraer, Imasul, Agesul, Famasul, Fundação MS, Embrapa, e Prefeituras de Jardim e Bonito.

O resultado dessas medidas foi sentido nesse Verão. Apesar das fortes chuvas registradas no mês de janeiro (dia 8 de janeiro ocorreu precipitação de 200 milímetros na nascente do rio Formoso), o turvamento observado foi muito próximo do que ocorria em anos anteriores e o tempo de limpeza do rio foi de cerca de três dias. “Esse é o indício de que as ações estão no caminho certo”, comemorou o secretário da Semagro, Jaime Verruck.

 

Portal do MS/KV

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